André Oliveira Macedo, o André do Rap
O parceiro foi
preso pela Polícia Federal durante a Operação Diamond
Uma lancha
avaliada em R$ 3 milhões, de Vinycius Soares da Costa, 32, o Evoque, apontado
como braço direito do traficante internacional de drogas André Oliveira Macedo,
44, o André do Rap, foragido da Justiça, estava em nome de uma diarista da
favela Vila do Pantanal, um dos bairros mais pobres de Santos (SP), segundo a
Polícia Federal (PF).
Outra loja de
roupas de grife, denominada Diamonds Multimarcas, também de Evoque,
estabelecida em um shopping em Santos, foi aberta em nome de uma cabeleireira,
diz a PF. A mulher vive na Vila Áurea, outro bairro humilde na periferia do
Guarujá (SP).
Evoque foi preso pela Polícia Federal no dia 9 de agosto, durante a Operação Diamond, cujo nome é
justamente em alusão à loja de roupas dele. O parceiro de André do Rap é
investigado por suspeita de lavar dinheiro arrecadado com o tráfico
internacional de cocaína para a Europa, via porto de Santos.
A reportagem não
conseguiu contato com o advogado João Manoel Armôa Júnior, defensor de
Vinycius, mas publicará a versão dele na íntegra assim que houver um
posicionamento.
Durante a
operação foram cumpridos 44 mandados de busca e apreensão em São Paulo e Santa
Catarina. A Justiça Federal bloqueou R$ 5,6 milhões em bens do acusado,
incluindo a lancha, carros importados, relógios, esmeraldas e outras pedras
preciosas.
As investigações
tiveram início em dezembro de 2020, quando a Polícia Federal apreendeu R$ 1,8
milhão e US$ 730 mil em uma casa-cofre relacionada a Evoque, na cidade de
Santos. Parte do dinheiro estava escondida no compartimento secreto de um carro
e o restante na garagem.
Evoque não chegou
a ser preso na ocasião. Um empreiteiro que trabalhava na construção da
casa-cofre e recebeu em dólares pelos serviços prestados, e uma mulher que
estava no imóvel chegaram a ser detidos e autuados em flagrante por crimes
contra o sistema financeiro e lavagem de dinheiro.
Na ocasião, o
advogado João Manoel Armôa Júnior afirmou à coluna que Evoque é inocente, não
lava dinheiro, não é comparsa de André do Rap e não tem nenhuma relação com a
apreensão realizada pela Polícia Federal na casa-cofre em Santos.
Foragido desde outubro de 2020
Apontado como um
dos maiores traficantes de cocaína do Brasil e acusado de integrar o PCC
(Primeiro Comando da Capital), André do Rap é procurado pela Interpol (Polícia
Internacional), desde 10 de outubro de 2020, quando saiu da Penitenciária 2 de
Presidente Venceslau (SP) pela porta da frente.
O
narcotraficante, condenado a 15 anos e seis meses, foi solto graças a um habeas
corpus concedido pelo ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) Marco Aurélio
Mello. Horas mais tarde, a liberdade dele foi cassada pela própria Suprema
Corte.
Ao assinar o
alvará de Justiça na P2 de Venceslau, André do Rap forneceu como endereço um
imóvel no Guarujá. Ele prometeu ir para casa, mas tomou rumo ignorado e é
considerado foragido.
Os advogados de
André do Rap, Anderson dos Santos Domingues e Áureo Tupinambá afirmaram à
reportagem que o cliente é inocente de todas as acusações e que isso será
definitivamente comprovado no curso do procedimento criminal.
Fonte: Por Josmar Jozino - UOL
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