Eduardo Cardoso, dono de empresa de comércio
exterior que atuava no Porto de Santos, ostentava vida de luxo nas redes
sociais
A Justiça Federal em Santos, no litoral de São Paulo, condenou o empresário Eduardo Oliveira Cardoso, de 45 anos, a 12 anos de prisão pelo crime de tráfico internacional de drogas. Detido em 22 de outubro de 2019, ele é apontado como um dos responsáveis por enviar ao menos 6 toneladas de cocaína à Europa, por carregamentos embarcados no Porto de Santos e outros complexos brasileiros.
De
acordo com a decisão do juiz federal Roberto Lemos dos Santos Filho, da 5ª Vara
Federal de Santos, o empresário foi sentenciado a 12 anos, oito meses e 13 dias
de reclusão em regime inicial fechado, além de pagamento de multa, sem
possibilidade de apelar em liberdade. A decisão foi protocolada na última segunda-feira
(29).
Conforme
consta na condenação, Cardoso já tinha antecedentes criminais. Ele está preso em Madri, na Espanha, país em que foi localizado em uma feira de alimentos,
após ter a prisão preventiva decretada.
A
empresa dele, a BRK Internacional, tinha um estande no evento. A Justiça Federal
havia decretado a prisão preventiva dele. O nome de Oliveira foi incluído na
difusão vermelha da Interpol, a Polícia Internacional. Apesar de ter sido
acusado por sete crimes de tráfico internacional, Oliveira foi denunciado
apenas em um caso pelo Ministério Público Federal.
Ele
chegou a ter extradição marcada para ocorrer em dezembro de 2020, e teria como
destino a Penitenciária Dr. Geraldo de Andrade Vieira, em São Vicente. No
entanto, um Certificado de Suspensão de Entrega, emitido pela Interpol, anunciou a suspensão da operação no dia anterior à data marcada para a
extradição.
O
advogado de defesa do empresário, Eugenio Malavasi, afirma que está
"inconformado com a condenação", e que apresentará recurso de
apelação ao Tribunal Regional Federal (TRF) da 3ª Região, visando a reforma
total da sentença de primeiro grau.
O
caso
Cardoso
é apontado como integrante de quadrilha desarticulada em agosto de 2019,
durante a Operação Alba Vírus, que apreendeu mais de R$ 28 milhões em espécie,
dez carros de luxo, 26 caminhões e R$ 23 milhões em imóveis de alto padrão.
Doze pessoas foram presas na operação. Além do empresário, outras dez pessoas
já foram condenadas por tráfico internacional de drogas e associação para o tráfico
em processo da Alba Vírus.
Eduardo
Cardoso se identifica como CEO da Broker, empresa de comércio exterior fundada
em 2002 e que tem sede administrativa em um edifício em área nobre de Santos.
A
maneira como a cocaína foi escondida chamou a atenção da Polícia Federal para
um carregamento de mais de 1,4 tonelada de cocaína encontrada em julho de 2019,
no Porto de Santos, da mesma maneira: escondida em meio a uma carga de frango
em contêineres frigoríficos. A empresa de Eduardo também estava envolvida no
despacho desta carga.
Em
fevereiro de 2020, agentes federais apreenderam 1,3 tonelada de cocaína em duas
casas no Guarujá. Também foram apreendidos um fuzil, cinco pistolas e 21
aparelhos de telefone celular, além de arquivos contendo imagens de drogas
escondidas em vários tipos de carga. Segundo a Polícia Federal, a cocaína e o
armamento eram de Oliveira.
Os
telefones celulares foram periciados. Os vídeos analisados mostravam aos
compradores da droga onde a cocaína estava escondida, comprovando assim a
remessa para o destinatário final.
Nas
imagens divulgadas pela Polícia Federal, encontradas em celulares apreendidos, ele
aparece conferindo a ocultação de tabletes de cocaína na carga de congelados.
A
gravação ocorreu no fim de 2018, em um galpão da empresa, localizado na Grande
São Paulo, e o carregamento foi despachado por Paranaguá (PR). O vídeo, segundo
a delegada federal Fabiana Lopes Salgado, responsável pelas investigações,
servia como um comprovante do serviço de venda e transporte da droga aos
recebedores na Europa.
Vida de luxo nas redes
sociais
Nas
redes sociais, o empresário postava publicações que mostravam a vida de alto
padrão que mantinha, e sobre os bastidores do trabalho. Inclusive, compartilhou
fotos do mesmo galpão onde foi filmado na ocasião da ocultação da droga. Em uma
das postagens, o investigado chegou a destacar, ainda, ações beneficentes, como
doações feitas a entidades.
Cardoso
morava em São Paulo, e os endereços dele foram alvos de mandados de busca e
apreensão, autorizados pela 5ª Vara Federal de Santos, no âmbito da operação.
Fonte:
G1 Santos e Região / UOL
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