Postagem em destaque

MPOR PUBLICA NOVA PORTARIA REGULAMENTANDO A ATUAÇÃO DA GUARDA PORTUÁRIA

A segurança jurídica da Guarda Portuária só vai ocorrer com a promulgação de uma lei própria regulamentando a sua atividade Em cerimônia r...

segunda-feira, 17 de novembro de 2025

0

NAVIO COM COCAÍNA PROVENIENTE DO BRASIL FOI INTERCEPTADO NAS ÁGUAS DAS ILHAS MAURÍCIO


O navio Alpha Bravery, de bandeira grega, quando foi interceptado fazia uma viagem comercial entre o Brasil e Singapura

Autoridades das Ilhas Maurício, um país insular no Oceano Índico, anunciaram no domingo, 9 de novembro, a apreensão de 433 quilos de cocaína, a bordo do navio Alpha Bravery.

O navio Alpha Bravery, de bandeira grega, quando foi interceptado fazia uma viagem comercial entre o Brasil e Singapura.

Tripulação localizou a droga

A polícia foi notificada da situação na sexta-feira, 7 de novembro, após o capitão, Emmanuil Drossos, quando a embarcação navegava em águas territoriais das Ilhas Maurício, alertar uma agência marítima sediada em Port Louis.

A origem do alerta é atribuída ao engenheiro-chefe do navio, Razil Oliveros, um cidadão grego. Durante uma inspeção de rotina ele percebeu que o acesso à casa de máquinas havia sido claramente adulterado. Após informar o capitão Drossos, este ordenou uma busca minuciosa na área. Foi durante essa busca que a descoberta foi feita no dique de contenção do navio – o espaço que separa as duas metades do casco.

Início da Operação

Assim que o alerta foi dado, uma intervenção coordenada foi posta em prática. No sábado, 8 de novembro, seis comandos navais (MARCOS), uma unidade de comando marítimo, foi enviada para a área apoiados pelo Esquadrão de Helicópteros,

Por volta das 9h da manhã, integrantes da Unidade Antidrogas e Contrabando (ADSU), da Seção Antinarcóticos da Alfândega, da Célula de Inteligência Marítima, da Unidade de Inteligência Criminal da Divisão, da polícia regular, da Guarda Costeira Nacional (NCG) e do Escritório de Perícia Criminal (SOCO) embarcaram na embarcação para um local a 24 milhas náuticas de distância para assumir o controle do navio.

Abordagem

No domingo, 9 de novembro, equipes da Seção Antinarcóticos da Alfândega (CANS), da Célula de Inteligência Marítima (MIC) e da Unidade Antidrogas e Contrabando (ADSU) embarcaram na embarcação. Aproximadamente a duas milhas náuticas do porto, por volta das 9h, a polícia mauriciana tomou posse oficialmente das drogas.

O capitão facilitou o acesso, recepcionando os agentes e conduzindo-os ao local exato da carga ilícita, situada na casa de máquinas, uma área remota com dois pontos de acesso. O acesso a essa sala havia sido lacrado por ordem do capitão desde o momento da descoberta até a chegada das autoridades mauricianas.

Apreensão

Diversos fardos foram descobertos, cada um contendo cerca de quinze tabletes, com cada fardo pesando em média 30 quilos. Testes preliminares em campo confirmaram rapidamente que o pó era cocaína.

Além do entorpecente, foram apreendidas cerca de cinquenta luzes de rede de pesca e suas baterias de ativação. Detetives da unidade antidrogas (ADSU) suspeitam que essas luzes seriam fixadas aos pacotes antes de serem jogados ao mar, para facilitar sua recuperação por cúmplices.

Escolta do navio ao Porto de Louis

Após ser assegurada e inspecionada pelas autoridades policiais, a embarcação Alpha Bravery, cujo destino final era Singapura, foi escoltada até a área portuária de Port Louis.

Diversos oficiais de várias unidades de segurança e de combate ao narcotráfico estavam presentes, incluindo o delegado Rassen, chefe da Unidade de Serviços Antidrogas (ADSU), o comandante da Guarda Costeira Nacional (NCG), Capitão Binoop, bem como vários policiais de alta patente e membros da Unidade de Investigação Criminal (DCIU) do porto.

Retirada da droga

Na tarde de domingo as drogas foram descarregados do navio, sob escolta armada por comandos e membros da ADSU (Unidade Antidrogas e de Combate ao Contrabando) e transferidas para a embarcação da Guarda Costeira da Nigéria (NCG), antes de serem levadas para o cais em um veículo blindado da Força Móvel Especial (SMF).

Os pacotes foram carregados em dois veículos blindados pertencentes à Força Móvel Especial (SMF) para transporte imediato ao quartel-general da ADSU no Quartel Central.

Amostras de DNA, coletadas tanto das embalagens quanto dos pontos de acesso manipulados no navio, foram enviadas ao Laboratório de Ciências Forenses para rastrear a cocaína até seus proprietários.

Pesagem

Segundo a pesagem oficial realizada ao final dos procedimentos conduzidos pela Divisão Portuária da ADSU (Unidade de Segurança Antidifamação), foram apreendidos 433,10 quilos de cocaína, avaliados em mais de 6 bilhões de rúpias.

De acordo com fontes policiais, o engenheiro-chefe e o segundo engenheiro do navio grego estiveram presentes em todas as etapas da pesagem e verificação dos lacres, sob a supervisão da ADSU e da SOCO (Unidade de Operações Especiais). O navio foi colocado sob guarda armada, com um destacamento de segurança ao redor do cais, aguardando instruções do Ministério Público e os procedimentos legais subsequentes.

Porta-voz da polícia

Em uma declaração inicial feita no porto no domingo, o porta-voz da polícia, o Superintendente Adjunto da Polícia (DASP) Lidialam, confirmou a estratégia de intervenção: “Tomamos a decisão de permitir que a embarcação entrasse em nosso território e apreendemos as drogas”. Ele observou que a operação foi conduzida em conjunto por unidades policiais especializadas. Ele também especificou que, quando as autoridades mauricianas embarcaram na embarcação, a casa de máquinas onde as drogas estavam localizadas já estava lacrada por ordem do capitão.

O Subinspetor Adjunto Lidialam afirmou que a pesagem realizada em terra e o lacre das drogas estabeleceram um peso total de 433,10. Ele acrescentou que a polícia mauriciana manteve vigilância e controle constantes da embarcação durante sua viagem até Port Louis. Na tarde de domingo, as drogas foram lacradas na Delegacia Central de Polícia, marcando um passo crucial na investigação, e a busca na embarcação continuou.

Os 23 tripulantes foram interrogados pela Unidade Antidrogas e de Contrabando (ADSU) do Porto como parte da investigação.

Porto de Origem

Segundo informações preliminares, apuradas pelo Portal Segurança Portuária em Foco, o navio Alpha Bravery deixou o Porto de Ponta da Madeira, no Brasil, no dia 7 de outubro, com destino à Singapura.

O Terminal Marítimo de Ponta da Madeira é um porto pertencente à Vale S.A.. O porto é adjacente ao Porto do Itaqui, próximo à cidade de São Luís e defronte à Baía de São Marcos, no Maranhão, nordeste do Brasil.

Corredor do Narcotráfico

Esta apreensão representou um duro golpe para as redes de narcotráfico que utilizam o Oceano Índico como corredor estratégico.

Por mais de seis meses, as autoridades mauricianas monitoraram de perto atividades suspeitas na região, em particular a presença recorrente de dhows iranianos, barcos tradicionais de vela, com um ou dois mastros, utilizados no Golfo Pérsico, Mar da Arábia e Oceano Índico, vindas do Irã, suspeitas de transportar heroína e fazer entregas no mar.

Essas embarcações tradicionais são frequentemente citadas em relatórios regionais como vetores preferenciais para o tráfico de heroína proveniente do Crescente Dourado (Irã, Paquistão, Afeganistão).

A polícia mauriciana suspeita que uma lancha local foi contratada para recolher o carregamento de narcóticos em alto-mar, antes que chegasse ao mercado mauriciano.

A Comunicação as Autoridades das ilhas Maurício.

O capitão tomou uma decisão com consequências de longo alcance, mas considerada "sábia" pelas autoridades: notificar imediatamente aa autoridades das Ilhas Maurício após a descoberta de sacos suspeitos escondidos no porão do navio.

Segundo consta, o motivo é que a lei antidrogas de Singapura é extremamente rigorosa: qualquer carregamento de narcóticos descoberto em suas águas ía expor a tripulação — composta por três gregos e 21 brasileiros, segundo relatos iniciais — à pena de morte. Para o capitão, informar as autoridades das Ilhas Maurício era a única atitude responsável para proteger a vida de sua tripulação.

Investigação

Diversas unidades especializadas trabalham para determinar quem carregou as drogas, as circunstâncias exatas do ocultamento, as rotas do navio, o possível envolvimento da tripulação ou de outros atores internacionais e quem foi o responsável pela recuperação dos pacotes no mar.


A nossa missão é manter informado àqueles que nos acompanham, de todos os fatos, que de alguma forma, estejam relacionados com a Segurança Portuária em todo o seu contexto (Safety/Security). A matéria veiculada apresenta cunho jornalístico e informativo, inexistindo qualquer crítica política ou juízo de valor.    

* Texto: O texto deste artigo relata acontecimentos, baseado em fatos obtidos pelo acesso a fontes jornalísticas reconhecidas e confiáveis e dados observados ou verificados diretamente junto a colaboradores.

* Direitos Autorais: Os artigos e notícias, originais deste Portal, tem a reprodução autorizada pelo autor, desde que, seja mencionada a fonte e adicionado o link do artigo.



Continue lendo ►

LEGISLAÇÕES