Operação
apreendeu 283 kg de cocaína. Mergulhador brasileiro foi encontrado morto
Autoridades
brasileiras participaram de uma ação de cooperação internacional com órgãos
policiais estrangeiros que resultou na apreensão de 283 kg de cocaína.
A Polícia Federal
(PF) montou uma grande operação para tentar encontrar os responsáveis por essa
prática criminosa, com apoio da Agência Antidrogas dos Estados Unidos,
Policiais cataris, indonésios e australianos.
Segundo o
delegado da PF, Victor Batista ocorreu duas apreensões. Uma de 179 kg de
cocaína (na Indonésia) e outra de 104 kg (na Austrália). Um australiano foi preso e outros dois envolvidos estão
sendo procurados. Um brasileiro se afogou e morreu.
Autoridades Brasileiras
Uma
força-tarefa, composta por agentes da Polícia Federal (PF), da Polícia
Rodoviária Federal (PRF) e das guardas municipais de Vitória, Vila Velha e
Serra; foi montada no Brasil para participar da operação.
Investigação
Segundo
a PF, a investigação teve início, no estado do Espírito Santo em 10 de abril,
visando a identificação de um mergulhador profissional, que, de acordo com as
investigações, teria sido contratado por traficantes internacionais para a
colocação de uma carga de cocaína no casco de um navio que seguiria do Brasil para
o exterior.
Quando a
PF conseguiu identificar o nome do mergulhador, ele já havia deixado o Brasil
em direção ao Catar. As autoridades daquele país foram alertadas, e após a
vigilância por alguns dias, perceberam que um segundo brasileiro, também
mergulhador, se juntou ao primeiro e que ambos haviam comprado passagens para
Bali, na Indonésia.
Na Indonésia
Com o
apoio da Drugs Enforcement Administration (DEA), as autoridades envolvidas na
operação montaram uma estrutura de vigilância no aeroporto de Bali, o que
permitiu determinar o local onde a dupla estava hospedada.
Após
quase uma semana de acompanhamento, os homens embarcaram em um veleiro de
propriedade de um cidadão francês, na companhia de dois tripulantes
australianos, na direção da Austrália.
Segundo
a PF, o acompanhamento em alto mar foi prejudicado em razão da complexa
logística necessária, mas enquanto as buscas pelo veleiro continuavam, os
oficiais indonésios perceberam que um grande cargueiro havia desligado o
equipamento que permite saber a localização dos navios.
Diante
da manobra incomum, as equipes se deslocaram para o local de último ponto de
registro do navio e encontraram uma carga de 179 kg de cocaína submersa e
amarrada em uma boia marítima. O veleiro e os tripulantes não foram
encontrados.
Em razão
da região em que a carga de cocaína foi encontrada, foi solicitado aos
indonésios o compartilhamento de todos os dados e fatos com as autoridades
australianas.
Na Austrália
Alguns
dias depois, o veleiro foi abordado pela Polícia Federal da Austrália na costa
da cidade de Darwin. Na embarcação, que havia deixado a Indonésia, apenas um
dos tripulantes australianos foi encontrado, o capitão. Seu filho, o segundo
tripulante, e os brasileiros não foram encontrados.
Mergulhador brasileiro morto
De acordo com a
PF, a equipe de resgate foi acionada por volta das 9h30 da manhã da segunda-feira
(9/5), no horário local, após receberem chamados falando sobre um mergulhador
inconsciente na costa.
Autoridades do
porto da ilha de Kooragang, próximo a onde o homem foi encontrado, afirmaram
que ele foi visto boiando nas águas da região, mas que o corpo depois foi
levado para a costa devido ao peso do equipamento de mergulho.
Quando foi encontrado
por moradores na cidade de Newcastle ele estava
inconsciente e trajava roupas e equipamentos modernos de mergulho, inclusive um
respirador de alta tecnologia que não emite bolhas de ar.
Apesar
das tentativas para socorrê-lo, o homem morreu. Ainda não estão totalmente
esclarecidas as circunstâncias da morte dele. Bruno Borges, de 31 anos,
capixaba (Pessoa natural do Estado do Espírito Santo, no Brasil), posteriormente foi identificado pelas autoridades locais.
Em
entrevista ao site da rádio pública SBS, o detetive superintendente da polícia
australiana Robert Critchlow afirmou que esse mergulhador foi deixado para
trás, abandonado, para morrer. “Quando viram que tinha problemas, os outros
membros da quadrilha fugiram. É repugnante”, disse ele.
Próximos
ao corpo foram encontrados tabletes, impermeabilizados, que somaram 54 kg de
cocaína. A partir do local da ocorrência e de outros dados coletados, a polícia
australiana conseguiu encontrar outros 50 kg da droga no interior da estrutura
de um navio ali aportado. Também foi possível ligar os tripulantes do veleiro
abordado dias antes, bem como o outro brasileiro, à toda droga apreendida.
Acredita-se
que a droga, segundo a investigação, tenha vindo de um navio registrado nas
Ilhas Marshall chamado “Arieti” que transportava 60.000 toneladas de pó de soja
. O navio estava na fábrica da Renova em Timbúes, no dia 5 de abril, e chegou a
Newcastle no dia 8 de abril.
O navio
estava atracado no Porto de Newcastle e a tripulação foi entrevistada por
policiais. Nas câmeras de vigilância do porto, dois barcos (um inflável e um
pequeno de alumínio) podem ser vistos se aproximando do navio durante a noite
de 8 de maio.
“Claramente,
há mais pessoas envolvidas do que o homem morto”, disse o superintendente Rob
Critchlow, da Força Policial de NSW, à mídia local.
Em relação
ao navio que partiu de San Lorenzo, fontes locais confirmam que estão investigando
o que aconteceu com o navio. Eles também notaram que o navio fez uma escala em
La Plata antes de seguir para a Austrália.
Veleiro abordado, capitão preso
Alguns dias
depois, o veleiro foi abordado pela Polícia Federal da Austrália na costa da
cidade de Darwin. Apenas o capitão da embarcação, identificado como James Blee,
foi detido. Blee, que também é operador de veleiros de luxo, é
acusado de importar grande quantidade de cocaína.
Seu filho, o
segundo tripulante no veleiro, e outro brasileiro identificado fugiram antes da
abordagem.
As buscas pelos
três homens (um brasileiro e dois australianos) continuam. Seus nomes devem ser
em breve, colocados na lista de foragidos internacionais da Interpol.
Busca por brasileiro
O brasileiro
procurado, identificado como Jhoni Fernandes da Silva, de 32 anos, teve foto
divulgada pelas autoridades locais. Os australianos publicaram um pedido de
informações sobre o paradeiro dele no dia 17 de maio. Suspeita-se que Jhoni também tenha sido
empregado para mergulhar e recuperar a cocaína no mar.
Polícia australiana também busca uma
mulher
Além de
Jhoni, os agentes também procuram uma mulher, ainda não identificada. A foto
dela foi divulgada nas redes sociais da polícia.
Critchlow
disse que a mulher e Jhoni podem ter passado pela cidade de Newcastle entre 1º
e 11 de maio. O brasileiro pode ser perigoso.
No Brasil, as investigações continuam para determinar o possível envolvimento de outras pessoas nos crimes.
Veja abaixo o vídeo da Band Jornalismo:
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