Ele é
suspeito de enviar pelo menos seis toneladas de cocaína à Europa.
A
justiça espanhola suspendeu a decisão que permitia o empresário Eduardo Oliveira Cardoso, de 43 anos, de
ser extraditado ao Brasil na última quarta-feira (16). Ele está preso desde 22 de outubro de 2019 em Madri, na Espanha, por ser suspeito de participar do
envio de pelo menos seis toneladas de cocaína à Europa pelo Porto de Santos, no
litoral de São Paulo, e por outros complexos brasileiros. Antes de ser preso,
ele fazia publicações nas redes sociais que mostrava a vida de alto padrão que
mantinha.
A
extradição estava marcada para acontecer naquela data, quarta-feira (16). O
empresário teria, como destino, a Penitenciária Dr. Geraldo de Andrade Vieira,
em São Vicente. No entanto, um Certificado de Suspensão de Entrega, emitido
pela Interpol, anunciou a suspensão da operação no dia anterior à data marcada
para a extradição.
O
certificado de suspensão foi entregue aos policiais federais brasileiros que
foram buscar o empresário na Espanha, no Aeroporto Adolfo Suarez
Madrid-Barajas. O documento não explica qual foi o motivo da suspensão da
extradição.
Ao
G1, o Departamento de Recuperação de Ativos e Cooperação Jurídica Internacional
do Ministério da Justiça e Segurança Pública informou, por nota, que não
fornece informações sobre processos de extradição específicos em andamento.
Caso
Cardoso
é apontado como integrante da quadrilha que foi desarticulada em agosto de 2019
durante a Operação Alba Vírus, que apreendeu mais de R$ 28 milhões em espécie,
10 carros de luxo, 26 caminhões e R$ 23 milhões em imóveis de alto padrão. Doze
pessoas foram presas e cinco permanecem foragidas, entre elas, um empresário do
ramo portuário.
Eduardo
Cardoso se identifica como CEO da Broker, fundada em 2002 e que tem sede
administrativa em um edifício em área nobre em Santos (SP). Nas imagens
divulgadas pela Polícia Federal, encontradas em celulares apreendidos durante a
fase inicial da investigação, ele aparece conferindo a ocultação de tabletes de
cocaína na carga de congelados.
A
gravação ocorreu no final de 2018 em um galpão da empresa, localizado na Grande
São Paulo, e o carregamento foi despachado por Paranaguá (PR). O vídeo, segundo
a delegada federal responsável pelas investigações, Fabiana Lopes Salgado, servia
como um comprovante do serviço de venda e transporte da droga aos recebedores
na Europa.
A
maneira como a cocaína foi escondida chamou a atenção da Polícia Federal para
um carregamento de 1,4 tonelada de cocaína encontrada em julho do ano passado,
no Porto de Santos, da mesma maneira: escondida em meio à carga de frango em
contêineres frigoríficos. A empresa de Eduardo também estava envolvida no
despacho desta carga.
Nas
redes sociais, o empresário mantinha publicações que mostram a vida de alto
padrão que mantinha e sobre bastidores do trabalho, inclusive, compartilhou
fotos do mesmo galpão de onde foi filmado na ocasião da ocultação da droga. Em
uma postagem, o investigado chegou a destacar ainda ações beneficentes, como
doações feitas a entidades.
Ele
morava em São Paulo e os endereços dele foram alvos de mandados de busca e
apreensão, autorizados pela 5ª Vara Federal de Santos, no âmbito da operação.
O
G1 não conseguiu contato com os advogados do empresário até a última atualização
desta matéria.
Prisão na Espanha
A
Polícia Federal já tinha mandado de prisão preventiva para Cardoso desde a
Operação Alba Vírus. Segundo informações da PF, equipes que atuam em Santos
identificaram que a empresa dele na Espanha participaria de uma feira de
alimentos em Madri. O empresário estava fora do Brasil desde 14 de julho de
2019.
As
informações foram repassadas para as autoridades espanholas, que efetivaram a
prisão de Cardoso. À época, a PF informou ao G1, em nota, que ele estava preso
na Espanha até a efetividade da extradição para responder, no Brasil, ao
processo penal por tráfico internacional de entorpecentes.
Pedido de asilo
Segundo
o Jornal da Band, da Rede Bandeirantes de Televisão, os advogados de Eduardo,
que mora com a família na capital espanhola, entraram com um pedido de asilo.
Enquanto o processo não é julgado, ele deve ficar preso na Espanha.
Fonte:
G1 Santos e Região/Jornal da Band
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Os comentários publicados não representam a opinião do Portal Segurança Portuária Em Foco. A responsabilidade é do autor da mensagem. Não serão aceitos comentários anônimos. Caso não tenha conta no Google, entre como anônimo mas se identique no final do seu comentário e insira o seu e-mail.