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terça-feira, 18 de janeiro de 2022

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ESPANHOL ENVOLVIDO NO NARCOTRÁFICO É PRESO PELA POLICIA CIVIL

 

Apontado como o "Aquaman" do PCC, Joaquin Francisco Gimenez chegava a receber até R$ 350 mil por empreitada

Na última terça-feira (11) a Policia Civil do Estado de São Paulo (PCESP) prendeu no bairro Sítio Conceiçãozinha, Distrito de Vicente de Carvalho, em Guarujá, na Margem Esquerda do Porto de Santos, no litoral de São Paulo, um homem, por suspeita de envolvimento no tráfico internacional de drogas.

A prisão do espanhol Joaquin Francisco Gimenez, 34, apontado como o "Aquaman" do PCC foi realizada por policiais da 2ª Delegacia de Investigações Sobre Entorpecentes (Dise) da Deic do Deinter-6. Ele era requisitado por organizações criminosas e chegava a receber até R$ 350 mil por empreitada.

Segundo a polícia, ele estava foragido da Justiça, e é o principal responsável pela tentativa de fixar de 890 kg de cocaína em cascos de navios, rumo à Europa, fundeados na Baía de Vitória, no Espírito Santo, em dezembro de 2021.

Prisão

De acordo com a Polícia Civil, ele foi localizado quando uma equipe realizava ações de campo, que investigava uma informação que um carregamento de drogas poderia ser embarcado em um navio, partindo do bairro Sítio Conceiçãozinha, na Margem Esquerda do porto.

Na campana, os investigadores avistaram dois homens em atitude suspeita, carregando uma mochila. Na abordagem, os suspeitos fugiram em sentidos diferentes. Porém, os policiais civis conseguiram deter o espanhol, que vestia trajes de mergulho.

Após realização de pesquisa, foi verificado que ele era procurado pela Justiça, em decorrência de investigações da Polícia Federal (PF). Em contato com a PF em Santos e Vila Velha (ES), foi confirmado o pedido de prisão preventiva dele, após a realização da Operação Morgan.

Segundo os policiais federais, ele é apontado de prestar serviços de mergulhador, colocando drogas em cascos de embarcações que iriam para a Europa, e também de fazer parte de uma organização criminosa.

Ele foi conduzido à unidade policial, e após o registro da captura, o homem foi encaminhado à cadeia, onde permanece à disposição da Justiça.

Empresário

Gimenez é empresário, dono da Cadiser, companhia voltada à manutenção de navios, com sede em Las Palmas, nas Ilhas Canárias. Essa região da Espanha é uma das principais rotas do tráfico internacional de cocaína da Europa.

Ele afirmou a Polícia Rodoviária Federal (PRF), durante uma fiscalização, que a sua empresa também atuava em Dakar, no Marrocos, e que no passado ele faturou US$ 1,4 milhão. Ele disse ainda que tinha restaurante em Santos e que pretendia montar no Brasil uma empresa especializada em limpeza de navios.

Namorada

Em 24 de novembro do ano passado, a namorada do espanhol, de 30 anos, foi parada em uma blitz da Polícia Rodoviária Federal (PRF) no Espírito Santo, quando retornava de Santos com a filha e três cachorros. No veículo dirigido por ela uma havia uma máquina a vácuo de embalar drogas.

Enquanto ela era interrogada, Gimenez compareceu no posto policial pilotando uma moto BMW. Ele disse que foi avisado da abordagem pela sogra, que teria recebido uma mensagem da filha via celular.

Questionado sobre a moto, ele declarou que havia comprado o veículo por R$ 51 mil. Já a namorada disse que o veículo que ela dirigia havia sido locado por um primo.

O espanhol e a namorada foram liberados pelos policiais rodoviários federais. Eles viviam temporariamente na Praia do Morro, em Guarapari, no Espírito Santo. Posteriormente, neste local, foi apreendido um passaporte dele.

Quadrilha presa

Sete integrantes da quadrilha ao qual ele fazia parte foram presos em Vila Velha (ES), no mês passado, e com eles também foram apreendidos 890 kg de cocaína em dois endereços. A suspeita da Polícia Federal (PF) é a de que o espanhol iria acoplar a droga em cascos de navios.

A maioria dos presos é radicada em Santos e alguns já foram indiciados por tráfico de drogas.  O chefe da quadrilha, no entanto, identificado como Felipe Marques da Costa, 36, conhecido como São Paulo, conseguiu escapar.

O primo da namorada dele, Marcos Vinícius Marcelino Teixeira, é um dos sete integrantes da quadrilha presos em Vila Velha e contra ele já havia um mandado de prisão.

Além dele, outros integrantes do bando já eram investigados pelo Ministério Público de São Paulo. O Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado), órgão subordinado ao Ministério Público Estadual, identificou os acusados após monitorar, com autorização judicial, o telefone celular de Felipe Marques da Costa, o São Paulo.

Felipe é apontado como o chefe da célula do PCC conhecida como "setor dos países". Ele também é investigado por comandar um "tribunal do crime" da facção criminosa que deixou vários mortos em Araraquara e municípios vizinhos.

Felipe conseguiu fugir ao cerco da força tarefa policial do Espírito Santo. O comparsa dele, Amir José Leite Ferreira, o Jogador, não teve a mesma sorte e é um dos sete presos.

O bando teve várias horas de conversas telefônicas interceptadas. O "Aquaman" também chegou a "cair no grampo telefônico. No início do monitoramento, o Gaeco não conseguiu descobrir a identidade dele, mas apenas o apelido: "Gordo".

Operação Solis

No dia 7 de dezembro três homens foram presos em flagrante numa residência no município de Vila Velha. No local foram apreendidos 510 kg de cocaína. No mesmo dia foram cumpridos quatro mandados de prisão temporária.

No dia seguinte foram apreendidos mais 380 kg de cocaína em uma embarcação nas proximidades da Praia do Ribeiro, em Vila Velha.

As ações fizeram parte da Operação Solis, coordenada pelo Gaeco de São Paulo e do Espírito Santo, com o apoio das polícias militar, Rodoviária e Federal.

A operação identificou que um estrangeiro era o responsável pela aquisição das embarcações utilizadas pela organização criminosa, bem como peáficolo embalamento e fixação da droga em cascos de navio.

Leia Também: OPERAÇÃO SOLIS REPRIME TRÁFICO DE DROGAS EM SP E NO ESPÍRITO SANTO

Operação Morgan

No último dia 06/01, a Força Tarefa de Segurança Pública do Espírito Santo, composta por Policiais Federais, Rodoviários Federais e Guardas Civis Municipais de Vitória e Vila Velha, deflagrou a Operação Morgan visando prender um estrangeiro identificado como o principal responsável pela tentativa frustrada de fixação de uma grande carga de cocaína (890 quilos) no casco de um navio que estava fundeado na baía de Vitória no mês de dezembro.

Dois mandados de busca e apreensão foram cumpridos, uma lancha utilizada pelo grupo em suas ações ilegais foi apreendida e outros bens, como carros de luxo, foram bloqueados judicialmente no intuito de descapitalizar a organização criminosa dedicada ao tráfico internacional de drogas.

Entretanto e apesar dos esforços, o espanhol não foi localizado e a partir daquele dia passou a ser considerado foragido da Justiça.


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