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quarta-feira, 24 de fevereiro de 2021

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CONDENADO POR TRÁFICO DE DROGAS VIA PORTO DE SANTOS É CAPTURADO PELA PM

 

Gordinho, apontado como braço direito de André do Rap, segundo a PF, era o responsável embarcar drogas no Porto de Santos

Wellington Araújo de Jesus, conhecido como “Gordinho”, de 37 anos, condenado a oito anos e nove meses de prisão por tráfico de drogas a partir do Porto de Santos, foi capturado no dia 12 de fevereiro por policiais militares em Guarujá, no litoral de São Paulo.

Gordinho, é apontado como braço direito do narcotraficante André Oliveira Macedo, o André do Rap, um dos criminosos mais procurados do País. Ele foi condenado na Justiça Federal junto com outros réus na Operação Oversea, deflagrada pela Polícia Federal em 2014, sob a acusação de tentar enviar 224 kg de cocaína para Antuérpia, na Bélgica, pelo Porto de Santos.

Operação Oversea

A Operação Oversea teve como foco o tráfico de drogas pelo Porto de Santos. Ao longo das investigações da Polícia Federal (PF), foi descoberto um esquema de remessa de cocaína do Brasil ao exterior, por contêineres que saíam do porto santista.

A operação resultou nas apreensões de 3,7 toneladas da droga, no País e no exterior, entre janeiro de 2013 e março de 2014. Também foi possível apurar o vínculo da megaquadrilha com uma facção criminosa.

Condenação

Gordinho foi processado perante a 5ª Vara Federal de Santos, junto com Carlos Bodra Karpavicius, Suaélio Martins Leda, Leandro Teixeira de Andrade e Ricardo Menezes Lacerda.

Em dezembro de 2014, a Justiça Federal condenou Gordinho a 5 anos de prisão pelo crime de tráfico de drogas, no entanto, ele foi absolvido da acusação de tráfico internacional.

O Ministério Público Federal (MPF) recorreu da decisão ao Tribunal Regional Federal da 3ª Região, bem como das defesas dos demais réus. A 11ª Turma do TRF3 julgou as apelações em dezembro de 2017. Por unanimidade, o colegiado condenou Gordinho e manteve a condenação dos outros acusados.

As penas de Suaélio e Carlos foram fixadas em dez anos. Ricardo, Leandro e Wellington foram condenados a oito anos e nove meses.

Outros réus da Organização Criminosa

Vários réus, integrantes de várias células da Organização Criminosa, desbaratadas pela Operação Oversea, foram condenados em diversos processos, que foram desmembrados.  

Gordinho, apontado como braço direito de André do Rap, segundo a PF, era o responsável embarcar drogas no Porto de Santos. Escutas telefônicas interceptaram conversas de ambos tratando de negócios do narcotráfico.

LEIA TAMBÉM: A PRISÃO DE ANDRÉ DO REP, APONTADO POR TRAFICAR DROGAS PELO PORTO DESANTOS

Alguns, mesmo condenados, foram soltos graças a um habeas corpus concedido pela Justiça. André do Rap deixou a prisão em outubro do ano passado, beneficiado por habeas corpus expedido pelo ministro Marco Aurélio Mello, do Supremo Tribunal Federal (STF).

Horas depois, o STF cassou a liberdade de André do Rap, mas ele já havia fugido. O comparsa dele, Moacir Levi, o Bi da Baixada, condenado a 29 anos também na Operação Oversea, foi solto por Mello em 18 de outubro de 2019. Ele estava preso na Penitenciária Federal de Porto Velho (RO).

Em julho do ano passado, o Tribunal de Justiça beneficiou com prisão domiciliar outro integrante do bando. Suaélio Martins Leda, condenado a 41 anos, estava preso na Penitenciária 1 de Mirandópolis (SP). Horas depois, o TJ também suspendeu o habeas corpus, mas a fuga já estava consumada.

Anderson Lacerda Pereira, da célula de Mogi das Cruzes, um dos chefes da quadrilha de narcotraficante, também foi condenado na Operação Oversea, a 7 anos, mas encontra-se foragido.

OVERSEA

Segundo o MPF, o grupo tentou enviar 145 kg de cocaína para o porto espanhol de Las Palmas, nas Ilhas Canárias. A droga foi descoberta em 17 de dezembro de 2013. Ela estava em um contêiner com carne.

Suaélio negociava a droga com os fornecedores e compradores de outros países. Advogado, Carlos dava suporte jurídico para a “exportação” parecer legal. Leandro, Ricardo e Wellington cuidavam da logística para pôr a droga no Porto de Santos e embarcá-la ao exterior.

A Operação Oversea, da Polícia Federal, desmantelou esquema de remessa de cocaína do Brasil ao exterior por Santos, resultando nas apreensões de 3,7 toneladas da droga, no País e fora dele, entre 2013 e 2014. Também se apurou vínculo da quadrilha com o Primeiro Comando da Capital (PCC).

LEIA TAMBÉM: COMO A PF DESMONTOU O TRÁFICO NO PORTO DE SANTOS

Prisão

Momento da abordagem (imagens divulgadas pela PM)

A prisão de “Gordinho” se deu quando policiais militares faziam patrulhamento na Rua Deputado Emílio Carlos, Bairro Vila Maia, no Guarujá, quando avistaram um casal em uma motoneta Honda Biz.

A equipe, tendo no comando o tenente Alex Câmara, ao reconhecer Wellington, acompanhou o veículo e abordou o casal na Rua Buenos Aires, altura do número 257. Ao revistarem o casal, nada de ilegal foi encontrado. 

Ao ser interrogado no local pelos PMs, “Gordinho” apresentou uma Carteira Nacional de Habitação - CNH (foto) com a sua foto mas em nome de André Luiz Santos dos Santos, mas posteriormente, percebendo que já havia sido reconhecido pelos policiais, o foragido acabou revelando seu nome verdadeiro e até forneceu o número de sua matrícula no sistema prisional paulista. Em pesquisa, foi confirmado que ele tinha um mandado de prisão da Justiça Federal, pelo crime de tráfico de drogas.

O criminoso foi conduzido à Delegacia Sede de Guarujá, onde foi autuado por falsificação de documentos e o mandado de prisão foi cumprido. Wellington permaneceu preso e à disposição da Justiça.



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