O USS
Theodore Roosevelt está ancorado em Guam, ilha americana que fica na
Micronésia, no Oceano Pacífico.
Símbolo
máximo do poderio militar dos Estados Unidos, um porta-aviões do país começou a
evacuar sua tripulação devido a um surto do novo coronavírus entre seus
marinheiros.
O
USS Theodore Roosevelt está ancorado em Guam, ilha americana que fica na
Micronésia, no Oceano Pacífico, e serve de posto militar avançado de Washington
para ações em toda a estratégica região.
Na
semana passada, três pessoas da tripulação foram diagnosticadas com o novo
coronavírus. Não está claro onde elas pegaram o patógeno, mas sua alta taxa de
contágio ficou comprovada: na quarta (1º), já eram 93 os contaminados e 1.273
testes esperavam resultado.
O
gigantesco navio tem cerca de 4.800 tripulantes. Na terça (31), seu capitão,
Brett Crozier, fez um apelo desesperado ao comando da Marinha americana para
que pudesse desembarcar o máximo de tripulantes possíveis.
Na
quarta, mil marinheiros e marinheiras já estavam em solo, isolados em
quarentena de 14 dias em hotéis da ilha. Os doentes foram para hospitais. Eles
são quase 10% do total de militares americanos afetados pela Covid-19: 813,
segundo o Pentágono, num universo de quase 1,4 milhão de pessoas.
O
plano é evacuar mais 2.700 pessoas, deixando um contingente de cerca de 1.000
para manter as funções básicas do navio - a começar pelo seus dois reatores
nucleares, que o permitem navegar sem limite de autonomia pelo mundo.
O
incidente é extremamente simbólico. Enquanto navios de cruzeiro têm tido
problemas no mundo todo para poder aportar com suspeitos de portar o novo
coronavírus, como é o atual caso do MS Zaandam na costa panamenha, essa é a
baixa mais poderosa simbolicamente entre forças militares do mundo.
É
sua frota de 11 porta-aviões que garante aos EUA o poder único de projetar
poder em qualquer canto do mundo. Nem Rússia, com seu arsenal atômico
comparável, nem a ascendente China, tem tal capacidade.
Dez
dos navios são da classe Nimitz, a mesma do Theodore Roosevelt. Lançado ao mar
em 1984, ele transporta até 90 aviões e helicópteros, além de mísseis. Hoje há
uma geração nova, a Gerald Ford, que tem uma unidade em problemáticos testes no
mar.
O
navio participou da guerra do Golfo de 1991 e foi o primeiro a lançar ataques
de caças contra alvos no Afeganistão em 2001, na retaliação pelo 11 de
setembro. Seu apelido é "The Big Stick", o grande porrete em inglês,
em homenagem à política intervencionista além-mar preconizada pelo presidente
do início do século 20 que lhe empresta o nome.
Nunca
sofreu danos em combate, embora em 1996 tenha sido abalroado por um cruzador
americano numa manobra desastrada.
A
última perda em combate de um porta-aviões americano foi em 1944, na Segunda
Guerra Mundial. O vírus, contudo, colocou o gigante na lona sem precisar
disparar um tiro. Nesta guerra específica, a Marinha americana já enviou dois
navios-hospitais para apoiar doentes em seu território.
Isso
leva a evidentes preocupações em todas as Marinhas do mundo, a começar pela
americana, a mais poderosa, com 121 navios de combate principais e 67
submarinos. A Força tem 337 mil militares espalhados pelo mundo.
Fonte:
SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS)
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