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sexta-feira, 10 de abril de 2020

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PLATAFORMA DE PETRÓLEO REGISTRA 53 CASOS DE COVID-19



Os trabalhadores estão isolados num hotel em Vitória, no Espírito Santo.
Navio-plataforma de petróleo FPSO Capixaba, opera entre o Sul do Espírito Santo e a região Norte do Rio de Janeiro registrou dezenas de casos do novo coronavírus (Covid-19) entre os trabalhadores que estavam a bordo. A unidade está instalada na Bacia de Campos.
A Petrobrás informou na quinta-feira (09), à Secretaria de Estado da Saúde do Espírito Santo (Sesa) que 53 trabalhadores foram infectados com o novo coronavírus (Covid-19).
Isolamento
Dos trabalhadores infectados, segundo a Sesa, 29 desembarcaram em Anchieta, no Sul do ES, e foram trazidos para um hotel da Grande Vitória, onde estão em isolamento. Os pacientes estão sendo monitorados por uma equipe da empresa SBM Offshore.
Os demais tripulantes da plataforma, cerca de mais 50 pessoas, também foram transferidos para o mesmo hotel, onde cumprirão um período de isolamento. "O serviço de saúde que realizou os testes ainda vai notificar os casos para os estados de origem de cada paciente", disse a Sesa em nota.
A vigilância municipal inspecionou o hotel onde os tripulantes foram hospedados. No local não há outros hóspedes que não sejam os trabalhadores.
Segundo a Sesa, os outros tripulantes com Covid-19 na plataforma serão transferidos para o mesmo hotel, onde vão cumprir o período de isolamento.
Pelo último dado divulgado pela Sesa, o Espírito Santo tem 300 casos do novo coronavírus. Os casos registrados na plataforma ainda não entraram na conta oficial do governo do Espírito Santo.
De acordo com o subsecretário de Atenção à Saúde, Fabiano Ribeiro, essa contabilização dos doentes por Covid-19 não aconteceu porque apenas os trabalhadores do Espírito Santo serão notificados no estado.
“Nós estamos levantando essa informação para que os casos que não são aqui do estado não sejam contabilizados aqui. Isso é para a gente ter um número real de quantos casos são do Espírito Santo”, enfatizou Ribeiro.
Isso porque, de acordo com a Sesa, o serviço de saúde que fez o teste nos trabalhadores ainda vai notificar a secretaria sobre a origem de cada paciente.
O Laboratório Central vai receber apenas os laudos com a confirmação dos pacientes capixabas, onde haverá a conferência da habilitação para realizar o teste.
SBM Offshore
Em nota, a SBM confirmou a contaminação na plataforma de um "número significativo" de tripulantes em "um dos seus FPSOS no Brasil", sigla para Unidade Flutuante de Produção, Armazenagem e Transferência (FPSO, na sigla em inglês.
A empresa SBM Offshore disse que os doentes estão recebendo atenção médica e são monitorados. Os desembarcados também recebem atendimento médico em terra.
De acordo com a SBM, as medidas preventivas como distanciamento social e reforço nas regras de higiene estão sendo aplicadas para a população a bordo.
A empresa disse ainda que está em contato com as autoridades brasileira e com a Petrobras para gerenciar a situação.
Petrobrás
A Petrobrás informou que a SBM é a operadora da plataforma e que nenhum dos infectados é seu empregado. Em meados de março, a companhia anunciou uma série de medidas de proteção que seriam tomadas para seus colaboradores, tanto contratados como terceirizados.
Entre outras medidas, a Petrobrás reduziu o número de trabalhadores nas plataformas marítimas, alterou o horário dos turnos e passou a aferir a temperatura antes dos embarques para as unidades. Todas as viagens para o exterior foram suspensas e no Brasil apenas as muito essenciais estão sendo realizadas. A companhia também adotou o trabalho remoto para todo o efetivo que não precisa estar na operação.
"Reforçando nosso compromisso com o cuidado e proteção dos nossos colaboradores, incluindo seus familiares e pessoas próximas, a Petrobras não vai informar quando um colaborador tiver confirmação ou complicações decorrentes da Covid-19", disse a Petrobrás em nota ao Estadão/Broadcast. "A companhia entende que, em linha com nosso valor e respeito às pessoas, a garantia da privacidade e do sigilo médio se sobrepõe nessas situações", completou.
Abespetro
Em meados de março, o presidente da Associação Brasileira das Empresas de Serviços de Petróleo (Abespetro), Adyr Tourinho, já manifestava a preocupação com o risco de contágio nas plataformas de petróleo offshore. Ele temia que a disseminação da doença reduzisse a mão de obra disponível, o que poderia afetar a produção de petróleo do País.




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