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terça-feira, 4 de novembro de 2025

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JUSTIÇA CONDENA ORCRIM POR TRÁFICO INTERNACIONAL DE DROGAS PELO PORTO DE RIO GRANDE


Grupo ocultava a droga no sea chest dos navios atracados. Entre os condenados, estão o dono do estaleiro usado nas operações e três mergulhadores

A Justiça Federal condenou 12 integrantes de uma organização criminosa (ORCRIM), sendo 11 homens e uma mulher, especializada na logística de exportação de cocaína por meio da ação de mergulhadores que ocultavam a droga no sea chest (caixa mar) de navios atracados nos terminais portuários do Porto de Rio Grande, no Rio Grande do Sul.

A sentença, divulgada na semana passada, possui condenações que variam de três a 24 anos de prisão, além de aplicação de multas.

Condenados

No total, as 12 pessoas condenadas pela Justiça Federal – 11 homens e 1 mulher – receberam penas que variam de 3 a 24 anos de reclusão, além dos valores das multas aplicadas a todos. A pena de prisão de 3 anos foi substituída por prestação de serviços à comunidade e prestação pecuniária. Ainda cabe recurso da sentença.

Líder da Orcrim

O líder da organização foi condenado a 24 anos e 15 dias de reclusão, em regime inicial fechado, mais o valor de 1.612 dias-multa, sendo cada dia-multa a metade do salário mínimo vigente ao tempo dos fatos (abril/2024) e outros 1.166 dias-multa, com o dia-multa, calculados com base em metade do salário mínimo vigente à época dos crimes, que ocorreram entre novembro de 2022 e abril de 2024, por crimes previstos nos artigos 33 e 35, combinados com o artigo 40, I, da Lei nº 11.343/06 (Lei de Drogas).

Entre os condenados, estão o dono do estaleiro usado nas operações e três mergulhadores responsáveis pela colocação da cocaína nos navios.

Dono do Estaleiro

Além dele, o dono do estaleiro que a organização usava para as ações no Porto de Rio Grande também foi condenado a 8 anos e 5 meses de reclusão junto com uma dupla de mergulhadores que viabilizavam a colocação em segurança, longe da fiscalização portuária, da cocaína nos navios atracados no porto.

Mergulhador

Um mergulhador da organização, que atuou em mais oportunidades, teve uma pena maior, de 11 anos de reclusão. Todos foram enquadrados no artigo 35 combinado com o artigo 40, I, da Lei nº 11.343/06, que, além das penas de reclusão, prevê o pagamento de multas.

Outros Condenados

Dois dos condenados, que participavam do financiamento, da logística e da coordenação das ações, foram condenados a 11 anos, um deles, e a 9 anos e 9 meses de reclusão, o outro, em regime inicial fechado, também por conta dos crimes previstos no artigo 35 combinado com o artigo 40, I, da Lei nº 11.343/06.

Penas menores

Segundo o Ministério Público Federal (MPF), as penas de três anos de prisão foram substituída por prestação de serviços à comunidade e pagamento de valor pecuniário.

Na sentença, o juiz federal Davi Kassic Ferreira afirma: "Trata-se de associação para o tráfico de estrutura complexa e organizada, caracterizada pela divisão de funções. Seu modus operandi envolve sofisticado esquema de exportação de vultosas quantidades de cocaína pelo modal marítimo. Nele, há atividade de mergulhadores especializados e a contaminação subaquática de navios com destinos intercontinentais".

Prisão Domiciliar

Dois homens irão cumprir pena em regime domiciliar, devido problemas de saúde. As penas são de sete e oito anos.

Operação Escafandria

A sentença dada pela 1ª Vara Federal de Rio Grande assinala o sucesso da Operação Escanfandria, deflagrada pela PF, MPF e pela RFB em 2022, após o recebimento de informações de que um grupo com integrantes da cidade de Rio Grande e dos estados de Santa Catarina e Paraná realizava atividades relacionadas ao tráfico de drogas a partir do Porto de Rio Grande.

Graças ao monitoramento da quadrilha, 426,6 quilos da cocaína foram apreendidos em navios interceptados na Turquia, na Espanha e na Austrália, além de uma apreensão com um casal no Paraná. O grupo já atuava com a prática criminosa há cerca de dois anos.

A operação resultou nos 12 mandados de prisão preventiva e 26 de busca e apreensão. As ordens judiciais foram cumpridas pelos policiais federais, com apoio da Receita Federal, da Marinha e da Brigada Militar. As ações também contaram com a cooperação policial internacional, com a participação da Europol e da polícia da Alemanha.

Quatro prisões foram efetuadas em Rio Grande, uma em Florianópolis e quatro no Paraná. Ainda foi preso um brasileiro, que estava residindo na Alemanha, apontado como uma das lideranças do esquema.

A investigação permitiu compreender como a organização agia. De acordo com a sentença, trata-se de associação para o tráfico de estrutura complexa e organizada, que contava com mergulhadores especializados para operar um “sofisticado esquema de exportação de vultosas quantidades de cocaína” por meio de navios que saíam do Porto de Rio Grande para diversas partes do mundo.

Caixa de mar

A caixa de mar, onde o grupo escondia a droga, serve para resfriar os motores dos navios e, dentro dela, funciona um sistema com bombas que sugam água do mar. Localizada abaixo da linha d'água, permite que a água do mar entre através de aberturas no casco para resfriar os motores e auxiliar na segurança contra incêndios, no lastro e em outras funções do navio.


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