O Posto Fiscal 6, localizado junto ao Armazém 15,
permanece de pé até hoje. Este armazém fica sobre o canal por onde passam as
catraias
Jojo Todynho talvez
nem imagine, mas muito antes de transformar o Brasil com o seu hit “Que Tiro Foi
Esse?”, alguém já havia gritado essa mesma frase — e com muito mais sinceridade
— no Posto Fiscal 6 do Porto de Santos.
O Posto Fiscal 6,
localizado junto ao Armazém 15, permanece de pé até hoje. Este armazém fica
sobre o canal por onde passam as catraias que fazem a travessia entre Santos e
o Distrito de Vicente de Carvalho, no Guarujá. Antigamente, quando a
administração era da Companhia Docas de Santos – CDS, ali ocorria o desembarque
dos passageiros dos navios de cruzeiro. Na frente, existia um armazém que
funcionava como terminal e também a tradicional Casa do Café do Porto de
Santos.
Por volta do final
dos anos 70, no turno das 18h às 24h, cumpriam ali sua jornada os guardas portuários
Beto “Cachaça” e Regis “Risadinha” — tempos em que praticamente todo GP
carregava um apelido tão inseparável quanto o cinto do uniforme.
Certa noite, Regis
resolveu conferir sua arma pessoal, um revólver calibre .22 — sim, ele havia
emprestado a arma para alguém (e até hoje ninguém entende isso). Ao pegá-la de
volta, percebeu que estava engatilhada. Começou a mexer daqui, testar dali…
quando PÁ!
O estampido ecoou no
posto como se o Armazém 15 tivesse ido pelos ares.
Beto, que estava
tranquilamente no banheiro, quase caiu do vaso. Assustado, gritou:
— QUE TIRO FOI
ESSE?!
Achou que o disparo
tinha sido nele.
Na verdade, a bala
havia atravessado a mão esquerda de Regis e se alojado na parede do corredor.
Por sorte, não atingiu nenhum osso — apenas a autoestima.
Uma viatura o
conduziu a Santa Casa de Santos, onde teve que levar uns pontos, além é claro
do registro policial por acidente com arma de fogo. Por sorte, o tiro não
atingiu nenhuma parte óssea.
Uma viatura o levou
direto para a Santa Casa de Santos, onde ganhou alguns pontos na mão e um
boletim de ocorrência por “acidente com arma de fogo”. O Rondante da área,
Pascoalino, jura até hoje que não comunicou o ocorrido. Mas, convenhamos: um
tiro dentro do Posto Fiscal 6 não dava exatamente para esconder da chefia. Resultado?
Dois dias de suspensão.
E, até hoje, em
qualquer confraternização dos veteranos da Guarda Portuária, lá está Regis
“Risadinha”, mostrando a cicatriz e contando essa história — e fazendo jus ao
apelido, sempre rindo, claro, porque se não risse, chorava.
Moral da história: Nunca empreste a sua arma, nem para um amigo, que a vítima poderá ser
você.
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