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segunda-feira, 7 de abril de 2025

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AUTORIDADES PORTUGUESAS INTERCEPTAM NARCOSSUBMARINO COM 6,5 TONELADAS DE COCAÍNA


A investigação aponta que a embarcação partiu de Macapá, no Brasil, e tinha como destino o Porto de Sines, em Portugal

No dia 25 de março, as autoridades portuguesas interceptaram, a 550 milhas náuticas das Ilhas dos Açores e a 680 milhas náuticas, a sudoeste das Ilhas Canárias, no Oceano Atlântico, um narcossubmarino transportando aproximadamente 6,5 toneladas de cocaína, com destino à Península Ibérica.

Semi-submersível

Apesar de ser classificado pelas autoridades como um submarino, a embarcação é um semi-submersível, de 18 metros de comprimento, pintado da cor do mar e com só meio metro de altura fora da linha de água - além da pequena casa do leme com minúsculas janelas e meios de orientação -, chamam-lhe na gíria um ‘narcossubmarino’ - mas na verdade é incapaz de entrar em imersão.

Ele navega parcialmente submerso no oceano para dificultar a sua localização por radar, sonar ou sistemas infravermelhos.

Ao mesmo tempo, a construção em fibra de vidro e o design que minimiza a produção de ondas superficiais tornam-nos praticamente invisíveis aos métodos tradicionais de vigilância marítima.

Tipicamente, estas embarcações são equipadas com motores a diesel, permitindo alcançar a velocidade de cerca de 20 km/h. Com tanques de combustível de grande capacidade, podem percorrer até 3.200 quilómetros sem necessidade de reabastecimento.

A tripulação é geralmente composta por três a cinco pessoas, e a capacidade de carga varia entre quatro e 12 toneladas.

A utilização desse tipo de embarcação tem se tornado cada vez mais frequente pelos traficantes de drogas para evitar a fiscalização rigorosa no mar.

Droga apreendida

Após a apreensão da carga ilícita, a droga foi transferida para uma embarcação da Marinha Portuguesa, que conduziu a substância para o continente português.  A embarcação foi rebocada para uma inspeção mais detalhada.


Procedência

O diretor nacional da Polícia Judiciária (PJ), Luís Neves, se recusou a identificar o país de origem da droga, por ainda decorrerem operações "do outro lado do Atlântico”, mas disse que a droga é proveniente da América do Sul.

O diretor explicou ainda que os submergíveis usados nestas rotas são construídos pelos próprios carteis de droga, em estaleiros artesanais ilegais. "São manufaturados e equipados com tecnologia de ponta", afirmou Neves.

Segundo a Polícia Judiciária, essa é a primeira vez que uma embarcação desse tipo é interceptada por Portugal no Oceano Atlântico.

De acordo com as autoridades europeias, a investigação aponta que a embarcação partiu de Macapá, no Amapá, na foz do rio Amazonas, no Brasil, e tinha como destino o Porto de Sines, em Portugal.

Operação Nautilus

A ação foi uma operação coordenada entre as autoridades portuguesas — Polícia Judiciária (PJ), Marinha e Força Aérea — e a Guardia Civil Espanhola, a Drug Enforcement Administration (DEA) dos EUA e a National Crime Agency (NCA) do Reino Unido, que recebeu o nome de “Operação Nautilus”. Ela teve origem em informação partilhada pela Guardia Civil no Maritime Analysis and Operations Centre – Narcotics (MAOC-N), com sede em Lisboa.

Tripulantes

Na embarcação seguiam cinco tripulantes, sendo três do Brasil, um da Colômbia e um da Espanha, juntamente com as cerca de sete toneladas de droga, droga esta que teria como destino final diversos países do continente europeu.

Os três brasileiros presos foram identificados como Maikon Reis da Silva, de 38 anos, e Nelson da Páscoa Corrêa Costa, de 61 anos, ambos de Abaetetuba; e José Mauro Gonçalves, de 52 anos, natural de Igarapé-Miri. Além deles, também estavam na embarcação um espanhol e um colombiano. A polícia ainda investiga o papel de cada um na operação criminosa.

Um dos brasileiros presos alegou que decidiu participar do transporte da droga, porque havia sofrido três ataques cardíacos e precisava de dinheiro para pagar os custos de uma cirurgia no Brasil.

Prisão preventiva

De acordo com as autoridades envolvidas na operação, os integrantes do grupo “não são aprendizes” e foram treinados para a ação criminosa.

De acordo com a PJ, os detidos foram transportados dos Açores para Lisboa, para serem ouvidos no Campus da Justiça em primeiro interrogatório judicial, tendo-lhes sido aplicada a medida de coação mais gravosa - prisão preventiva.

Apreensão recorde

A quantidade de droga apreendida representa mais de um quarto de todas as apreensões de cocaína feitas em Portugal em 2024 (23 toneladas), um ano recorde para o país, que é uma das portas de entrada dos produtos ilegais na Europa.

A investigação, a cargo da Unidade Nacional de Combate ao Tráfico de Estupefacientes da PJ, prossegue em cooperação com as autoridades de outros países. 


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