A
Operação Bahamut é desdobramento das operações, Tamoios e Brutium, que buscaram
reprimir a prática de tráfico internacional de cocaína para a Europa, por meio
de navios
A Polícia Federal
(PF) deflagrou, na manhã da quarta-feira, 12/7, a Operação Bahamut para desarticular
dois grupos criminosos especializados na lavagem de dinheiro proveniente do
tráfico internacional de drogas e outros delitos.
A operação, com a participação de 80 policiais federais, teve como objetivo cumprir 11 mandados de prisão preventiva e 29 mandados de busca e apreensão nos estados do Rio de Janeiro, São Paulo, Santa Catarina e Rio Grande do Sul, contra dois grupos criminosos que movimentaram mais de R$ 2 bilhões desde 2017.
Em adição aos
mandados, expedidos pela 3ª Vara Federal Criminal do Rio de Janeiro, foi determinado
o sequestro de bens e valores em nome de laranjas (pessoas que “emprestam” o
nome para terceiros) e de empresas de fachada, utilizadas para ocultação de
patrimônio ilícito. Ao todo, foi determinado o bloqueio de aproximadamente R$
250 milhões, além da constrição de bens móveis e imóveis.
Prisões
A organização
criminosa (Orcrim) contava com a participação de sírios, dois já se encontravam
presos, e mais seis foram detidos nessa operação.
Apreensão
Os policiais federais apreenderam ao menos seis carros de luxo e dinheiro em espécie, sendo R$ 2 milhões e mais 2 milhões de pesos argentinos (o equivalente a mais de R$ 36 mil).
Investigação
A investigação da
Delegacia de Repressão a Drogas (DRE/RJ/PF) é desdobramento das operações,
Tamoios e Brutium, deflagradas no Rio de Janeiro nos anos de 2021 e 2022, e que
buscaram reprimir a prática de tráfico internacional de cocaína para a Europa,
por meio de navios.
As apurações
constataram que dois núcleos distintos - com formas de atuação semelhantes, e
comandados por estrangeiros - prestavam suporte financeiro por meio do
branqueamento de capitais (lavagem de dinheiro).
Uma casa de
câmbio no Rio de Janeiro foi identificada como responsável pela internalização
de valores provenientes de outros países para o pagamento de traficantes no
Brasil.
Verificou-se que
a atuação dos suspeitos se baseava na criação de empresas de fachada em nome de
interpostas pessoas (laranjas), as quais eram utilizadas para a abertura de
contas usadas na movimentação dos valores ilícitos.
Mais de 20
empresas criadas com essa finalidade foram identificadas. A investigação também
apontou a realização de transações financeiras e negociações envolvendo o
Brasil e países da Europa, América do Norte e América do Sul.
Além de transações injustificáveis por intermédio de empresas inexistentes, a PF também identificou que os grupos criminosos forneciam o serviço de lavagem de capitais por meio de criptoativos.
Vida de Luxo
Alguns alvos da
operação ostentavam vida de luxo e residiam em imóveis de alto padrão, além de
possuírem veículos importados de elevado valor, bem como realizavam viagens
internacionais de maneira constante.
Crimes
Os fatos
investigados abrangem os crimes de organização criminosa, gestão fraudulenta de
instituição financeira e lavagem de capitais, cujas penas, se somadas podem
alcançar 30 anos de prisão.
Nome da operação
O nome da
operação, Bahamut, faz alusão a uma criatura da mitologia árabe que sustenta a
Terra. De acordo com a PF, no caso das investigações, os grupos se prestavam a
sustentar a articulação financeira ilícita das organizações criminosas.
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