Ele foi
acusado pela PF, de integrar uma quadrilha responsável por tentar enviar ao
menos oito toneladas de cocaína para a Europa pelo Porto do Rio de Janeiro
Apontado pela
Polícia Federal como líder do PCC (Primeiro Comando da Capital) em Portugal, o
narcotraficante Leonardo Serro dos Santos, 47, o Carioca, deixou a cidade
portuguesa de Cascais para assistir aos jogos da Copa do Mundo no Qatar. Após a
eliminação do Brasil, ele viajou para os Emirados Árabes e foi preso.
Leonardo acabou
detido esta semana pela Interpol (a polícia internacional) em Abu Dhabi, na
capital dos Emirados Árabes, para onde tinha viajado e encontrado com
familiares depois de acompanhar no vizinho Qatar a eliminação da seleção brasileira
diante da Croácia.
O narcotraficante
também é apontado pelas autoridades portuguesas e brasileiras como responsável
pelo recrutamento de criminosos para trabalhar junto à facção naquele país
europeu.
Os advogados
Renata Medeiros e Victor Nagib, defensores de Leonardo, disseram que o cliente,
embora responda a processo criminal na 5ª Vara Federal do Rio de Janeiro, em
momento algum foi acusado pelo Ministério Público Federal de liderar
organização criminosa e não tem qualquer relação com o PCC.
Segundo os
defensores, ao contrário do que foi noticiado, Leonardo não compareceu ao jogo
da Copa do Mundo e há cerca de 10 meses mora em Dubai, onde possui residência
fixa e trabalha como "state agent".
Os advogados
afirmaram ainda que Leonardo é pessoa digna de respeito, chefe de família e não
possui indício algum de personalidade violenta que tentam lhe atribuir. Os
defensores acrescentaram que "comprovarão a inocência e dele durante a
instrução, momento adequado para análise das teses defensivas".
Já em Portugal,
segundo a polícia local, o luso-brasileiro tinha residência fixa em Parede, uma
vila de Cascais, e se apresentava como agenciador de jogadores de futebol. Ele
também era investigado pela DEA (Drug Enforcement Administration, em inglês),
departamento dos Estados Unidos dedicado ao combate ao narcotráfico.
No Brasil,
Leonardo teve a prisão preventiva decretada no início deste ano pela 5ª Vara
Federal do Rio de Janeiro. Ele foi acusado pela Polícia Federal, na Operação
Turfe, de integrar uma quadrilha responsável por tentar enviar ao menos oito
toneladas de cocaína para a Europa pelo porto fluminense.
Em novembro de
2020, a Polícia Federal infiltrou um agente na quadrilha de narcotraficantes. O
policial se passou por funcionário do controle de inspeção do equipamento de
raio-x do Porto do Rio de Janeiro e manteve encontros com Leonardo.
As investigações
apontaram que nas conversas com o agente infiltrado, o luso-brasileiro se
comprometeu em pagar propina em troca dos carregamentos de cocaína em
contêineres com destino a vários países europeus.
Segundo a Polícia
Federal, a quadrilha de narcotraficantes pagou ao agente infiltrado US$ 2,2 milhões
(R$ 5,8 milhões) referentes aos embarques de cinco toneladas de cocaína.
Habeas corpus
Graças a um
habeas corpus, Leonardo teve a prisão preventiva revogada e conseguiu viajar
para Portugal. O governo brasileiro deve pedir a extradição do criminoso nos
próximos dias.
A presença de
narcotraficantes da maior facção criminosa do Brasil em território lusitano
preocupa as autoridades dos dois países. Representantes da Polícia Judiciária
portuguesa e da Polícia Federal brasileira realizaram reunião virtual na semana
retrasada para discutir o assunto.
Fonte: JosmarJozino / Coluna site UOL
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