Grande
parte da droga movimentada pelo grupo tinha como destino os portos da Europa,
predominantemente pelo Porto de Santos
A Polícia Federal
deflagrou na última quarta-feira, 30/8, a Operação Pactolo, que teve como
objetivo reprimir e desarticular um braço do PCC - Primeiro Comando da Capital,
Organização Criminosa (ORCRIM), especializada no tráfico internacional de
drogas, utilizando-se do Porto de Santos, no litoral de São Paulo e de outros
portos brasileiros.
Nesta operação,
cerca de 30 policiais federais estiveram nas ruas para dar cumprimento a 8
mandados de busca e apreensão em endereços situados nas cidades de Praia Grande
e Santos, na Baixada Santista.
Além dos
mandados, foram decretadas medidas patrimoniais de sequestro de 12 bens
imóveis, como apartamentos de luxo, bem como o bloqueio de bens e valores
existentes nas contas bancárias e aplicações financeiras dos investigados,
totalizando um valor estimado de aproximadamente R$ 2.800.000.000,00 (dois
bilhões e oitocentos milhões de reais).
Segundo o
Delegado da Polícia Federal Fabrizio Galli, as investigações tiveram início há três anos com a apreensão de uma toneldada de cocaína em uma carga de proteína
de soja) no Porto de Santos. “Nestes três anos apuramos que as empresas
constituídas exportaram em cerca de 21 eventos, quase 17 toneladas de droga”,
disse Galli.
As investigações
revelaram que a ORCRIM constituiu uma complexa estrutura logística para
operacionalizar as ações de narcotráfico internacional, que abrange desde a
produção da droga no exterior, seu posterior ingresso e transporte dentro do
território nacional, distribuição interna, preparação e envio dos carregamentos
de cocaína para o exterior utilizando principalmente o modal marítimo.
“Funcionavam
algumas empresas, que mudavam as Razões sociais a cada seis meses, ou os
sócios. Eles se alternavam na sociedade. As empresas operavam no Brasil
inteiro. Se utilizavam de cargas de frutas, limões, mangas, farinha de trigo,
açúcar, madeira. Era uma rede bem organizada para esse tipo de exportação”,
disse Galli.
Solicitamos
mandados de prisão aos sócios das empresas, mas não aos funcionários. Em
relação aos sócios, fizemos buscas nas casas, e cumprimos o mandado de busca. O
material será analisado e, dependendo do que foi obtido, vamos apresentar novos
pedidos à justiça. As matrizes das empresas se concentram na região de Santos”,
declarou.
Segundo o
delegado, as empresas se intitulavam como bares, restaurantes e até casas de
shows, mas não promoviam eventos, se concentrando apenas na lavagem de
dinheiro.
Grande parte da
droga movimentada pelo grupo tinha como destino os portos da Europa e, para
isto, atuavam predominantemente na região do Porto de Santos.
As investigações
revelaram ainda que lideranças da Organização empregavam diversas metodologias
para ocultar e dissimular a procedência ilícita dos valores recebidos com o
tráfico de drogas, e para tanto, constituíam diversas empresas fictícias.
Os investigados
na operação responderão, cada qual dentro da sua esfera de responsabilidade,
pelos crimes de organização criminosa, tráfico internacional de drogas e
associação para fins de tráfico, bem como pelo crime de lavagem de dinheiro.
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Os comentários publicados não representam a opinião do Portal Segurança Portuária Em Foco. A responsabilidade é do autor da mensagem. Não serão aceitos comentários anônimos. Caso não tenha conta no Google, entre como anônimo mas se identique no final do seu comentário e insira o seu e-mail.