Porto
está na rota de navios vindos da China e em meio à decisão do presidente Jair
Bolsonaro de mudar o comando da Receita local que aumentou a fiscalização
contra contrabandistas.
Um
porto pequeno, localizado na cidade de Itaguaí, a cerca de 73,5 km do Centro do
Rio de Janeiro, vem despertando o interesse de contrabandistas que se escondem
atrás de empresas de fachada.
O
porto está na rota de navios que chegam da China - com acesso a estradas que
levam às cidades do Rio e de São Paulo.
Numa
tentativa de reprimir o contrabando, a Receita Federal criou uma espécie de
Força-tarefa que desde 2018 apreendeu mais de R$ 1 bilhão em mercadorias.
O
volume de contrabando apreendido superou o de portos maiores como Santos, em
São Paulo, ou a Aduana de Foz do Iguaçu, no Paraná.
Este
ano, o presidente da República, Jair Bolsonaro decidiu pela saída do
responsável por coordenar essas ações no local: o auditor José Alex de
Oliveira.
Em
um grupo de aplicativo de mensagens, José Alex disse que foi informado por
colegas de que havia uma indicação política para outra pessoa assumir a
Alfândega de Itaguaí.
A
tentativa de mudança no Porto de Itaguaí foi considerada pelos auditores
fiscais, na época, como mais uma interferência do governo Bolsonaro nos órgãos
de controle.
O
Jornal Nacional apurou que servidores que passaram por lá são investigados pela
Corregedoria da Receita Federal por enriquecimento patrimonial suspeito.
"Não
há uma justificativa técnica para essa troca. Então, essa troca não pode
sinalizar que aquela percepção que há de que órgãos de combate à corrupção e à
lavagem de dinheiro estão sendo desmontados como Polícia Federal e Ministério
Público. Essa percepção poderá ser confirmada se vier alguém para a Receita
Federal não comprometida com a continuidade dos trabalhos de fiscalização e de
combate à lavagem de dinheiro", disse Mauro Silva, do Unafisco.
Porto de Itaguaí
O
Porto de Itaguaí é o décimo porto do Brasil em movimento, com média de 5 mil
contêineres por mês. Cerca de 150 mil toneladas entram no Brasil por Itaguaí
Segundo
auditores, o Porto de Itaguaí tem um histórico de falhas na fiscalização. A
situação só ficou mais rígida a partir de 2017 quando a Receita Federal criou
um grupo para monitorar cargas suspeitas.
No
ano passado, o trabalho se intensificou com a chegada de José Alex.
Os
auditores encontraram produtos com documentação irregular, fora dos padrões
brasileiros e uma quantidade enorme de pirataria.
Os
principais produtos contrabandeados são brinquedos, roupas, eletrônicos e até
armas de choque.
Tentativa de burlar a
fiscalização
Para
fugir do reforço da fiscalização, contrabandistas internacionais passaram a
explorar uma brecha na lei.
Os
criminosos continuaram descarregando no Porto de Itaguaí, mas só passavam pela
Alfândega em dois portos secos vizinhos: Nova Iguaçu, na Baixada Fluminense, e
Volta Redonda, no Sul do Estado do Rio de Janeiro.
Portos
secos são postos avançados da Receita longe do mar.
Auditores
ouvidos pela reportagem contaram que os contrabandistas voltaram a Itaguaí, mas
desta vez, com um volume muito maior de produtos para tentar afogar a
fiscalização.
Em
um galpão, no Porto de Itaguaí, a prova de que empresas tentaram burlar a fiscalização:
contêineres apreendidos que possuem em seu interior mercadorias ilegais.
É
cerca de R$ 1 bilhão de mercadorias retidas. Segundo auditores, um recorde na
história do Brasil.
Ação de milicianos e
traficantes
Auditores
contam que a região onde fica o Porto de Itaguaí é dominada pela milícia.
O
Jornal Nacional apurou que o grupo de criminosos atua do lado de fora do porto
vendendo proteção para quem faz o transporte de cargas.
Fontes
disseram que a troca de comando do porto interessava a grupos que buscavam
conter a repressão ou liberar as cargas já apreendidas.
A
assessoria do Palácio do Planalto disse que não vai comentar o caso.
Fonte:
G1
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