Polícia
Federal apura participação de várias pessoas acusadas de envolvimento com o
tráfico internacional de drogas.
Investigação
deflagrada pela Polícia Federal (PF) em Londrina (PR) realiza devassa para
apurar a participação de várias pessoas acusadas de envolvimento com o tráfico
internacional de drogas pelo Porto de Santos e com o crime de lavagem de
dinheiro.
A
pedido do delegado Roberto Basioli, da PF, o juiz Nivaldo Brunoni, da 23ª Vara
Federal de Curitiba, decretou no mês passado as prisões temporárias de 11
pessoas. As investigações ainda recaem sobre outros suspeitos e prosseguem sob
segredo de justiça.
O
juiz federal também deferiu pedido da PF para que os investigados tenham os
sigilos bancários e fiscais quebrados. Por ocasião do cumprimento de ordens de
captura, os acusados tiveram os seus endereços revistados com autorização
judicial.
Celulares,
computadores, documentos e outros objetos de interesse das investigações foram
apreendidos e são analisados pelos policiais federais. Eles também apreenderam
dinheiro, joias, veículos e ouros bens para a apuração da procedência.
Esquema empresarial
A
PF batizou a investigação de Operação Tifeu. Ela é desdobramento da Operação
Spectrum, também conduzida pela PF em Londrina, que apura “complexa organização
criminosa” chefiada pelo megatraficante Luiz Carlos da Rocha, o “Cabeça Branca”.
Considerado
“embaixador do tráfico”, com o nome inserido nos arquivos da Interpol e
procurado havia 13 anos, "Cabeça Branca" foi preso pela PF em 2017, em Sorriso
(MT). Ele chegava a uma casa de luxo onde costumava passar alguns dias.
Na
spectrum, apurou-se que a organização negociou cerca de 26 toneladas de cocaína
entre 2014 e 2017, movimentando US$ 138 milhões (cerca de R$ 750 milhões). Na
Tifeu, são investigadas duas remessas de cocaína para a Europa, a partir do
porto de Santos.
Em
agosto de 2018, houve a apreensão de 1.930 Kg da droga no porto belga de
ghrent. O entorpecente estava em uma carga de ardósia. Em março de 2019, também
em Ghrent, foi achado mais 1,5 tonelada de cocaína em um carregamento de suco
de laranja.
Viagem sob suspeita
Dias
após a segunda apreensão em Ghrent, uma analista de importação e exportação de
um terminal portuário santista, pelo qual passou o suco de laranja, viajou para
a Bélgica para supostamente se encontrar com um dos alvos da Tifeu.
Ela
é mulher do sócio de duas empresas que atuam nos ramos de logística e comércio
exterior. A PF investiga o casal, que não está na relação dos presos, mas que
teve os sigilos bancário e fiscal levantados.
Presos e soltos
Entre
os presos da Tifeu estão um empresário argentino e um escrevente de cartório na
Baixada Santista. O primeiro teve a temporária de 30 dias decretada, mas foi
solto antes desse prazo, após prestar depoimento na Polícia Federal.
O
advogado Marcelo Cruz encaminhou à PF documentos contábeis das 12 empresas do
estrangeiro antes do depoimento. “Demonstramos que as movimentações financeiras
do cliente são compatíveis com o faturamento das pessoas jurídicas”, afirmou.
O
escrevente passou a ser investigado após supostamente informar um dos alvos da
Tifeu sobre a operação da PF. Ele ficou preso temporariamente por cinco dias e
o delegado Biasoli considerou desnecessário mantê-lo encarcerado por mais
tempo.
O
funcionário do cartório disse que não teve a intenção de alertar ninguém, em
detrimento da investigação em andamento. No entanto, afirmou estar “arrependido
e envergonhado” pelo que fez.
Fonte:
Jornal A Tribuna
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