A
Mobilização se destina a complementar a logística, em caso de necessidade de
emprego das tropas, para fazer face a uma agressão contra o país.
Foi
realizado, no Forte do Pinheirinho, nos dias 15 e 16 de outubro, o I Simpósio
Regional sobre Logística e Mobilização Militar, demandado pelo Comando da 5ª
Região Militar. Previsto na Constituição Federal, o mecanismo de Mobilização
Nacional estabelece um conjunto de atividades planejadas no campo da Defesa,
para que o País esteja sempre pronto a realizar ações estratégicas, diante de
agressões estrangeiras. Para que isso ocorra de forma ágil e eficaz, é
importante que todos os setores envolvidos estejam em constante atualização.
“A
Mobilização se destina a complementar a logística, em caso de necessidade de
emprego das tropas, para fazer face a uma agressão contra o país. Ela se
destina a levantar as necessidades em tempo de paz e supridas em caso de
guerra”, explicou o General de Brigada Aléssio Oliveira da Silva, Comandante da
5ª Região Militar.
A Mobilização Militar
A
prontidão logística das Forças Armadas é o que assegura o apoio necessário ao
pronto emprego das tropas, para o enfrentamento de uma situação emergencial.
Esse foi o principal assunto abordado no primeiro dia do evento. Sobre o tema,
palestraram o General de Divisão Flávio Marcus Lancia Barbosa, 4° Subchefe do
Estado-Maior do Exército (EME); o General de Divisão Vinícius Ferreira
Martinelli, Diretor de Serviço Militar (DSM); o General de Brigada Marcos de Sá
Affonso da Costa, Chefe do Preparo do COTER; e o Senhor Antônio Fernando
Guimarães, representante da Seção de Coordenação de Mobilização Nacional do
Ministério da Defesa.
Segundo
o General Lancia, a Mobilização Militar consiste em prever e prover a
complementação das necessidades de recursos para as operações de defesa e de
manutenção da soberania nacional. “Discutir a questão da mobilização se reveste
em um caráter bastante significativo e de uma grande importância, tendo em
vista, que é um tema que devemos trabalhar a todo momento, para podermos
atingir as capacidades que o Exército necessita, caso seja empregado numa
situação real de guerra ou de operações tipo não guerra”, ressaltou o General.
Participação dos portos e
instituições civis
Das
temáticas abordadas durante o simpósio, destaca-se a importância da
participação de agentes e instituições civis, principalmente na obtenção dos
recursos logísticos e meios necessários às Forças Armadas, levando em
consideração o conceito da tríplice hélice – abordagem que considera a
participação de universidades, empresas e o governo, como promotores da
inovação. Com esse objetivo, falou no segundo dia de atividade o representante
do Porto de Paranaguá, Luiz Teixeira da Silva Júnior, e, representando as
Federações das Indústrias do Paraná e Santa Catarina, os palestrantes Sidarta
Ruthes e Egídio Antônio Martorano. Também palestrou o Coronel Carlos Hassler,
atual Secretário de Infraestrutura e Mobilidade do Estado de Santa Cataria, e o
Tenente-Coronel Idunalvo Mariano, do Comando da 5ª RM.
Segundo
o diretor, os portos do Paraná mostram que não estão preparados apenas para o
escoamento da produção agrícola e industrial brasileira, bem como a recepção de
importados de qualquer parte do mundo, mas, também, para atender outras
necessidades como, por exemplo, as eventuais solicitações da Marinha ou do
próprio Exército. “O Porto já tem um estreito relacionamento com o Exército,
com o recebimento de veículos militares, então já tem esse relacionamento e
eles conhecem toda a estrutura”, destaca Teixeira.
No
relato dado no simpósio, um dos dirigentes da empresa pública lembrou que toda
a estrutura dos Portos do Paraná pode ser utilizada pelos militares e pela
atividade econômica do país da melhor maneira possível. “Essa estrutura existe
e mostramos nesse simpósio que, caso se precise utilizá-las, estão à
disposição”, avisa o diretor de Operações Portuárias. Ele apenas lembra que a
chegada propriamente ao Porto precisa ser melhor estudada pelas autoridades
militares. “Para que possam utilizar em caso de emergência precisam conhecer a
entrada da cidade e as vias de acesso”, aponta.
Por
sua vez, o comandante da 5.ª Região Militar, General de Brigada Alessio
Oliveira da Silva, explica que o simpósio se destina a complementar a logística
em caso de necessidade de deslocamento das nossas tropas em face de uma
agressão contra o Brasil. “Serve para levantar as necessidades em tempos de paz
e aplicá-las em caso de guerra. Por isso, precisamos ouvir todos os segmentos
envolvidos já que a mobilização não é só militar, é nacional”, explica o
general.
E
o Porto, no que pode ajudar? “Nós contamos com a verificação da capacidade de
entrada e saída de produtos de emprego militar, de materiais de apoio às nossas
tropas e deslocamento das nossas tropas. Nossos blindados são extremamente
pesados e pode ser que precisemos contar com navios para transporte”,
exemplifica o comandante. Além da Portos do Paraná, estiveram presentes no
simpósio, representantes do Ministério da Defesa, dos governos do Paraná e
Santa Catarina e também de entidades industriais dos dois estados.
SISDIA
Para
o General de Exército Adhemar da Costa Machado Filho, Coordenador do Sistema de
Defesa da Indústria Acadêmica (SISDIA), “o simpósio vem ao encontro de uma
estratégia que o Exército está adotando ao criar os escritórios do SISDIA, que
busca justamente aplicar o conceito da tríplice hélice”.
O
encontro teve como missão mobilizar e aproximar a base industrial, a área
acadêmica e a Defesa, em busca de projetos comuns. “A ideia da nossa
participação no simpósio é tentar apoiar essa sinergia maior entre a Defesa e a
indústria. Nós temos uma base de informações muito rica com relação à indústria
de modo geral, assim como todos os estabelecimentos formais do Brasil, como
hospitais, comércios e serviços. Essas informações podem ajudar às Forças
Armadas a levantar as principais instituições e organizações que precisam
participar dessa mobilização”, explicou Ruthes.
O Público
O
Simpósio, que reuniu representantes das Forças Armadas Brasileiras, da Polícia
Militar, do Corpo de Bombeiros, da Defesa Civil, das Autarquias e entidades
civis, destacou-se por ter possibilitado um intercâmbio entre diferentes
agentes da sociedade. “A Defesa Nacional é algo que preocupa os militares, mas
também a sociedade civil. Então, o que esperamos é que haja essa integração e a
preocupação com o desenvolvimento e a segurança. Ambos os aspectos estão em
paralelo, alinhados para que a nossa Nação possa cada vez mais progredir e ser
respeitada diante do cenário mundial”, ressaltou o Coronel da Força Aérea
Brasileira Antônio Celente Videira, coordenador do Curso de Logística e
Mobilização, da Escola Superior de Guerra (ESG).
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