Mais de
48 mil litros de substâncias ilegais estavam escondidas em meio a uma carga de
produto para tratamento de água de piscinas
A Receita Federal
do Brasil (RFB) realizou na última quarta-feira (6/7), em duas ações distintas,
a apreensão de 24 mil litros de Paraquat (herbicida) e 24 mil litros de
Endosulfan (inseticida e acaricida) que estavam escondidos junto a carga
declarada como sendo de sulfato de alumínio, um composto químico utilizado para
o tratamento de água em piscinas. Os dois produtos têm a comercialização
proibida no Brasil devido a sua alta toxicidade. As mercadorias foram enviadas
da China e tinham como destino o Brasil.
Na primeira
apreensão, o herbicida Paraquat estava acondicionado em tonéis. Os tonéis
próximos à porta realmente continham sulfato de alumínio, mas os demais
continham a carga de agrotóxicos ilegais, em uma evidente tentativa de driblar
a fiscalização.
Já na segunda
apreensão, o inseticida Endosulfan estava acondicionado em garrafas de um
litro, misturadas a garrafas que continham sulfato de alumínio, tendo sido
utilizado o mesmo modus operandi de colocar a carga lícita próxima à porta do
container e a ilícita no restante do container.
O valor total da
apreensão é de cerca de R$ 1,5 milhão. A ação contou com a participação de
servidores do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA), que
constataram com o uso de equipamentos especializados a composição química dos
agrotóxicos ilegais. A Polícia Rodoviária Federal (PRF) e a Força Tarefa de
Segurança Pública do Mato Grosso também colaboraram com informações que levaram
à apreensão.
O Paraquat tem um
dos maiores valores de toxicidade aguda entre os herbicidas comerciais. Sua
dosagem letal oral (LD50) em humanos é de cerca de 3 mg/kg. O Paraquat pode resultar
em toxicidade agudamente grave para todos os órgãos e resultar em morte dentro
de 24 horas após a ingestão, não existindo antídoto eficaz. O banimento do
produto no Brasil foi determinado pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária
(Anvisa) em 2017.
O
inseticida/acaricida Endosulfam está banido do Brasil desde 31 de julho de
2013, quando foi proibida a venda e o uso deste organoclorado. O banimento
decorre da alta persistência ambiental e periculosidade, bem como sua relação
com distúrbios hormonais e incidência de câncer.
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