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segunda-feira, 10 de agosto de 2020

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CROATA PROCURADO PELA INTERPOL É PRESO PELA PRF

 

Ele era procurado por tráfico internacional de drogas e homicídio, entre outros crimes.

Uma equipe da Polícia Rodoviária Federal (PRF) prendeu, no dia 21 de julho, o croata Luka Maric, 28 anos, procurado pela Interpol (International Criminal Police Organization). Ele era é procurado por diversos crimes, como tráfico internacional de drogas e homicídio.

A prisão ocorreu na praça de pedágio do km 426 da Rodovia BR 116, na altura da cidade Juquiá, no interior de São Paulo, durante a “Operação Tamoio III”.

Abordagem

Na praça de pedágio os policiais abordaram um veículo da marca Nissan, modelo Versa, de cor prata, com placas de Guarujá (SP). Ao procederem a revista foram encontradas duas mochilas. Dentro de uma delas, a do croata, havia um compartimento secreto com R$ 9.420,00 em espécie.

O motorista alegou que foi contratado pelo irmão para transportar Luka Maric de Balneário Camboriú (SC), para a cidade de Santos (SP).

 

Ao efetuarem consulta a Central, os policiais foram informados que Luka era natural da Croácia e estava sendo procurado pela Interpol, sendo suspeito por vários crimes, dentre eles, tráfico internacional de drogas e homicídio, além de integrar uma organização criminosa internacional, recebendo então de imediato a voz de prisão.

Ele foi encaminhado para o Departamento de Homicídios e Proteção a Pessoa (DHPP) da Polícia Civil, em Curitiba, no Paraná.

Organização Criminosa

O croata é acusado de gerenciar uma organização criminosa, cujo líder seria o brasileiro Hernandes Oliveira da Silva, conhecido como “Mike” ou “Baixinho”, que está foragido. Ele e o croata Luka Maric possuem mandado de prisão preventiva e são procurados internacionalmente.

Assassinato de ex-policial


Maric e “Mike” são acusados pelo assassinato do ex-policial civil Samir Skandar e do seu funcionário, o porteiro Avalri de Paula, ocorrido no dia 9 de novembro do ano passado, em um barracão, na Linha Verde, no Bairro Alto, em Curitiba (PR).

Eles também são investigados pela morte do sérvio Marjan Jocic, que fazia parte da mesma organização criminosa. Seu corpo foi encontrado no dia 4 de maio deste ano, em um lago em Campo Magro, na Região Metropolitana de Curitiba. Um terceiro suspeito pelos crimes foi preso no dia 14 em Balneário Camboriú, no litoral de Santa Catarina.

As investigações apontam que o Marjan teria envolvimento no duplo assassinato, a mando de Mike e Maric. Ele e um amigo esloveno, que está desaparecido, se mudaram de Camboriú para Curitiba dias antes da morte de Samir. As autoridades acreditam que Marjan assumiu o lugar do Samir na organização sendo o responsável pela remessa de 240 quilos de cocaína.

Esta droga, vinda da Bolívia e de altíssima qualidade, inserida em uma carga de sulfeto metálico no Porto de Paranaguá (PR), com destino ao Porto da Antuérpia, na Bélgica, foi interceptada pela polícia.

Outros dois homens suspeitos de envolvimento no assassinato de Jocic, foram presos temporariamente dias após o fato. Por decisão da justiça, foram soltos no início de junho deste ano e irão responder pelo crime em liberdade. As investigações apontam que eles fazem parte do grupo criminoso comandado por “Mike”.

Motivo do crime

O crime ocorreu após 1.420 kg de cocaína, com destino a Lisboa, em Portugal ser interceptado no aeroporto de Curitiba deixando os chefões irritados, fazendo com que começasse a caçar quem poderia ter entregado o esquema. Foi então que descobriram que Samir foi policial e nunca havia contado para a organização, acabando morto.

As investigações apontaram que Samir não tinha a intenção de mandar a cocaína, como queria a organização “Ele planejava aplicar um golpe no grupo ficando com os valores", afirmou a delegada Tathiana Guzella, da Polícia Civil do Paraná (PCPR).

Prisão e soltura de “Mike”

“Mike” chegou a ser preso em Camboriú (SC) por dois mandados. Um pela morte de Samir e Alvari, em Curitiba, e outro por uma tentativa de feminicídio contra a própria esposa. Ele conseguiu a revogação do mandado deste crime, mas havia o duplo homicídio, no entanto, foi colocado em liberdade por um erro do sistema penitenciário catarinense.

No momento da prisão ele admitiu ser integrante do grupo e de ter entregado em um hotel na Avenida Paulista, em São Paulo, dois pacotes com drogas e dinheiro para que o piloto que iria comandar um jato G550, de grande autonomia de voo, de Curitiba até a Bélgica, carregado de droga.

"Um dos pacotes tinha quatro pacotes de cocaína, avaliada em 90 mil dólares. O outro tinha R$ 150 mil em dinheiro. Era o pagamento ao piloto. Este jato foi locado por R$ 1,3 milhão. Mas a ideia da quadrilha era experimentar o avião para comprar ou um novo por R$ 65 milhões, ou um usado por R$ 35 milhões. Mas esta remessa não aconteceu porque a droga foi interceptada pela polícia".

Portos e aeroportos

Segundo a delegada Tathiana Guzella, da Polícia Civil do Paraná (PCPR) os dois fazem parte de uma organização criminosa de tráfico internacional que traz a droga da Bolívia, passando pelo Paraná e seguindo para a Europa, tendo todas as vertentes de uma trama com policiais infiltrados.

“O esquema é muito complexo, com muito dinheiro, muita tecnologia envolvida. Ele estava sendo investigado por outros crimes, por outros órgãos da polícia e hoje conseguimos uma vitória com a retirada dessa pessoa da comunidade”, disse a delegada.

As autoridades acreditam que essa célula criminosa pode estar envolvida no envio de cocaína para o exterior através dos portos de Paranaguá, Santos, além de portos do estado de Santa Catarina.



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