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sexta-feira, 20 de dezembro de 2019

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STF AUTORIZA EXTRADIÇÃO DE INTEGRANTE DE MÁFIA ITALIANA



Patrick Assisi foi alvo da Operação Barão Invisível da Polícia Federal e foi preso após ser localizado em um apartamento de luxo em Praia Grande (SP).
O Supremo Tribunal Federal (STF) autorizou, na última terça-feira (17), a extradição do italiano Patrick Assisi, condenado a mais de 30 anos de prisão por tráfico de drogas pela Justiça da Itália. Assisi foi alvo da Operação “Barão Invisível”, coordenada pela Polícia Federal do Paraná, após investigação internacional indicar ligação dele com o narcotráfico.
Patrick foi preso, juntamente com o pai Nicola Assisi, de 60 anos, em julho deste ano. Eles foram localizados pela Polícia Federal (PF) em Praia Grande, no litoral paulista. Segundo a PF, ambos são cidadãos italianos que integram um braço na América do Sul do grupo conhecido como Ndrangheta. A Polícia Federal afirma que o grupo mafioso é de origem da região da Calábria, no sul da Itália, e controla cerca de 40% dos envios globais de cocaína. A defesa nega as acusações.
Após a prisão dos familiares, o juiz federal Roberto da Silva Lemos converteu em preventiva a prisão dos italianos, pai e filho, durante audiência de custódia no Fórum Federal de Santos, dia 9 de julho. Na terça-feira, por votação unânime, a Segunda Turma do STF deferiu a extradição de Patrick Assisi. A corte negou recurso da defesa quanto a decisão anterior.
A extradição deverá ser efetivada pelo Ministério da Justiça e Segurança Pública, até que isso aconteça, o italiano continuará preso na penitenciária federal.
Relembre o caso
A defesa de Nicola e Patrick Assisi tentou levar o caso para a justiça estadual, pois entendeu que o flagrante de tráfico não configurou crime internacional. "Pedimos a incompetência do juízo, pois configura tráfico doméstico de entorpecentes", afirmou o advogado Bruno Galhardo. A droga, segundo ele, estava em um apartamento vizinho, também de propriedade dos dois.
O juiz entendeu que o caso deveria permanecer em esfera federal e o advogado, então, solicitou a liberdade provisória, uma vez que tinha residência fixa. Com a nova negativa, a Bruno diz que vai recorrer. "Vamos estudar agora o pedido de revogação da prisão [em instância superior] e até o habeas corpus", explicou.
O advogado Bruno Galhardo também afirmou que vai entrar com procuração no STF para ter acesso aos autos que determinaram as prisões preventivas iniciais e assim traçar a estratégia da defesa. "Eles negam o tráfico e vão responder pelas armas encontradas em juízo. Eles também negam envolvimento com a máfia italiana", disse.
Após a audiência, Nicola e Patrick retornaram para a carceragem da Superintendência da Polícia Federal em São Paulo, para onde foram levados após prestarem depoimentos na Delegacia da PF em Santos na noite de segunda-feira. O transporte dos dois mobilizou forte esquema de segurança da corporação, mas não houve incidentes.
Investigação
Segundo a polícia, Nicola Assisi e Patrick Assisi pertencem ao grupo mafioso Ndrangheta, da região da Calábria, no sul da Itália. A organização é apontada como responsável por controlar aproximadamente 40% dos envios globais de cocaína à Europa, principal mercado consumidor. Eles atuavam em parceria com uma facção criminosa brasileira.
Pai e filho estavam em uma cobertura de luxo na orla da Aviação, em Praia Grande. Policiais do Grupo de Pronta Intervenção (GPI) cercaram a região pela manhã. No apartamento, além dos ilícitos, havia um compartimento secreto localizado no fundo falso de uma parede. O local poderia também ser utilizado como rota de fuga.
Eles foram localizados em cobertura de luxo em Praia Grande - Foto: Robyson Senhoraes/TV Tribuna

Todo o material foi apreendido e levado junto com os presos a Santos, onde está a delegacia regional da PF. Nicola e Patrick eram alvos de mandados de prisão do Supremo Tribunal Federal (STF), a pedido da Representação da Polícia Federal junto à Interpol, em cooperação com a polícia italiana. Também foi feito o flagrante dos ilícitos.
Ainda de acordo com a polícia italiana, Nicola estava prestes a se aposentar do crime para aproveitar a vida em algum lugar no Brasil, onde ambos eram procurados desde 2014. A Interpol também estava atrás deles desde a ocasião. A suspeita é que pai e filho tenham viajado utilizando documentos falsos pela América Latina nos últimos anos.



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