Foto: Reprodução Polícia Civil |
Policial civil foi condenado por usar viatura para roubar caminhão,
sequestrar o motorista e levar 37 toneladas de soja em Santos (SP)
Segundo o site
Metropolis, o governador Tarcísio de Freitas (Republicanos) cassou a
aposentadoria do escrivão-chefe Wagner Marcello da Silva Floripes, de 54 anos,
que usou uma viatura da Polícia Civil para sequestrar o motorista de um
caminhão e roubar a carga de 37 toneladas de soja, em Santos, no litoral
paulista.
O roubo da carga de
soja, então avaliada em R$ 42 mil, aconteceu em maio de 2016. Por causa do
crime, o agora ex-policial civil perdeu o cargo público e foi condenado, em
abril de 2022, a 11 anos e 6 meses de prisão, em regime fechado. Ele alega
inocência.
A cassação da
aposentadoria do ex-policial foi publicada pelo governador na quarta-feira (27/3),
no Diário Oficial do Estado, após a condenação dele no Tribunal de Justiça
(TJSP) transitar em julgado.
Wagner era lotado na
Delegacia Seccional de Itanhaém, também no litoral. Segundo o processo, o
ex-policial era o único servidor da Polícia Civil que teve acesso uma viatura
descaracterizada, de janeiro de 2014 a agosto de 2016, usada para cometer o
assalto.
Sequestro e roubo de carga
Na noite de 3 de
maio de 2016, Wagner e três comparsas, vestidos com jaquetas com a inscrição
“Polícia Civil”, usaram a viatura para abordar um motorista de caminhão, na Rua
Tuiuti, que transportava 36.950 quilos de soja. A carga seria levada até o
Porto de Santos.
Os ladrões chegaram
a acionar o giroflex do veículo policial e pararam na frente do caminhão. Em
seguida, eles anunciaram o roubo e, armados, ameaçaram o motorista. O assalto
aconteceu às 23h30.
Um dos criminosos
assumiu a direção do caminhão. Já o ex-escrivão ficou responsável por dirigir a
viatura, onde a vítima foi colocada, até um cativeiro em Cubatão, município
vizinho de Santos.
O caminhão foi
abandonado depois no Jardim São Manoel, em Santos, mas o paradeiro da carga até
hoje é desconhecido. Já o motorista foi liberado às margens da Rodovia Anchieta
horas depois.
Condenação
Segundo a
investigação, também participaram do crime Jefferson Miguel Melo, o Zoio, Cesar
Augusto Santos, o Beiço, e Bruno da Silva Aires, o Bruninho. Eles foram
reconhecidos pela vítima.
No julgamento,
Wagner negou o assalto e afirmou não conhecer os outros investigados. A defesa
também alegou que “nada foi encontrado com o acusado que o colocasse na cena do
crime” e pediu sua absolvição.
O juiz Leonardo de
Mello Gonçalves, do TJSP, recusou a versão da defesa e decidiu condená-lo.
“O réu negou a
autoria delitiva, contudo as provas angariadas durante o inquérito policial e a
instrução criminal, não deixam dúvida quanto a sua participação na empreitada
criminosa”, registrou na sentença.
Fonte: Metropolis – Por Felipe Resk
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