Eles
são apontados como integrantes de uma organização criminosa que utiliza o Porto
de Santos para o tráfico internacional de drogas
Na manhã do dia
14 de janeiro, dois homens apontados como integrantes de uma organização
criminosa, foram resgatados de uma cadeia anexa ao 1º DP, localizado no Distrito
de Vicente de Carvalho, no município de Guarujá, no litoral de São Paulo.
De acordo com informações
obtidas pelo Portal Segurança Portuária em Foco, o resgate dos detidos ocorreu
por volta das 5h10, quando os criminosos armados com fuzis, conseguiram acessar
o pátio interno pelo alto, utilizando escadas. Tiros foram disparados para
evitar a ação dos carcereiros. Com isso, os indivíduos conseguiram escapar.
Segundo a
autoridade policial, na ação foram resgatados Roberto Prieto Filho (o Betinho),
apontado como uma das lideranças de uma organização criminosa, responsável pelo
tráfico internacional de drogas, no Porto de Santos e Pablo Ribeiro Lopes
Santos, apontado como responsável pela lavagem de dinheiro e ocultação de bens
da quadrilha.
Um terceiro homem,
que ocupava a mesma cela, teria se aproveitado do resgate e também fugiu. De acordo
com a Polícia Civil, ninguém se feriu na ação criminosa.
Prisão
Os fugitivos
haviam sido presos dois dias antes em um escritório no Sítio Paecará, no mesmo
município, durante mandado de busca e apreensão, por agentes da Delegacia de Investigação
Sobre Entorpecentes (Dise), da cidade de Itanhaém.
Segundo
informações da Polícia Civil, no momento da prisão, foram apreendidos relógios
importados, dinheiro, máquina de cartão bancário, um tablete de cocaína de alto
teor destinada à exportação, anotações do tráfico e um veículo.
De acordo com os
policiais que participaram da prisão, eles receberam uma oferta de dois milhões
de reais para libertarem os presos.
Segundo a
Secretaria de Segurança Pública (SSP), os criminosos foram levados à Cadeia em
Guarujá, por volta das 23h, apenas para pernoitar, pois no dia seguinte seriam
encaminhados à audiência de custódia, e posteriormente, seriam transferidos ao
sistema prisional.
Resgate
Segundo apurado
pelo Portal Segurança Portuária Em Foco, o resgate ocorreu por volta de 5h.
Homens armados com fuzis acessaram o pátio interno da cadeia e efetuaram
disparos para evitar ação dos carcereiros.
No resgate, os
bandidos pararam um ônibus, que trefegava pela Avenida Santos Dummond, que fica
nos fundos da cadeia. Um dos criminosos armados pediu ao motorista que deixasse
o ônibus atravessado na via e, em seguida, fugisse do local. Após executar o
pedido dos bandidos nós fomos orientados a "sair correndo e se esconder, pois
haveria troca de tiros quando a polícia chegasse”, contou o passageiro.
O ônibus foi utilizado
para bloquear a via e fechar o trânsito de carros, no intuito de evitar a
aproximação de policiais enquanto outra parte do bando resgatava os chefões do
PCC.
Outros
integrantes da quadrilha usaram uma escada para escalar duas muralhas que dão
acesso ao pátio. Uma delas possui 10 metros de altura e arame farpado nas
pontas. Eles utilizaram alicates de corte para cotar o arame farpado e os
cadeados da cela.
O motorista e o
passageiro ficaram escondidos em uma rua sem saída próxima ao local, aguardando
o desfecho da situação.
Testemunhas
Uma testemunha,
que estava no ônibus com o motorista, relatou que a ação durou de 15 a 20 minutos.
“Quando o veículo foi abordado pelos criminosos, ao olhar para o lado, eu
viu três elementos com fuzil disparando tiros para o alto”.
Fuga
Após ser avisada
da fuga, a Polícia Militar (PM) emitiu um caráter geral para as viaturas da
área, comunicando que a quadrilha utilizou um veículo modelo HB20, de cor
branca, para fugir do local. Tiros voltaram a ser disparados, atingindo uma
loja de conveniência de um posto desativado localizado ao lado, e a janela de uma
casa próxima.
Além desse
veículo, outros dois carros usados pela quadrilha foram recuperados pela policia
a beira da margem direita do Porto de Santos. O que faz acreditar em uma fuga
de barco.
Os objetos e
veículos utilizados pelos criminosos na fuga foram apreendidos e encaminhados à
perícia. A Corregedoria da Polícia Civil acompanha as investigações. Essa não é
a primeira vez que presos foram resgatados dessa cadeia.
Bloqueio de Bens
Após os suspeitos
serem resgatados da cadeia para onde foram encaminhados, a autoridade policial
à frente do caso representou pelo bloqueio dos bens e valores em nome de ambos,
e também nos nomes da esposa e da sogra de Roberto. O Ministério Público
manifestou-se favorável à solicitação, e a Justiça acatou o pedido.
O delegado disse,
na representação, que a medida é necessária porque, na condição de foragidos,
Roberto e Pablo, além de continuarem com as atividades criminosas, dificilmente
serão recapturados, devido à facilidade que suas condições financeiras
oferecem.
O bloqueio inclui
bens como imóveis, carros e valores nas contas/investimentos do líder da facção
e de sua mulher. Na determinação, o juiz da 1ª Vara Criminal do Foro de
Guarujá, Thomaz Correa Farqui, argumentou que, "em paralelo à existência
de indícios veementes acerca das atividades criminosas exercidas pelos
averiguados, há ainda comprovação mínima da origem ilícita dos bens a serem
sequestrados, o que justifica o respectivo sequestro".
Veja abaixo a reportagem do SBT sobre o resgate:
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