Na
decisão que decretou a preventiva dos acusados, a Justiça Federal destacou a
complexidade das ações cometidas pelo grupo criminoso
Os quatro homens
presos durante a Operação Portão da Polícia Federal (PF), deflagrada na manhã
da última terça-feira (07) para reprimir o tráfico internacional de drogas pelo
Porto de Santos, são vigilantes de uma empresa de segurança privada.
Os acusados, que
eram funcionários da empresa terceirizada, trabalhavam no terminal da Hipercon,
situado na Rua Augusto Scaraboto, na Alemoa, em Santos, quando permitiram que
outras pessoas entrassem no local para estufar um contêiner com 603 kg de cocaína, segundo levantamento da PF.
Acondicionada em
sacos de ráfia, a droga foi escondida em um carregamento de grãos de milho,
cujo destino seria Portugal (Porto de Leixões). Antes, haveria o transbordo do contêiner
no porto holandês de Roterdã.
O plano só não
deu certo porque agentes da Receita Federal descobriram o contêiner com cocaína
no último dia 6 de abril, durante uma inspeção no terminal marítimo da Brasil Terminal
Portuário (BTP), antes que ele fosse despachado para a Europa por meio do navio
MSC Michela.
SAIBA MAIS: PF DEFLAGRA OPERAÇÃO CONTRA TRÁFICO INTERNACIONAL DE DROGAS NO PORTO DE SANTOS
Naquela ocasião,
não houve flagrante e era ignorado os envolvidos no esquema. Durante a apuração
da cadeia logística do contêiner antes que ele chegasse ao terminal da BTP, a
PF apurou que o cofre de carga entrou vazio na empresa Hipercon, em 21 de
março.
Com a colaboração
desta empresa, que forneceu as imagens de suas câmeras de segurança, a PF
concluiu que a contaminação do contêiner com a cocaína ocorreu no dia 26 de
março, um sábado, entre 19h27 e 22h23, quando não ocorreram operações no local.
Apenas os quatro
vigilantes acusados estavam no recinto de despacho aduaneiro. Segundo a PF, com
base nas filmagens, eles permitiram o ingresso de estranhos com um caminhão e
os auxiliaram na estufagem do contêiner.
A caixa metálica
(contêiner) foi levada da Hipercon para o pátio da BTP no dia 31 de março. O carregamento
de cocaína apreendido, caso ele chegasse a seu destino, alcançaria valor
superior a US$ 16.6 milhões na venda por atacado, o que equivaleria a mais de
R$ 80 milhões.
A PF requereu as
prisões preventivas dos quatro vigilantes (suspeitos) e a Justiça Federal as
decretou. As investigações prosseguem para identificar outros integrantes da
rede criminosa. Além das ordens de captura, na terça-feira (07/06) foram
cumpridos cinco mandados de busca e apreensão.
O Santa Portal apurou que os vigilantes capturados são D.V.I., R.S.L., V.A.R. e R.G.N.L.. Em suas residências foram apreendidos celulares e outros objetos que podem interessar às investigações e servir de provas.
Danilo e Rafael
moram, respectivamente, em Praia Grande e Cubatão, enquanto Vagner e Roger
residem em Santos. Um ex-vigilante da empresa de segurança, sobre o qual recai forte
desconfiança, também teve a casa vistoriada, mas a sua prisão ainda não foi
requerida pela PF.
Na decisão que
decretou a preventiva dos acusados, a Justiça Federal destacou a complexidade das
ações cometidas pelo grupo criminoso, “de elevado poderio financeiro e
acentuado poder corruptor, integrado por diversas pessoas, algumas ainda não
identificadas”. (EF)
Fonte: SantaPortal
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