A
atitude da empresa foi motivada pela ação de criminosos que inserem cocaína em
contêineres
A Mediterranean
Shipping Company - MSC, maior operadora de navios transportadores de
contêineres do mundo, decidiu paralisar por tempo indeterminado, as operações
terrestres devido à interferência do tráfico internacional de drogas na cadeia
logística do setor.
A atitude da
empresa foi motivada pela constante ação de criminosos que inserem toneladas de
cocaína em contêineres para enviar a droga para países da Europa e da África.
A decisão da MSC
foi comunicada no dia 14 de janeiro aos clientes da empresa e vale para as
operações terrestres. A medida interrompe o transporte feito por meios
rodoviários e ferroviários e os processos de estufagem de cargas pela empresa.
A estufagem é o acondicionamento das mercadorias nos contêineres, antes de serem
transportados pelos navios.
A MSC afirma que
a ação dos traficantes ocorre no caminho terrestre, quando eles interceptam os
contêineres para esconder drogas em meio à carga, sem conhecimento da empresa
ou do seu dono. Segundo a operadora, as ações dos criminosos têm prejudicado
clientes e parceiros e ameaçado as atividades.
Tráfico
A maior parte do
tráfico internacional de drogas pelos portos brasileiros é feita a partir do
Porto de Santos, no litoral paulista, o maior porto do país, responsável por
34% do transporte da balança comercial brasileira.
Nele passam cerca
de 150 milhões de toneladas de produtos por ano. Criminosos se aproveitam dessa
movimentação para o narcotráfico.
A decisão veio depois
da descoberta de 200 kg da droga no Porto de Aden, no Iêmen, no fim do ano
passado.
Em julho de 2019,um navio da empresa que seguiria para a Holanda ficou retido nos Estados Unidos depois que as autoridades apreenderam 20 toneladas de cocaína escondidas na embarcação. A MSC teve que pagar uma multa de US$ 50 milhões para que o navio
fosse liberado durante as investigações.
Santos Port Authority (SPA)
A Santos Port
Authority (SPA), ex-Codesp, que administra o Porto de Santos, informou que não
foi notificada da decisão porque as operações afetadas são realizadas fora do porto
organizado. No entanto, a Autoridade Portuária não acredita que essa medida
traga impactos ao porto, pois as atividades certamente serão feitas pelas
concorrentes da companhia.
ABTTC
Para a Associação
Brasileira dos Terminais Retroportuários de Contêineres (ABTTC) a decisão da
MSC, mesmo sendo temporária, deverá afetar todos os terminais da América Latina.
A ABTTC reconhece
os prejuízos provocados pela ação dos narcotraficantes e afirma que vem
realizando nos últimos anos, esforços com seus associados para aprimorar os
controles nos Recintos Especiais para Despacho de Exportação Aduaneiro (REDEX).
Em abril de 2021, a ABTTC doou uma Central de Vigilância Remota à Alfândega do
Porto de Santos, permitindo que a Autoridade aduaneira possa acompanhar, em
tempo real, as operações dos terminais Redex de sua jurisdição.
Veja abaixo a reportagem do Jornal da Band:
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