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segunda-feira, 9 de janeiro de 2023

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HOMEM APONTADO COMO LÍDER DO PCC EM PORTUGAL É PRESO APÓS VER COPA NO QATAR

 

Ele foi acusado pela PF, de integrar uma quadrilha responsável por tentar enviar ao menos oito toneladas de cocaína para a Europa pelo Porto do Rio de Janeiro

Apontado pela Polícia Federal como líder do PCC (Primeiro Comando da Capital) em Portugal, o narcotraficante Leonardo Serro dos Santos, 47, o Carioca, deixou a cidade portuguesa de Cascais para assistir aos jogos da Copa do Mundo no Qatar. Após a eliminação do Brasil, ele viajou para os Emirados Árabes e foi preso.

Leonardo acabou detido esta semana pela Interpol (a polícia internacional) em Abu Dhabi, na capital dos Emirados Árabes, para onde tinha viajado e encontrado com familiares depois de acompanhar no vizinho Qatar a eliminação da seleção brasileira diante da Croácia.

O narcotraficante também é apontado pelas autoridades portuguesas e brasileiras como responsável pelo recrutamento de criminosos para trabalhar junto à facção naquele país europeu.

Os advogados Renata Medeiros e Victor Nagib, defensores de Leonardo, disseram que o cliente, embora responda a processo criminal na 5ª Vara Federal do Rio de Janeiro, em momento algum foi acusado pelo Ministério Público Federal de liderar organização criminosa e não tem qualquer relação com o PCC.

Segundo os defensores, ao contrário do que foi noticiado, Leonardo não compareceu ao jogo da Copa do Mundo e há cerca de 10 meses mora em Dubai, onde possui residência fixa e trabalha como "state agent".

Os advogados afirmaram ainda que Leonardo é pessoa digna de respeito, chefe de família e não possui indício algum de personalidade violenta que tentam lhe atribuir. Os defensores acrescentaram que "comprovarão a inocência e dele durante a instrução, momento adequado para análise das teses defensivas".

Já em Portugal, segundo a polícia local, o luso-brasileiro tinha residência fixa em Parede, uma vila de Cascais, e se apresentava como agenciador de jogadores de futebol. Ele também era investigado pela DEA (Drug Enforcement Administration, em inglês), departamento dos Estados Unidos dedicado ao combate ao narcotráfico.

No Brasil, Leonardo teve a prisão preventiva decretada no início deste ano pela 5ª Vara Federal do Rio de Janeiro. Ele foi acusado pela Polícia Federal, na Operação Turfe, de integrar uma quadrilha responsável por tentar enviar ao menos oito toneladas de cocaína para a Europa pelo porto fluminense.

Em novembro de 2020, a Polícia Federal infiltrou um agente na quadrilha de narcotraficantes. O policial se passou por funcionário do controle de inspeção do equipamento de raio-x do Porto do Rio de Janeiro e manteve encontros com Leonardo.

As investigações apontaram que nas conversas com o agente infiltrado, o luso-brasileiro se comprometeu em pagar propina em troca dos carregamentos de cocaína em contêineres com destino a vários países europeus.

Segundo a Polícia Federal, a quadrilha de narcotraficantes pagou ao agente infiltrado US$ 2,2 milhões (R$ 5,8 milhões) referentes aos embarques de cinco toneladas de cocaína.

Habeas corpus

Graças a um habeas corpus, Leonardo teve a prisão preventiva revogada e conseguiu viajar para Portugal. O governo brasileiro deve pedir a extradição do criminoso nos próximos dias.

A presença de narcotraficantes da maior facção criminosa do Brasil em território lusitano preocupa as autoridades dos dois países. Representantes da Polícia Judiciária portuguesa e da Polícia Federal brasileira realizaram reunião virtual na semana retrasada para discutir o assunto.

Fonte: JosmarJozino / Coluna site UOL


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