Gordinho,
apontado como braço direito de André do Rap, segundo a PF, era o responsável
embarcar drogas no Porto de Santos
Wellington
Araújo de Jesus, conhecido como “Gordinho”, de 37 anos, condenado a oito anos e
nove meses de prisão por tráfico de drogas a partir do Porto de Santos, foi capturado
no dia 12 de fevereiro por policiais militares em Guarujá, no litoral de São
Paulo.
Gordinho,
é apontado como braço direito do narcotraficante André Oliveira Macedo, o André
do Rap, um dos criminosos mais procurados do País. Ele foi condenado na Justiça
Federal junto com outros réus na Operação Oversea, deflagrada pela Polícia
Federal em 2014, sob a acusação de tentar enviar 224 kg de cocaína para
Antuérpia, na Bélgica, pelo Porto de Santos.
Operação Oversea
A
Operação Oversea teve como foco o tráfico de drogas pelo Porto de Santos. Ao
longo das investigações da Polícia Federal (PF), foi descoberto um esquema de
remessa de cocaína do Brasil ao exterior, por contêineres que saíam do porto
santista.
A
operação resultou nas apreensões de 3,7 toneladas da droga, no País e no
exterior, entre janeiro de 2013 e março de 2014. Também foi possível apurar o
vínculo da megaquadrilha com uma facção criminosa.
Condenação
Gordinho
foi processado perante a 5ª Vara Federal de Santos, junto com Carlos Bodra
Karpavicius, Suaélio Martins Leda, Leandro Teixeira de Andrade e Ricardo Menezes
Lacerda.
Em
dezembro de 2014, a Justiça Federal condenou Gordinho a 5 anos de prisão pelo
crime de tráfico de drogas, no entanto, ele foi absolvido da acusação de
tráfico internacional.
O
Ministério Público Federal (MPF) recorreu da decisão ao Tribunal Regional
Federal da 3ª Região, bem como das defesas dos demais réus. A 11ª Turma do TRF3
julgou as apelações em dezembro de 2017. Por unanimidade, o colegiado condenou
Gordinho e manteve a condenação dos outros acusados.
As
penas de Suaélio e Carlos foram fixadas em dez anos. Ricardo, Leandro e Wellington
foram condenados a oito anos e nove meses.
Outros réus da Organização
Criminosa
Vários
réus, integrantes de várias células da Organização Criminosa, desbaratadas pela
Operação Oversea, foram condenados em diversos processos, que foram desmembrados.
Gordinho,
apontado como braço direito de André do Rap, segundo a PF, era o responsável
embarcar drogas no Porto de Santos. Escutas telefônicas interceptaram conversas
de ambos tratando de negócios do narcotráfico.
LEIA TAMBÉM: A PRISÃO DE ANDRÉ DO REP, APONTADO POR TRAFICAR DROGAS PELO PORTO DESANTOS
Alguns,
mesmo condenados, foram soltos graças a um habeas corpus concedido pela
Justiça. André do Rap deixou a prisão em outubro do ano passado, beneficiado
por habeas corpus expedido pelo ministro Marco Aurélio Mello, do Supremo
Tribunal Federal (STF).
Horas
depois, o STF cassou a liberdade de André do Rap, mas ele já havia fugido. O
comparsa dele, Moacir Levi, o Bi da Baixada, condenado a 29 anos também na
Operação Oversea, foi solto por Mello em 18 de outubro de 2019. Ele estava
preso na Penitenciária Federal de Porto Velho (RO).
Em
julho do ano passado, o Tribunal de Justiça beneficiou com prisão domiciliar
outro integrante do bando. Suaélio Martins Leda, condenado a 41 anos, estava
preso na Penitenciária 1 de Mirandópolis (SP). Horas depois, o TJ também
suspendeu o habeas corpus, mas a fuga já estava consumada.
Anderson
Lacerda Pereira, da célula de Mogi das Cruzes, um dos chefes da quadrilha de
narcotraficante, também foi condenado na Operação Oversea, a 7 anos, mas
encontra-se foragido.
OVERSEA
Segundo
o MPF, o grupo tentou enviar 145 kg de cocaína para o porto espanhol de Las Palmas,
nas Ilhas Canárias. A droga foi descoberta em 17 de dezembro de 2013. Ela estava
em um contêiner com carne.
Suaélio
negociava a droga com os fornecedores e compradores de outros países. Advogado,
Carlos dava suporte jurídico para a “exportação” parecer legal. Leandro,
Ricardo e Wellington cuidavam da logística para pôr a droga no Porto de Santos
e embarcá-la ao exterior.
A
Operação Oversea, da Polícia Federal, desmantelou esquema de remessa de cocaína
do Brasil ao exterior por Santos, resultando nas apreensões de 3,7 toneladas da
droga, no País e fora dele, entre 2013 e 2014. Também se apurou vínculo da
quadrilha com o Primeiro Comando da Capital (PCC).
LEIA TAMBÉM: COMO A PF DESMONTOU O TRÁFICO NO PORTO DE SANTOS
Prisão
A prisão de “Gordinho” se deu quando policiais militares faziam patrulhamento na Rua Deputado Emílio Carlos, Bairro Vila Maia, no Guarujá, quando avistaram um casal em uma motoneta Honda Biz.
A
equipe, tendo no comando o tenente Alex Câmara, ao reconhecer Wellington, acompanhou
o veículo e abordou o casal na Rua Buenos Aires, altura do número 257. Ao
revistarem o casal, nada de ilegal foi encontrado.
Ao
ser interrogado no local pelos PMs, “Gordinho” apresentou uma Carteira Nacional
de Habitação - CNH (foto) com a sua foto mas em nome de André Luiz Santos dos Santos,
mas posteriormente, percebendo que já havia sido reconhecido pelos policiais, o
foragido acabou revelando seu nome verdadeiro e até forneceu o número de sua
matrícula no sistema prisional paulista. Em pesquisa, foi confirmado que ele
tinha um mandado de prisão da Justiça Federal, pelo crime de tráfico de drogas.
O
criminoso foi conduzido à Delegacia Sede de Guarujá, onde foi autuado por
falsificação de documentos e o mandado de prisão foi cumprido. Wellington
permaneceu preso e à disposição da Justiça.
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