Segundo
o delegado do órgão, um novo regimento poderá dar ainda mais agilidade à
conferência de mercadorias.
A
pandemia de Covid-19 forçou a adoção de procedimentos que vieram para ficar na
Alfândega do Porto de Santos. A unidade intensificou o uso de tecnologias para
garantir a continuidade das operações de comércio exterior. Além disso, um novo
regimento, aguardado para o mês que vem, poderá dar ainda mais agilidade à
conferência de mercadorias.
As
informações são do delegado da Alfândega do Porto de Santos, Cleiton Alves dos
Santos João Simões. Ele participou, na última sexta-feira, de um webinar
promovido pela Comissão de Direito Aduaneiro da Ordem dos Advogados do Brasil
(OAB) Santos. O evento foi mediado pelo advogado Rodrigo Zanethi.
Segundo
Simões, de cerca de 100 servidores, mais da metade está trabalhando de forma
remota, por conta da pandemia. Por isso, no início foram sentidos impactos
operacionais.
Os
sistemas da Receita Federal não estavam preparados para tantos acessos remotos.
A média nacional, que era de mil trabalhadores fora das unidades, saltou para 9
mil. Mas, a situação poderia ter sido muito pior, se não fossem os
procedimentos eletrônicos já estruturados pelo órgão.
Entre
eles, está Centro de Conferência Remota (Confere), em que os computadores
recebem imagens de quase 500 câmeras que fazem a conferência remota de qualquer
carga depositada. O sistema passou a contar com a ajuda de analistas por conta
da ausência de auditores fiscais que precisaram ser afastados pela idade e
pelos riscos de contágio pela Covid-19.
“Por
sorte, isso aconteceu agora e a gente está preparado. De forma geral, não houve
muito prejuízo no comércio exterior. Alguma coisa, sempre tem. As pessoas não
estavam acostumadas a trabalhar de casa. Os despachantes costumavam vir à
Alfandega e nós tivemos que para o público externo”, destacou Simões.
Segundo
o delegado, a retomada das atividades será feita de forma cautelosa. O motivo é
a faixa etária dos trabalhadores da Alfândega. Além disso, ele destaca que,
mesmo com a flexibilização proposta pelo Governo do Estado, as atividades da
aduana dependem de regramentos federais, que ainda não foram revogados.
“Teremos
lições para o futuro. Num futuro pós-pandemia, muitas das coisas que estamos
adotando vão continuar. Como dizem, no novo normal, a ideia é ter muito pouca
gente indo na Alfândega”, afirmou
A
ideia é ampliar a utilização de e-mails para a solicitação de procedimentos.
Para os que necessitam de presença, foram instalados painéis para proteção de
servidores no Centro de Atendimento ao Contribuinte (CAC). Mesmo assim, entre
seis e oito profissionais testaram positivo para a covid-19.
Regimento
Simões
aguarda, para o próximo dia 29, a entrada em vigor de um novo regimento interno
da Receita Federal. Entre as mudanças que devem ser implantadas está a criação
do Confere nacional.
O
programa, lançado em Santos, será estendido para outras unidades da Receita no
País. Com isso, a documentação de uma carga armazenada no cais santista poderá
ser analisada por fiscal de outro estado.
Se
houver necessidade de vistoria física, o procedimento será realizado, neste
primeiro momento, por profissionais de Santos. Posteriormente, quando as
imagens forem disponibilizadas, a conferência pode ser feita por fiscais de
fora.
Destaque
Em
breve, a Alfândega do Porto de Santos poderá ter um novo delegado. Isto porque,
em fevereiro, Cleiton Alves dos Santos João Simões concluiu seu mandato, após
oito anos no cargo. O órgão abriu, em dezembro, o processo seletivo interno
para a escolha de um substituto, que ainda não foi nomeado. Até a definição do
nome de um novo delegado, Simões permanecerá na função.
Fonte:
Jornal A Tribuna
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