Na
embarcação estavam cinco homens, todos brasileiros, que foram presos e autuados
em flagrante por tráfico internacional de drogas e associação para o tráfico
A
operação da Polícia Federal (PF), em atuação conjunta com a Marinha do Brasil
(MB), que interceptou, na noite do dia 14 de fevereiro, uma embarcação carregada
com 2.216,5 kg de cocaína em águas jurisdicionais brasileiras, a 270
quilômetros da costa do Estado de Pernambuco, confirmou a existência de mais
uma rota de tráfico internacional de drogas partindo do Brasil.
A
ação foi coordenada com agentes de Portugal, dos Estados Unidos e do Reino
Unido, que repassaram dados de inteligência às autoridades brasileiras.
Um
navio-patrulha oceânico foi utilizado para interceptar a embarcação. Policiais
federais participaram da operação e deram voz de prisão aos cinco tripulantes
do veleiro, todos brasileiros.
Investigação
A
MAOC havia apurado que um veleiro iria transportar a cocaína do Nordeste
brasileiro para a Europa. A partir dessa informação, agentes brasileiros
realizaram dois dias de buscas no mar, desde o Rio Grande do Norte até
Pernambuco.
A
operação foi iniciada depois de troca de informações entre autoridades
brasileiras e agências internacionais, que identificaram que um veleiro catamarã
teria partido do Brasil, com destino à Europa, transportando uma grande
quantidade de cocaína.
Como
os policiais federais não tinham detalhes do veleiro. O serviço de inteligência
da PF passou a monitorar todas as embarcações com capacidade transoceânica, com
condições de cruzar o Atlântico.
Abordagem
O
Grupo de Pronta Intervenção – GPI, da Polícia Federal solicitou o apoio da
Marinha, e com o emprego do Navio-Patrulha Oceânico Araguari, realizou a
interceptação e apreensão do veleiro Guruçá Cat a cerca de 270 km da costa de
Pernambuco.
Na
embarcação estavam cinco homens, todos brasileiros, que foram presos e autuados
em flagrante por tráfico internacional de drogas e associação para o tráfico.
A
utilização pela Marinha do Brasil de um Navio-Patrulha Oceânico (NPaOc) para
ação conjunta com a Polícia Federal na interceptação de embarcações utilizadas
para o narcotráfico foi inédita.
A
ação reforça diretrizes dos órgãos responsáveis pelo combate a crimes
transnacionais no País quanto á mútua cooperação e troca de informações com
outras instituições internacionais, visando á identificação de grandes
organizações criminosas que atuam no Brasil.
A
embarcação foi escoltada pela PF e pela MB até o Porto do Recife, aonde chegou
na manhã do dia 16.
Os
cinco homens presos foram encaminhados para a Superintendência da Polícia
Federal (PF) no Cais do Apolo, região central da capital.
Rota do Veleiro
Segundo
o delegado da Polícia Federal, Elvis Secco, os peritos da PF vão analisar
analisam o GPS da embarcação Guruçá Cat
para saber a rota do veleiro.
Investigações
preliminares apontam que a embarcação ficou dois dias em Sirinhaém, a 76 km da
capital do estado, Recife, antes de seguir para rota no oceano atlântico que levaria
a Europa.
Cooperação Internacional
A
ação contou com a coordenação do Centro de Análise e Operações Marítimas –
Narcótico (MAOC – N), sediado em Lisboa/Portugal, da Drug Enforcement
Administration (DEA/EUA) e da National Crime Agency (NCA/Reino Unido).
A
operação foi decorrente da troca de informações entre as agências, com a
identificação do transporte de grande quantidade de cocaína em um veleiro
catamarã que teria partido do Brasil com destino a Europa.
Segundo
a MAOC - criada em 2007 em iniciativa conjunta da França, Irlanda, Itália,
Espanha, Holanda, Portugal e Reino Unido - em 12 anos de atuação, 179 embarcações foram
interceptadas.
Cerca
de 190 toneladas de cocaína apreendidas na Europa, em águas do Atlântico e do
Mediterrâneo, com a ajuda de policiais de sete países da Europa, entre os anos
de 2007 e 2019, são provenientes da América do Sul, sendo a maior parte do
Brasil. Do total de embarcações abordadas (125), a maior parte era de veleiros
semelhantes ao Guruçá Cat.
Para
as autoridades europeias, o PCC (Primeiro Comando da Capital) é um dos
principais fornecedores de cocaína para o Velho Continente. Até meados de 2020,
a facção exportava ao menos uma tonelada da droga para mafiosos da Europa, na
maioria das vezes via Porto de Santos.
K-9
O
trabalho dos cães do K9 e do Núcleo Especial de Polícia Marítima (NEPOM) da
Polícia Federal em Pernambuco foram fundamentais pra o trabalho de recepção,
escolta e buscas no veleiro.
Mesmo
após a retirada da droga, os cães BRITTA e FALCON fizeram uma varredura
encontrando mais 2 pacotes em um fundo falso no interior da embarcação.
A
embarcação foi encaminhada para o Cabanga Iate Clube, que fica próximo ao Porto
do Recife. Os cinco tripulantes brasileiros presos foram conduzidos para a
Superintendência da Polícia Federal no Estado de Pernambuco.
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