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quinta-feira, 20 de novembro de 2025

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PJ PRENDE LÍDER DO PCC SUSPEITO DE COMANDAR FRAUDE COM METANOL NO BRASIL


Condenado a 29 anos de prisão por tráfico internacional de drogas, ele foi preso em 2021, mas recebeu autorização para aguardar recurso em liberdade

A Polícia Judiciária (PJ), de Portugal, através da Unidade de Informação Criminal, prendeu no último sábado, dia 15, em um condomínio de luxo na cidade de Cascais, o brasileiro Ygor Daniel Zago, 44 anos, conhecido como Hulk, que estava na lista de difusão vermelha da Interpol e era considerado pelas autoridades brasileiras um dos principais nomes ligados ao Primeiro Comando da Capital - PCC.

Segundo as investigações, Hulk saiu do Brasil para o Peru, passou pela Itália antes de chegar a Portugal em maio deste ano.

Detenção junto com a mulher

Ele foi detido, ao lado da mulher, Fernanda Ferrari Zago, 40 anos, após operação com mandados internacionais emitidos pelo Brasil.

A PJ aponta ainda que na conta bancária da mulher do traficante havia dinheiro oriundo do esquema criminoso, “auxiliando assim na ocultação de bens e valores”. “Além disso, foi apurada a titularidade de vários veículos de luxo, utilizados por outros membros da organização.”

Os dois detidos foram apresentados ao Tribunal da Relação de Lisboa, onde será definida a medida de coação. Segundo a Polícia Judiciária, eles podem ser condenados a até 12 anos de prisão pelos crimes investigados em território português.

Por meio de nota, a assessoria de imprensa do órgão informou que "os detidos foram ouvidos por um juiz que decretou a prisão preventiva enquanto aguardam o processo de extradição para o Brasil".

Prisão Preventiva

Zago tinha prisão preventiva decretada pelo Tribunal de Justiça de São Paulo por organização criminosa, lavagem de dinheiro e corrupção ativa.

Investigação no Brasil por adulteração de combustíveis

Segundo a denúncia do MP, o grupo criminoso começou a agir em meados de 2019 em São Paulo, Guarulhos, Santo André, São Bernardo do Campo, Osasco, Poá, Campinas, Itatiba, Limeira, Jacareí e Piracicaba.

A investigação contra o casal, feita pela Polícia Federal (PF); Polícia Civil do Estado de São Paulo (PCESP), com apoio do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) do Ministério Público do Estado de São Paulo (MPESP) estadual, começou em 2023, a partir de uma apreensão de 30 mil litros de metanol, o que levou a polícia a rastrear fluxos financeiros e rotas de distribuição. A apreensão permitiu a descoberta de um esquema criminoso de adulteração de combustíveis do PCC com o composto químico.

De acordo com a acusação, as vítimas da quadrilha são os consumidores de combustíveis automotivos.

Também conhecido no mundo do crime como “Pitoco”, Zago é apontado como um dos líderes do esquema criminoso de adulteração de combustíveis, que conta ainda com contadores, secretários, operadores, supervisores e "laranjas". Foram identificados 33 postos de combustíveis usados pela quadrilha para cometer os crimes.

“A organização criminosa age de forma ordenada e com divisão de tarefas, para o fim de obter, especialmente, vantagem econômica, mediante revenda de combustível – gasolina e etanol – em desacordo com as normas – adulterado; a corrupção de agentes públicos vinculados a órgãos de fiscalização da atividade, e a ocultação dos valores e bens”, informa trecho da denúncia.

“Fica evidente que a Orcrim [organização criminosa] prioriza a venda de combustível adulterado aos consumidores”, informa a acusação do Ministério Público. "E não bastasse a utilização de metanol nos combustíveis e a fraude para entrega em quantidade inferior à vendida ao consumidor, a Orcrim também se vale de água para diluir gasolina e etanol.”

GAECO - MPESP

O casal é investigado pela polícia paulista com apoio do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), do Ministério Público de São Paulo (MPESP).

O MPESP informou, por meio de nota, que "acompanha através dos meios formais de cooperação jurídica internacional a prisão de dois dos denunciados na operação ‘Boyle’ em Portugal."

“Os trâmites da eventual extradição dependem dos meios de colaboração entre países e seguem com acompanhamento para o regular trâmite do processo já em curso”, informou o Gaeco.

Inquérito Policial da Polícia Federal

O Inquérito Policial da Polícia Federal (PF) mostra que Ygor Daniel Zago era mais do que um operador financeiro: ele era um elo entre as ordens do alto comando do PCC e a execução das fraudes, circulando entre aqueles que adulteravam o combustível, os que abasteciam os postos e os que faziam a engrenagem financeira da facção rodar.

As mensagens analisadas pelos investigadores revelam que era ele quem, em vários momentos, dava a palavra final sobre pagamentos, volumes de metanol e ajustes nas práticas internas de adulteração, demonstrando função de supervisor técnico e financeiro.

Em outra troca de mensagens, ao ser informado sobre a necessidade de reforço de caixa, ele simplesmente autorizou o repasse de “mais R$ 120 mil na conta” de um posto de combustíveis, como consta no relatório policial. Esse tipo de ordem aparece repetida, em diferentes momentos, sempre com Ygor atuando como avalista do esquema, liberando cifras de alto valor para manter a produção e a distribuição.

Comando Operacional

Apesar de formalmente ocupar funções ligadas à administração de empresas do grupo, Ygor Zago tinha interferência direta no dia a dia dos postos. Mensagens trocadas com um comparsa, responsável pela “ponta operacional”, mostram pedidos de atualização sobre tanques, qualidade do combustível e saída de carregamentos.

Quando surgiam dúvidas sobre a qualidade da mistura — especialmente nos momentos em que o metanol chegava mais concentrado — era Ygor quem definia os limites. Em um trecho analisado pela PF, após receber alerta de que “o pesado veio mais forte”, indicando maior quantidade de metanol, ele orienta ajustes para evitar chamar atenção. Isso, segundo os investigadores, mostra que ele compreendia perfeitamente da dinâmica da mistura quanto os riscos de autuação.

Ygor também mantinha contato direto com outro criminoso, identificado como “Alemão”, que trabalhava na manipulação dos produtos adulterados.

Máfia dos Balcãs

Além disso, Zago também é investigado por envolvimento num esquema transatlântico que ligava o PCC à Máfia dos Bálcãs para o narcotráfico internacional.

Apontado como um megatraficante, foi condenado a 29 anos de prisão por tráfico internacional de drogas, ao lado de André Oliveira Macedo, o André do Rap.

Ele e a esposa chegaram a ser presos em 15 de junho de 2021, durante a Operação Netuno, em uma casa no Residencial Marina Guarujá, localizado na Rodovia Ariovaldo de Almeida de Viana, em Guarujá, no litoral de São Paulo, durante a Operação Netuno, mas recebeu autorização para aguardar recurso em liberdade.


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