Gianotta
é apontado como líder de uma organização que usava navios para levar cocaína da
América do Sul para a Europa
No
dia 02 de fevereiro, a Polícia Federal (PF) prendeu em Aldeia, em Camaragibe,
na Grande Recife, em Pernambuco,o italiano Alduino Gianotta, de 59 anos,
suspeito de integrar uma rede internacional de tráfico de drogas.
A
captura, que aconteceu por volta das 15h, cumpriu mandado de prisão expedido
pelo ministro relator do Supremo Tribunal Federal (STF), Kassio Nunes Marques.
Os agentes da PF apoiaram equipes que combatem a Máfia, na Operação “Skipper”
(Operazione Skipper), deflagrada pela polícia italiana.
Gianotta
é apontado como líder de uma organização que usava navios para levar cocaína da
América do Sul para a Europa. Segundo a Direção Central dos Serviços Antidrogas
de Lecce, na Itália, ele seria o principal organizador, gerente e financiador,
responsável pelo fornecimento e envio de “enormes quantidades de cocaína” da
América do Sul para o Porto de Amsterdã, na Holanda.
De
lá, a droga seguia para Salento, na Itália, apontada como base da organização
criminosa, além de várias outras cidades italianas. Na Itália, a cocaína era
transportada nos bancos traseiros e na mala de veículos. Os contatos entre os
traficantes eram feitos por meio de celular, com mensagens criptografadas,
difíceis de rastrear, feita sob sua supervisão e orientação e por intermédio de
seus homens de confiança.
Investigação
A
investigação da polícia italiana contra a organização durou dois anos. Nesse
período foram cumpridas 26 medidas judiciais, sendo oito prisões preventivas;
18 prisões domiciliares com apreensões de bens (imóveis, veículos, dinheiro)
nas províncias de Lecce e Salermo. Todos esses bens, ultrapassam os 4 milhões
de euros, o equivalente a R$ 26 milhões.
A
sua residência, em Amsterdã, na Holanda, foi alvo de busca das autoridades holandesa,
mas o homem foi preso no Brasil, onde há muito havia se estabelecido com sua
esposa (DNLM, de 47 anos) no estado de Pernambuco e, com o produto da atividade
criminosa, iniciou um empreendimento lucrativo, uma construtora especializada
na construção de moradias de luxo.
Prisão
A prisão no Brasil veio pela estreita colaboração entre a Polícia Federal do Brasil e a polícia italiana, que contaram ainda com o apoio do Serviço Internacional da Interpol através da Direção Central da Polícia Criminal, da Coordenação-Geral da Polícia de Repressão às Drogas, Armas e Facções e da Equipe Móvel da Delegacia de Lecce. (ANSA).
A
residência de Giannotta, em Aldeia, no município de Camaragibe, próximo ao
balneário Recife, foi monitorada por vários
dias, mas como ela estava equipada com
um sistema de videovigilância que não permitia uma ação rápida, os policiais
optaram por esperar ele sair para efetuar a prisão com segurança. Ele foi preso
quando estava com a esposa dentro do carro, saindo do condomínio de luxo.
As
investigações apontaram que ele atuava no ramo de imóveis. Ele estava colocando
para vender um desses imóveis lá em Aldeia, de mais ou menos R$ 1 milhão.
"A
gente acredita até que dinheiro sujo da cocaína, do tráfico internacional, era
utilizado para lavar dinheiro no Brasil com a compra de imóveis", declarou
Giovani Santoro, chefe de comunicação da PF em Pernambuco.
Casado
com uma pernambucana ele não tem registro de passaporte. "Ele era uma
pessoa praticamente invisível. Não tem registro de passaporte dele no nosso
sistema, não tem registro de viagem que ele fez, principalmente, de avião",
afirmou declarou Giovani Santoro.
Repercussão na Itália
A
prisão do traficante foi notícia em vários jornais italianos. O "Piazza
Salento" chamou Alduino Gianotta de Pablo Escobar salentino, numa menção
ao conhecido traficante colombiano e à cidade italiana de Salento, base do
grupo criminoso.
Já
o "La Repubblica" destacou que o italiano tinha se mudado com a
esposa para Pernambuco, onde negociava imóveis de luxo com o dinheiro da
atividade criminosa.
O organograma da
associação
A
organização criminosa tinha um organograma bem definido : Alduino Giannotta ,
59 anos de Salento, era o promotor, organizador, gestor e financiador, dedicado
à compra de cocaína da Holanda e aos contatos com fornecedores internacionais.
Pierpaolo Pizzolante , 30 anos de Acquarica del Capo, organizador, homem de
confiança de Giannotta, encarregado da direção das importações da Holanda e da
posterior distribuição do narcótico no Salento. Giovanni Rizzo , 53, de
Taviano, que adquiria a substância de Giannotta, redistribuía nas praças principais
da província de Lecce.
Nicolò
Urso, 32 anos de Presicce e Donato Angelo Rainò , 53 anos de Taviano,
participantes, homens de confiança respectivamente de Pizzolante e Giovanni
Rizzo, eramdedicados ao transporte, compra e venda de cocaína nos territórios
de competência e a entrega e retirada de pagamentos em dinheiro. Luigi
Basilicata , 53 anos, natural da Campânia, participante, era funcionário de uma
empresa de transporte com sede em Villa Literno, na província de Caserta, cujos
veículos eram utilizados para o transporte e entrega de armas e entorpecentes,
que tratava diretamente - e com a ajuda de Giuseppe Ascione e Silvestre
Attianese ambos da Campânia e funcionários da mesma empresa - transportando o
narcótico de Amsterdã para o depósito napolitano e daí, para a área de Salento,
cuidando também da transferência de dinheiro da província de Lecce para a
Holanda.
Disposição do STF
Gianotta
foi levado para a sede da Polícia Federal no Cais do Apolo, na área central do
Recife, e seguiu para se submeter a um exame de corpo de delito, no Instituto
de Medicina Legal (IML), em Santo Amaro, na mesma região. Posteriormente foi
encaminhado para ao Centro de Observação e Triagem Professor Everardo Luna (Cotel),
em Abreu e Lima.
Ele
está no Cotel à disposição tanto do Supremo Tribunal Federal como também da
Justiça italiana, que deve solicitar a extradição dele para que ele possa
cumprir a pena lá na Itália, já que os crimes que ele cometeu foram naquele
país.
Operazione Skipper, deflagrada pela polícia italiana:
A nossa missão é manter informado àqueles que nos acompanham, de todos os fatos, que de alguma forma, estejam relacionados com a Guarda Portuária e a Segurança Portuária em todo o seu contexto. A matéria veiculada apresenta cunho jornalístico e informativo, inexistindo qualquer crítica política ou juízo de valor.
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Os comentários publicados não representam a opinião do Portal Segurança Portuária Em Foco. A responsabilidade é do autor da mensagem. Não serão aceitos comentários anônimos. Caso não tenha conta no Google, entre como anônimo mas se identique no final do seu comentário e insira o seu e-mail.