Movimento
quer impedir a terceirização da operação das balanças dos portos da Companhia.
Os
servidores da Companhia Docas do Pará (CDP) paralisaram, na manhã desta quarta-feira
(15), as atividades no Porto de Vila do Conde (PVC), em Barcarena.
O
principal objetivo do movimento é impedir a terceirização da operação das
balanças dos portos da Companhia. Ao meio dia, os serviços foram normalizados.
A
Redação Integrada buscou contato com a presidência da CDP e aguarda
posicionamento.
Os
trabalhadores cobram também o retorno do pagamento do Adicional de Risco
Portuário, retirado no fim do ano passado, e a contratação de novos técnicos
aprovados em concurso público.
A
presidência da empresa pública reunirá nesta quinta-feira (16) com os
representantes do Sindicato dos Trabalhadores Portuários de Pará e Amapá
(Sindiporto) para tratar das reivindicações. Marçal William, diretor do
Sindiporto, argumenta que a tentativa de terceirização dos serviços da balança
do porto de Vila do Conde é o início de um projeto para privatizar a CDP de
forma total.
“Sabemos
que é esse o entendimento do governo federal em relação aos serviços públicos.
Eles pretendem privatizar tudo. Vila do Conde é um dos maiores portos em
movimentação do Norte brasileiro e o maior dos terminais administrados pela
CDP, que opera ininterruptamente com até oito embarcações atracadas, e 16
fundeadas”, afirma.
Os
portuários argumentam também que estão submetidos a alto grau de estresse, dado
o grande volume de operações realizadas naquele terminal, em contraste ao
pequeno efetivo destacado para o serviço. Por esse motivo, cobram a contratação
dos técnicos aprovados em concurso público.
“A
administração argumenta que há falta de pessoal, porém o último concurso
público aberto para técnico portuário, ainda possui pessoal à espera de
convocação. Também falta mão de obra para fiscalizar o porto internamente nos
píeres e pátios de armazenagens de carga. O efetivo de servidores de Vila do
Conde trabalha concentrado nos postos de plantão e balança em razão da falta de
pessoal”, diz ainda o representante do Sindiporto.
Fila
de caminhões se formou no Porto de Vila do Conde (Divulgação)
O Adicional de Risco Portuário, ainda de acordo com os trabalhadores, é outra pauta que exige urgência. O adicional tem como função resguardar os técnicos, que estão expostos a materiais como “poeira de minérios diversos em grande quantidade, como manganês, alumina, ferro, e de fertilizantes, como cock e clincker, cargas igualmente altamente prejudiciais à saúde”, afirma o Sindiporto.
Além do alegado cenário de risco, os problemas trazidos pela pandemia de coronavírus também preocupam o movimento.
"Neste momento, os serviços de limpeza foram reduzidos, o que em contrapartida aumenta o risco de contaminação da doença entre os servidores. Como o porto é atividade essencial para o Estado e para o país, os servidores tem que permanecer trabalhando na linha de frente do combate à pandemia, na medida em que tratam diariamente com navios advindos de todas as partes do mundo, incluindo oriundos da Itália e China, e de vários outros que também apresentam altos índices de contaminação do novo coronavírus”, declara o sindicato.
Fonte: O Liberal - Pará
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