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segunda-feira, 7 de fevereiro de 2022

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MSC DECIDE PARALISAR AS ATIVIDADES TERRESTRES NO BRASIL POR TEMPO INDETERMINADO

 

A atitude da empresa foi motivada pela ação de criminosos que inserem cocaína em contêineres

A Mediterranean Shipping Company - MSC, maior operadora de navios transportadores de contêineres do mundo, decidiu paralisar por tempo indeterminado, as operações terrestres devido à interferência do tráfico internacional de drogas na cadeia logística do setor.

A atitude da empresa foi motivada pela constante ação de criminosos que inserem toneladas de cocaína em contêineres para enviar a droga para países da Europa e da África.

A decisão da MSC foi comunicada no dia 14 de janeiro aos clientes da empresa e vale para as operações terrestres. A medida interrompe o transporte feito por meios rodoviários e ferroviários e os processos de estufagem de cargas pela empresa. A estufagem é o acondicionamento das mercadorias nos contêineres, antes de serem transportados pelos navios.

A MSC afirma que a ação dos traficantes ocorre no caminho terrestre, quando eles interceptam os contêineres para esconder drogas em meio à carga, sem conhecimento da empresa ou do seu dono. Segundo a operadora, as ações dos criminosos têm prejudicado clientes e parceiros e ameaçado as atividades.

Tráfico

A maior parte do tráfico internacional de drogas pelos portos brasileiros é feita a partir do Porto de Santos, no litoral paulista, o maior porto do país, responsável por 34% do transporte da balança comercial brasileira. 

Nele passam cerca de 150 milhões de toneladas de produtos por ano. Criminosos se aproveitam dessa movimentação para o narcotráfico. 

A decisão veio depois da descoberta de 200 kg da droga no Porto de Aden, no Iêmen, no fim do ano passado.

Em julho de 2019,um navio da empresa que seguiria para a Holanda ficou retido nos Estados Unidos depois que as autoridades apreenderam 20 toneladas de cocaína escondidas na embarcação. A MSC teve que pagar uma multa de US$ 50 milhões para que o navio fosse liberado durante as investigações.

Santos Port Authority (SPA)

A Santos Port Authority (SPA), ex-Codesp, que administra o Porto de Santos, informou que não foi notificada da decisão porque as operações afetadas são realizadas fora do porto organizado. No entanto, a Autoridade Portuária não acredita que essa medida traga impactos ao porto, pois as atividades certamente serão feitas pelas concorrentes da companhia.

ABTTC

Para a Associação Brasileira dos Terminais Retroportuários de Contêineres (ABTTC) a decisão da MSC, mesmo sendo temporária, deverá afetar todos os terminais da América Latina.

A ABTTC reconhece os prejuízos provocados pela ação dos narcotraficantes e afirma que vem realizando nos últimos anos, esforços com seus associados para aprimorar os controles nos Recintos Especiais para Despacho de Exportação Aduaneiro (REDEX). Em abril de 2021, a ABTTC doou uma Central de Vigilância Remota à Alfândega do Porto de Santos, permitindo que a Autoridade aduaneira possa acompanhar, em tempo real, as operações dos terminais Redex de sua jurisdição.

Veja abaixo a reportagem do Jornal da Band:


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