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segunda-feira, 4 de setembro de 2023

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PF DESARTICULA ORCRIM INVESTIGADA PELO ENVIO DE 17 TONELADAS DE COCAÍNA PARA A EUROPA

 

Grande parte da droga movimentada pelo grupo tinha como destino os portos da Europa, predominantemente pelo Porto de Santos

A Polícia Federal deflagrou na última quarta-feira, 30/8, a Operação Pactolo, que teve como objetivo reprimir e desarticular um braço do PCC - Primeiro Comando da Capital, Organização Criminosa (ORCRIM), especializada no tráfico internacional de drogas, utilizando-se do Porto de Santos, no litoral de São Paulo e de outros portos brasileiros.

Nesta operação, cerca de 30 policiais federais estiveram nas ruas para dar cumprimento a 8 mandados de busca e apreensão em endereços situados nas cidades de Praia Grande e Santos, na Baixada Santista.

Além dos mandados, foram decretadas medidas patrimoniais de sequestro de 12 bens imóveis, como apartamentos de luxo, bem como o bloqueio de bens e valores existentes nas contas bancárias e aplicações financeiras dos investigados, totalizando um valor estimado de aproximadamente R$ 2.800.000.000,00 (dois bilhões e oitocentos milhões de reais).

Segundo o Delegado da Polícia Federal Fabrizio Galli, as investigações tiveram início há três anos com a apreensão de uma toneldada de cocaína em uma carga de proteína de soja) no Porto de Santos. “Nestes três anos apuramos que as empresas constituídas exportaram em cerca de 21 eventos, quase 17 toneladas de droga”, disse Galli.

As investigações revelaram que a ORCRIM constituiu uma complexa estrutura logística para operacionalizar as ações de narcotráfico internacional, que abrange desde a produção da droga no exterior, seu posterior ingresso e transporte dentro do território nacional, distribuição interna, preparação e envio dos carregamentos de cocaína para o exterior utilizando principalmente o modal marítimo.

“Funcionavam algumas empresas, que mudavam as Razões sociais a cada seis meses, ou os sócios. Eles se alternavam na sociedade. As empresas operavam no Brasil inteiro. Se utilizavam de cargas de frutas, limões, mangas, farinha de trigo, açúcar, madeira. Era uma rede bem organizada para esse tipo de exportação”, disse Galli.

Solicitamos mandados de prisão aos sócios das empresas, mas não aos funcionários. Em relação aos sócios, fizemos buscas nas casas, e cumprimos o mandado de busca. O material será analisado e, dependendo do que foi obtido, vamos apresentar novos pedidos à justiça. As matrizes das empresas se concentram na região de Santos”, declarou.

Segundo o delegado, as empresas se intitulavam como bares, restaurantes e até casas de shows, mas não promoviam eventos, se concentrando apenas na lavagem de dinheiro.

Grande parte da droga movimentada pelo grupo tinha como destino os portos da Europa e, para isto, atuavam predominantemente na região do Porto de Santos.

As investigações revelaram ainda que lideranças da Organização empregavam diversas metodologias para ocultar e dissimular a procedência ilícita dos valores recebidos com o tráfico de drogas, e para tanto, constituíam diversas empresas fictícias.

Os investigados na operação responderão, cada qual dentro da sua esfera de responsabilidade, pelos crimes de organização criminosa, tráfico internacional de drogas e associação para fins de tráfico, bem como pelo crime de lavagem de dinheiro.


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