Organização
criminosa enviava drogas para a Itália em pisos de mármore e granito pelo Porto
de Vitória
A Polícia Federal
(PF) deflagrou, na manhã da última quarta-feira (24), mais uma operação de
combate a uma organização criminosa (Orcrim) de tráfico internacional de
drogas. Os mandados foram cumpridos nos estados de Goiás, Santa Catarina e
Espírito Santo.
A Orcrim utilizava
os portos do Espírito Santo para transportar grandes quantidades de cocaína do
Brasil para a Itália. Os entorpecentes eram escondidos dentro de placas de
mármore e granito.
Na operação duas
pessoas foram presas, uma delas é Josaph Bruzezi, italiano, apontado como chefe
do grupo criminoso, em Goiânia (GO). Na casa dele, que tem dois andares,
mobília de luxo e uma grande piscina ao lado da sala, os policiais apreenderam
computadores, celulares e anotações relacionadas ao grupo criminoso. Segundo o
delegado Vinícius Oliveira Binda, substituto da Delegacia de Drogas da PF, a
investigação é para verificar e corroborar a participação dele na ação.
Segundo a PF,
trata-se de um criminoso conhecido das autoridades europeias e seria membro da
'Ndrangueta', uma organização mafiosa que controla parte do tráfico de cocaína
com destino à Europa.
O outro é um
parceiro dele, que foi preso em Santa Catarina. O carro de luxo dele também foi
apreendido.
No Espírito
Santo, foram cumpridos três mandados de busca e apreensão, sendo um deles na
Av. Saturnino de Brito, na Praia do Canto, bairro nobre de Vitória, capital do
estado. No prédio de luxo, os policiais apreenderam documentos e mídias
digitais.
O proprietário do
apartamento é dono de uma empresa de mármore e granito de Castelo, no Sul do
estado, que também foi alvo da operação. Um dos delegados responsáveis pela
operação explicou que essa empresa teria sido a responsável por exportar a
cocaína para a Europa dentro de placas de mármore e granito.
As investigações
apontaram que o empresário capixaba e o italiano já se conheciam de longa data.
Investigação começou em 2020
Segundo a Polícia
Federal, a investigação teve início com informações recebidas da Itália
referentes a uma apreensão de 338 kg de cocaína ocorrida no Porto de La Spezia,
na Itália.
A droga foi
apreendida em 28 de dezembro de 2020 e estava escondida entre pisos de granito,
produzidos e embarcados no Espírito Santo. Quatro pessoas foram presas em
flagrante na ocasião, sendo uma brasileira, uma italiana e duas albanesas.
"A partir
desse momento, foram estabelecidas medidas de cooperação internacional visando
obter junto à Guardia de Finanza, autoridade italiana responsável pela ação
policial naquele país, todas as provas produzidas em território italiano que
pudessem ajudar a determinar os envolvidos na exportação criminosa aqui no
Espírito Santo ou ainda em outras localidades do Brasil", disse a PF.
Os investigados
poderão responder pela prática do delito de organização criminosa, tráfico
internacional de drogas e, eventualmente, pela lavagem de capitais. Se
condenados, as penas aplicadas podem passar de 30 anos.
Nome da Operação
A operação foi chamada
de La Spezia em menção ao nome do porto italiano onde foi apreendida a cocaína
que deu origem a investigação.
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