SEGURANÇA PÚBLICA PORTUÁRIA /
POLÍCIA FEDERAL
A
reportagem veiculada pelo jornal A Folha de S. Paulo na edição desta
terça-feira deu início ao processo de abertura da caixa preta que permaneceu
guardada a sete chaves no calabouço da Codesp - Companhia Docas do Estado de
São Paulo. Segundo a matéria, o suposto "capo di tutti capi" Paulo
Vieira, mais conhecido pelos lados da Rodrigues Alves s/nº como Paulo Maluco,
ditava o teor dos pareceres emitidos pela estatal portuária.
A
nota cita o superintendente jurídico da empresa, Manuel Luís, acusando-o de ser
o elo entre a Codesp e Paulo Maluco, ainda membro do Conselho de Administração
da companhia docas paulista. Segundo a
Folha, "num parecer, Luís defende o ponto de vista de que a Tecondi,
empresa de contêineres que ocupa área da União no porto de Santos, não violou a
lei de licitações ao explorar uma área diferente da arrendada".
O
parecer contrariava o TCU, que por sua vez defendeu o rompimento do contrato da
Codesp com a Tecondi uma vez que a empresa portuária não ocupara a área
prevista na licitação devendo, portanto, deixar o terreno e sair do Porto de
Santos. Não se sabe ao certo como e sob quais condições prevaleceu o
entendimento do superintendente da estatal e de Paulo Maluco.
O
fato traz à luz os desmandos praticados nos primeiros escalões da Codesp e
coloca sob suspeita todo e qualquer parecer técnico e principalmente jurídico
emitido pela Autoridade Portuária. Não obstante, todos os contratos de
arrendamentos, concessões, adensamentos e etc., decorrentes de tais pareceres
colocados em xeque precisam ser passados a limpo pelo atual comando da estatal
antes que a desmoralização seja total.
Apesar
da divulgação da matéria, o envolvimento de Manuel Luis com o principal acusado
na investigação da Polícia Federal já é bastante conhecido nos bastidores da
Codesp. Há quem garanta que o novo presidente da Companhia Docas, Renato Barco,
teria sido alertado sobre a ligação de seu subordinado com o membro do Consad,
como também sobre os atos ilícitos praticados pela dupla e pela
Superintendência Jurídica. A exoneração não teria ocorrido ainda por falta de
autonomia e ingerências políticas externas.
Para
o presidente do Sindaport, Everandy Cirino dos Santos, o novo mandatário da
Codesp precisa promover uma limpa para o bem da empresa. "Entendemos que o
presidente Barco deva se cercar de pessoas sérias e corretas, sobretudo de sua
inteira confiança, além de exonerar os que comprovadamente praticaram
irregularidades e falcatruas", disse. O sindicalista acredita que outras
revelações estão a caminho. "Foi apenas o fio da meada porque vem muito
mais por aí”.
Fonte:
DCG / AssCom Sindaport - Jornal Folha de São Paulo.
*Esta publicação é de inteira
responsabilidade do órgão de imprenssa que a publicou. O nosso papel é apenas manter informado aqueles que
acompanham o Blog, de todos os fatos, que de alguma forma, estejam relacionados
com a Segurança Portuária, nesse caso, a Operação Porto Seguro, da Polícia
Federal.
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