A droga chegava ao RJ em fardos de açúcar e,
depois, era"recheada" em mangas
Ação conjunta
envolvendo agentes da Delegacia de Roubos e Furtos de Carga, da Polícia Civil (DRFC-PCERJ),
e da Delegacia de Repressão a Entorpecentes da Polícia Federal (DER-PF), realizada
na madrugada da última sexta-feira (1), no município de Itaguaí, na região
Metropolitana do Rio de Janeiro, apreendeu uma grande quantidade de cocaína,
estimada em 700 kg.
A droga foi encontrada em um galpão, dentro de
contêineres usados para estocar as frutas que escondiam a substância em seu
interior. Dois
sócios e o “gerente do tráfico” foram presos.
Investigação
Segundo o diretor
do Departamento Geral de Polícia Especializada, delegado Felipe Curi, uma
investigação, que durou 11 meses, apurou que os traficantes do Complexo da Maré
interceptavam cargas que chegavam ao Porto de Itaguaí, com a colaboração de
funcionários terceirizados.
No bojo dessa investigação
foi identificado um núcleo de empresários de logística e transporte, uma
empresa de importação e exportação, com endereços em Santos e São Paulo.
Os sócios dessa
empresa, que na realidade eram empresários do tráfico, faziam a importação da
cocaína, que chegava ao estado do Rio de Janeiro por transporte rodoviário,
onde em galpões, num esquema complexo, eles retiravam a polpa e o caroço de
mangas e introduziam cocaína, embalada em bexigas de borracha, e posteriormente
a fruta era acondicionado em um invólucro plástico, no intuito de dificultar a
detecção por escâner, para exportar para a Europa e para a China.
Logística da
droga
De acordo com informações da DRFC, a droga saía de outros
estados brasileiros em fardos de açúcar e, depois, eram "recheadas"
em mangas, dentro de um recipiente de plástico. E só então eram exportadas para
a Europa.
A quadrilha
utilizava contêineres refrigerados para dificultar a fiscalização das
autoridades. Isso ocorreria porque seria mais complexo tirar a carga de dentro
dos contêineres.
Organização Criminosa
Até o momento, as
investigações apontam que a droga pertencia a uma organização criminosa do
litoral paulista. A empresa “Ozon Logística” foi responsável pelo transporte
dos entorpecentes. O material pode ter vindo das Forças Armadas Revolucionárias
da Colômbia (FARC), e a entrada no Brasil teria sido feita pelo Porto de
Manaus.
“Nesse link dos
traficantes com funcionários dos portos para ter informações de que cargas
saiam dos portos, para efetuar o roubo, eles avançaram para o tráfico internacional”,
concluiu o delegado da DRFC-PCERJ, Vinícius Domingos.
Valor da droga
Por ser
cloridrato de cocaína, a polícia estima que valor de venda na Europa poderia
chegar a 30 mil euros cada quilo.
Cada quilograma
da cocaína seria comercializado por mais de 30 mil euros, cerca de 186 mil
reais, podendo chegar a valores mais altos, dependendo do país que receberia a
droga. A pureza do material foi o que chamou atenção dos agentes que fizeram a
apreensão.
“Em portos como Hong Kong, a droga pode ter valor de até meio bilhão de reais. Ao chegar na Bélgica, o valor de comércio poderia chegar até R$200 milhões”, comentou o delegado Vinícius Domingos.
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Os comentários publicados não representam a opinião do Portal Segurança Portuária Em Foco. A responsabilidade é do autor da mensagem. Não serão aceitos comentários anônimos. Caso não tenha conta no Google, entre como anônimo mas se identique no final do seu comentário e insira o seu e-mail.