Mariano
foi o principal alvo da Operação "Efeito Cascata"
A Interpol
(Polícia Internacional) procura o brasileiro Diogo Ferreira Mariano, acusado
pela Polícia Federal (PF) de liderar uma quadrilha responsável pelo envio de 23
toneladas de cocaína para a Europa pelos portos de Itaguaí (RJ) e Santos (SP),
desde 2018.
Mariano foi o
principal alvo da Operação "Efeito Cascata", deflagrada pela PF no
dia 17 de agosto, mas não foi localizado. A suspeita dos agentes federais
brasileiros é a de que o narcotraficante esteja escondido em Dubai, nos
Emirados Árabes, de onde coordenaria a lavagem de dinheiro do bando.
A reportagem não
conseguiu contato com o advogado de Diogo Ferreira Mariano, mas publicará a
versão dos defensores dele na íntegra, se houver um posicionamento.
Durante a
operação, os policiais prenderam 27 pessoas e cumpriram 34 mandados de busca e
apreensão contra a organização criminosa. Por determinação da Justiça também
foram bloqueados R$ 500 milhões e confiscados 19 imóveis relacionados aos
investigados.
Em um dos
endereços de Mariano, na Barra da Tijuca, bairro de classe alta da capital do
Rio de Janeiro, os agentes federais encontraram uma réplica da McLaren do
piloto brasileiro Ayrton Senna, além de uma coleção de relógios caríssimos.
As investigações
apontaram que a organização criminosa trazia a cocaína da Bolívia, em caminhões.
A droga depois era escondida em carros menores e transportada até as áreas
portuárias, onde eram colocadas em contêineres, em meio à mercadoria lícita, e
enviadas para a Europa.
Segundo a Polícia
Federal, alguns carregamentos eram de ao menos três dos maiores
narcotraficantes do Brasil. Os agentes disseram que uma delas, apreendida no porto
de Itaguaí, pertencia ao megatraficante André Oliveira Macedo, 44, o André do
Rap.
O criminoso
também teve o nome incluído na difusão vermelha da Interpol. Ele está foragido
desde 10 de outubro de 2020, quando deixou a Penitenciária 2 de Presidente Venceslau
(SP) pela porta da frente. O narcotraficante tem condenação de 15 anos e seis
meses.
Fuminho e "Escobar brasileiro"
André do Rap foi
colocado na rua graças a um habeas corpus concedido pelo ministro Marco Aurélio
Mello, do STF (Supremo Tribunal Federal). Poucas horas depois que o
megatraficante deixou a prisão, a Suprema Corte cassou a decisão, mas já era
tarde.
Outro
carregamento era de Sérgio Roberto de Carvalho, o Major Carvalho. Chamado na
Europa de "Escobar brasileiro", em alusão ao narcotraficante
colombiano Pablo Escobar, Carvalho foi preso em um hotel de luxo na Hungria em
junho deste ano.
Uma terceira
carga de cocaína pertencia a Gilberto Aparecido dos Santos, o Fuminho,
considerado o braço direito de Marco Willians Herbas Camacho, 54, o Marcola,
apontado pelas forças de segurança como o líder máximo do PCC (Primeiro Comando
da Capital). Fuminho está preso na Penitenciária Federal de Catanduvas (PR).
A organização
criminosa começou a ser investigada em 2020, quando foram apreendidas 7 toneladas
de cocaína nos estados de São Paulo, Rio de Janeiro, Mato Grosso do Sul e
Sergipe.
Os presos
preventivamente durante a operação deflagrada pela Polícia Federal devem
responder a processo pelos crimes de associação à organização criminosa,
tráfico de drogas e lavagem de dinheiro.
Fonte: Josmar Jozino - Colunista do UOL
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