Apontado
como o "Aquaman" do PCC, Joaquin Francisco Gimenez chegava a receber
até R$ 350 mil por empreitada
Na última terça-feira
(11) a Policia Civil do Estado de São Paulo (PCESP) prendeu no bairro Sítio
Conceiçãozinha, Distrito de Vicente de Carvalho, em Guarujá, na Margem Esquerda
do Porto de Santos, no litoral de São Paulo, um homem, por suspeita de envolvimento
no tráfico internacional de drogas.
A prisão do
espanhol Joaquin Francisco Gimenez, 34, apontado como o "Aquaman" do
PCC foi realizada por policiais da 2ª Delegacia de Investigações Sobre Entorpecentes
(Dise) da Deic do Deinter-6. Ele era requisitado por organizações criminosas e
chegava a receber até R$ 350 mil por empreitada.
Segundo a
polícia, ele estava foragido da Justiça, e é o principal responsável pela
tentativa de fixar de 890 kg de cocaína em cascos de navios, rumo à Europa, fundeados
na Baía de Vitória, no Espírito Santo, em dezembro de 2021.
Prisão
De acordo com a
Polícia Civil, ele foi localizado quando uma equipe realizava ações de campo,
que investigava uma informação que um carregamento de drogas poderia ser
embarcado em um navio, partindo do bairro Sítio Conceiçãozinha, na Margem Esquerda
do porto.
Na campana, os
investigadores avistaram dois homens em atitude suspeita, carregando uma
mochila. Na abordagem, os suspeitos fugiram em sentidos diferentes. Porém, os
policiais civis conseguiram deter o espanhol, que vestia trajes de mergulho.
Após realização
de pesquisa, foi verificado que ele era procurado pela Justiça, em decorrência
de investigações da Polícia Federal (PF). Em contato com a PF em Santos e Vila
Velha (ES), foi confirmado o pedido de prisão preventiva dele, após a
realização da Operação Morgan.
Segundo os
policiais federais, ele é apontado de prestar serviços de mergulhador,
colocando drogas em cascos de embarcações que iriam para a Europa, e também de fazer
parte de uma organização criminosa.
Ele foi conduzido
à unidade policial, e após o registro da captura, o homem foi encaminhado à cadeia,
onde permanece à disposição da Justiça.
Empresário
Gimenez é
empresário, dono da Cadiser, companhia voltada à manutenção de navios, com sede
em Las Palmas, nas Ilhas Canárias. Essa região da Espanha é uma das principais
rotas do tráfico internacional de cocaína da Europa.
Ele afirmou a
Polícia Rodoviária Federal (PRF), durante uma fiscalização, que a sua empresa
também atuava em Dakar, no Marrocos, e que no passado ele faturou US$ 1,4 milhão.
Ele disse ainda que tinha restaurante em Santos e que pretendia montar no
Brasil uma empresa especializada em limpeza de navios.
Namorada
Em 24 de novembro
do ano passado, a namorada do espanhol, de 30 anos, foi parada em uma blitz da
Polícia Rodoviária Federal (PRF) no Espírito Santo, quando retornava de Santos
com a filha e três cachorros. No veículo dirigido por ela uma havia uma máquina
a vácuo de embalar drogas.
Enquanto ela era
interrogada, Gimenez compareceu no posto policial pilotando uma moto BMW. Ele
disse que foi avisado da abordagem pela sogra, que teria recebido uma mensagem
da filha via celular.
Questionado sobre
a moto, ele declarou que havia comprado o veículo por R$ 51 mil. Já a namorada
disse que o veículo que ela dirigia havia sido locado por um primo.
O espanhol e a
namorada foram liberados pelos policiais rodoviários federais. Eles viviam temporariamente
na Praia do Morro, em Guarapari, no Espírito Santo. Posteriormente, neste local,
foi apreendido um passaporte dele.
Quadrilha presa
Sete integrantes
da quadrilha ao qual ele fazia parte foram presos em Vila Velha (ES), no mês
passado, e com eles também foram apreendidos 890 kg de cocaína em dois
endereços. A suspeita da Polícia Federal (PF) é a de que o espanhol iria
acoplar a droga em cascos de navios.
A maioria dos
presos é radicada em Santos e alguns já foram indiciados por tráfico de drogas.
O chefe da quadrilha, no entanto,
identificado como Felipe Marques da Costa, 36, conhecido como São Paulo,
conseguiu escapar.
O primo da
namorada dele, Marcos Vinícius Marcelino Teixeira, é um dos sete integrantes da
quadrilha presos em Vila Velha e contra ele já havia um mandado de prisão.
Além dele, outros
integrantes do bando já eram investigados pelo Ministério Público de São Paulo.
O Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado), órgão
subordinado ao Ministério Público Estadual, identificou os acusados após
monitorar, com autorização judicial, o telefone celular de Felipe Marques da
Costa, o São Paulo.
Felipe é apontado
como o chefe da célula do PCC conhecida como "setor dos países". Ele
também é investigado por comandar um "tribunal do crime" da facção
criminosa que deixou vários mortos em Araraquara e municípios vizinhos.
Felipe conseguiu
fugir ao cerco da força tarefa policial do Espírito Santo. O comparsa dele,
Amir José Leite Ferreira, o Jogador, não teve a mesma sorte e é um dos sete
presos.
O bando teve
várias horas de conversas telefônicas interceptadas. O "Aquaman"
também chegou a "cair no grampo telefônico. No início do monitoramento, o
Gaeco não conseguiu descobrir a identidade dele, mas apenas o apelido:
"Gordo".
Operação Solis
No dia 7 de
dezembro três homens foram presos em flagrante numa residência no município de
Vila Velha. No local foram apreendidos 510 kg de cocaína. No mesmo dia foram
cumpridos quatro mandados de prisão temporária.
No dia seguinte
foram apreendidos mais 380 kg de cocaína em uma embarcação nas proximidades da
Praia do Ribeiro, em Vila Velha.
As ações fizeram
parte da Operação Solis, coordenada pelo Gaeco de São Paulo e do Espírito
Santo, com o apoio das polícias militar, Rodoviária e Federal.
A operação identificou
que um estrangeiro era o responsável pela aquisição das embarcações utilizadas
pela organização criminosa, bem como peáficolo embalamento e fixação da droga em
cascos de navio.
Leia Também: OPERAÇÃO SOLIS REPRIME TRÁFICO DE DROGAS EM SP E NO ESPÍRITO SANTO
Operação Morgan
No último dia
06/01, a Força Tarefa de Segurança Pública do Espírito Santo, composta por
Policiais Federais, Rodoviários Federais e Guardas Civis Municipais de Vitória
e Vila Velha, deflagrou a Operação Morgan visando prender um estrangeiro
identificado como o principal responsável pela tentativa frustrada de fixação
de uma grande carga de cocaína (890 quilos) no casco de um navio que estava
fundeado na baía de Vitória no mês de dezembro.
Dois mandados de
busca e apreensão foram cumpridos, uma lancha utilizada pelo grupo em suas
ações ilegais foi apreendida e outros bens, como carros de luxo, foram bloqueados
judicialmente no intuito de descapitalizar a organização criminosa dedicada ao
tráfico internacional de drogas.
Entretanto e apesar
dos esforços, o espanhol não foi localizado e a partir daquele dia passou a ser
considerado foragido da Justiça.
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