Mercadoria
foi apreendida dentro de uma carga de açaí. Aderaldo Pereira de Freitas Neto é
tenente da Polícia Militar e formado em Direito
Um dos paraenses
presos em Portugal por participar de um esquema de tráfico internacional de
drogas é o tenente da Polícia Militar Aderaldo Pereira de Freitas Neto.
Conhecido como Neto Freitas, ele é formado em Direito e é bacharel em Defesa
Social e Cidadania, conforme consta em seu perfil nas redes sociais. O nome do
outro paraense também detido em Lisboa, capital portuguesa, durante a operação
"Norte Tropical" ainda não foi confirmado.
Os dois foram
presos esta semana com a acusação de participar de esquema de tráfico
internacional de drogas. O carregamento ilegal de cocaína estaria escondido em
cargas de açaí e teria saído do Porto de Vila do Conde, em Barcarena. A dupla
faria parte de um esquema maior comandado por Ruben Oliveira, conhecido como
“Xuxas” - maior traficante português -, e pelo Sérgio Carvalho - o "Major
Carvalho", também chamado de “Escobar brasileiro”. Ambos também já foram
presos.
SAIBA MAIS: POLÍCIA JUDICIÁRIA DE PORTUGAL APREENDE COCAÍNA EM CARREGAMENTO DE AÇAÍ CONGELADO
Suspeitos são de Belém e Barcarena
A Polícia
Judiciária portuguesa confirmou a prisão dos brasileiros pela droga apreendida
em carga de açaí, mas não forneceu os nomes deles. Porém, de acordo com
informações extraoficiais, um dos acusados é um jovem empresário de Barcarena e
o outro seria agente de segurança, lotado em Belém. A polícia portuguesa
confirmou que prossegue com as investigações e com as buscas a mais pessoas
envolvidas no esquema.
Operação apreendeu carga suficiente para fazer
mais de 3 milhões de doses de cocaína
Em nota, a
Polícia Judiciária de Portugal confirmou que "através da Unidade Nacional
de Combate ao Tráfico de Estupefacientes, desencadeou, nos últimos dias, uma
operação policial no decurso da qual foi possível localizar e depois apreender
elevada quantidade de cocaína".
A autoridade
informa ainda que a droga "seria suficiente para a composição de pelo
menos 3.200.000 (três milhões e duzentas mil) doses individuais". A droga
apreendida estava em um "carregamento de açaí congelado, que havia chegado
recentemente a Portugal num contentor marítimo, proveniente de um país da
América Latina", informa a polícia portuguesa.
Segundo a
polícia, existem ainda "fortes suspeitas de (os dois presos) integrarem
uma organização criminosa que se dedica à introdução de grandes quantidades de
cocaína no continente europeu", informa.
Dupla estaria ligada ao esquema do
"Escobar brasileiro"
De acordo com
informações extraoficiais, o tráfico de drogas em cargas de açaí faz parte de
um esquema comandado pelo português Ruben Oliveira, de 28 anos, o
"Xuxas". Ele é considerado pelas autoridades portuguesas como o maior
traficante do país e com vasta rede de ligações.
Ele seria um dos
nomes fortes do traficante brasileiro Sérgio Carvalho, o “Major Carvalho”, que
foi preso na semana passada na Hungria, em megaoperação que envolveu a Polícia
Federal brasileira, a polícia portuguesa e a Interpol. Carvalho ficou conhecido
como o “Escobar brasileiro”, em referência a Pablo Escobar, colombiano que
ficou famoso por comandar um cartel do narcotráfico e estava fugido de Portugal
desde quando começou a megaoperação "Exotic Fruit", em fevereiro
deste ano.
Segundo as
investigações, Rubem Oliveira tornou-se “sócio” de Sérgio Carvalho a partir de
2018, ficando responsável por recrutar e organizar as cargas de drogas vindas
da América do Sul até a Europa, com entrada por Portugal, via marítima e aérea.
Rubem, o “Xuxas” foi preso em fevereiro deste ano, em operação chamada “Exotic
fruit“, ou “fruta exótica”, em tradução livre. O nome faz referência ao esquema
comandado por "Xuxas", que traficava cargas de cocaína em cargas de
exportação de frutas, como banana e mamão. E, com a recente prisão de dois
paraenses, estaria também traficando drogas em cargas de açaí.
"Xuxas"
ainda tentou camuflar a fortuna que ganhou com o narcotráfico, mas a grande
quantidade de automóveis de luxo que usava para se deslocar foi determinante
para denunciar seu paradeiro. Entre os carros usados por ele, estavam Porsche,
Mercedes e BMW. O narcotraficante foi preso no bairro dos Olivais, em Lisboa,
capital portuguesa, após uma movimentação de dinheiro, que seria usado para a
nova fuga dele. O destino escolhido tinha sido Madrid, na Espanha. Atualmente,
ele está preso na penitenciária de alta segurança de Monsanto, em Portugal.
Fonte: O Liberal
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