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segunda-feira, 18 de maio de 2020

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JUSTIÇA CONDENA PAI E FILHO DA MÁFIA QUE ATUAVAM EM PARCERIA COM UMA FACÇÃO CRIMINOSA BRASILEIRA



Segundo a polícia, eles pertencem ao grupo mafioso Ndrangheta, da região da Calábria, no Sul da Itália.
Os italianos Nicola Assisi e Patrick Assisi, pai e filho, foram condenados à prisão pela apreensão em flagrante de armas, drogas e dinheiro em Praia Grande, no litoral de São Paulo. Eles foram detidos em julho de 2019, em cumprimento a mandado de prisão expedido após investigações internacionais apontarem os dois como integrantes de um grupo que controla 40% dos envios globais de cocaína. O filho deve ser extraditado para a Itália, de acordo com decisão do Supremo Tribunal Federal.
Pai e filho foram localizados em um apartamento em Praia Grande. Ambos haviam sido condenados na Itália por tráfico internacional de drogas, por serem identificados como membros de uma organização criminosa italiana.
Eles foram condenados pela Justiça brasileira pelos crimes de posse de documentos falsos, posse ilegal de armas, associação e tráfico de drogas. Na residência, foram encontrados, em espécie, € 6,1 mil, US$ 24,4 mil e R$ 770,7 mil, além de diversas cédulas rasgadas pela metade, três armas, 28 celulares, notebooks, radiocomunicadores e dois carros.
Além disso, um bloqueador de celular com cinco antenas também foi encontrado no apartamento, assim com um aparelho telefônico por satélite, rastreadores GPS portáteis e documentos falsos com a foto de Nicola.
A decisão pela condenação em primeira instância foi da juíza federal Anita Villani, da Justiça Federal de São Vicente, publicada no fim de abril. Para Patrick, foi fixada a pena de 14 anos e 7 meses de prisão e mais dois anos de detenção; para Nicola, 16 anos e 11 meses de prisão. Ambas as penas devem ser cumpridas em regime inicial fechado. Cabe recurso.
Os dois estão detidos no Presídio Federal em Brasília, após terem tido a prisão temporária convertida em preventiva durante uma audiência de custódia em julho do ano passado.
Extradição                       
Pai e filho também respondem a pedido de prisão preventiva e extradição para fins de execução de pena imposta pela justiça italiana, após investigação internacional indicar ligação deles com o narcotráfico. A extradição já foi indicada pelo STF. Antes de decidir, a juíza determinou que as partes se manifestem.
Anita Villani deu prazo de cinco dias para manifestação das partes sobre a liberação antecipada de Patrick, o filho, às autoridades italianas, após consulta ao Ministério da Justiça e Segurança Pública.
Procurada pelo G1, a defesa dos dois afirma que irá se manifestar a favor que Patrick cumpra a pena no Brasil e, após isso, seja extraditado para a Itália, se o STF assim determinar.
Investigação
Segundo a polícia, Nicola Assisi e Patrick Assisi pertencem ao grupo mafioso Ndrangheta, da região da Calábria, no Sul da Itália. A organização é apontada como responsável por controlar aproximadamente 40% dos envios globais de cocaína à Europa, principal mercado consumidor. Eles atuavam em parceria com uma facção criminosa brasileira.
Pai e filho estavam em uma cobertura de luxo na orla do bairro Aviação, em Praia Grande. Policiais do Grupo de Pronta Intervenção (GPI) cercaram a região. No apartamento, além dos ilícitos, havia um compartimento secreto localizado no fundo falso de uma parede. O local poderia também ser utilizado como rota de fuga.
Todo o material foi apreendido e levado junto com os presos a Santos, para a delegacia regional da Polícia Federal. Ainda de acordo com a polícia italiana, Nicola estava prestes a se aposentar do crime para aproveitar a vida em algum lugar no Brasil, onde ambos eram procurados desde 2014. A Interpol também estava atrás deles desde a ocasião. A suspeita é que pai e filho tenham viajado utilizando documentos falsos pela América Latina nos últimos anos.
No local, de acordo com os laudos periciais, os dois montaram um grande esquema de segurança, com câmeras de longo alcance na fachada do edifício para monitorar a região e identificar aproximações policiais. As portas eram reforçadas, havia paredes falsas e a comunicação com os funcionários do prédio era feita por rádio comunicador, ao invés de utilizarem o interfone.



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