A
Polícia Judiciária do país, responsável pela apreensão da droga, contou com a
cooperação da Polícia Federal (PF) brasileira na operação.
No
dia 03 de agosto, cinco brasileiros foram presos em Cabo Verde, na África, em
uma embarcação na qual transportavam mais de duas toneladas de cocaína.
Esta
operação, que naquele país recebeu o nome de “Operação Constância”, foi
realizada pela Polícia Judiciária (PJ), em conjunto com a Guarda Costeira, a
Polícia Nacional do país e a Maritime Analysis and Operations Centre –
Narcotics (Maoc-N), que tem sede em Lisboa.
A
Polícia Judiciária do país, responsável pela apreensão da droga e pelas
prisões, também contou com a cooperação da Polícia Federal (PF) brasileira na
operação.
Segundo
a PJ, os cinco homens foram detidos na abordagem da embarcação “Perpétuo
Socorro de Abaeté II”, onde foram localizados 2.256,2 kg de cocaína, porém, não
foi divulgado onde estava escondida a droga. Nas fotos observamos dezenas de
fardos envoltos em plástico, já fora do navio.
Os
cinco suspeitos detidos, de nacionalidade brasileira, após audiência no
Tribunal da Comarca da Praia, tiveram a prisão preventiva decretada.
Segundo
o Escritório das Nações Unidas contra a Droga e Crime (ONUDC), Cabo Verde
integra a rota da cocaína até países da Europa, o que explica o esforço das
autoridades cabo-verdianas para coibir o tráfico.
Outro Caso
Em
agosto de 2017, no Porto de Mindelo, em uma operação conhecida em Cabo Verde
como ”Operação Zorro”, a polícia de Cabo Verde prendeu outros três brasileiros
por transporte de cocaína. Na ocasião, os baianos Daniel Dantas e Rodrigo
Dantas e o gaúcho Daniel Guerra estavam em um veleiro, tendo como destino a
Ilha da Madeira (Portugal), transportando mais de uma tonelada de cocaína no
casco. Eles alegaram inocência.
O
trio chegou a ser condenado a 10 anos de prisão no país, por tráfico
internacional de drogas mesmo depois de um inquérito da PF os declarar
inocentes.
Após
esforços do Ministério das Relações Exteriores, os três brasileiros detidos foram
libertados em Fevereiro deste ano, cerca de 18 meses após a ordem prisão, por
esgotamento do tempo de prisão preventiva, dias depois de o Tribunal da Relação
de Barlavento, para onde tinham recorrido, ter procedido à anulação da sentença
proferida em primeira instância.
A
juíza entendeu que houve desrespeito ao direito de defesa. Eles se encontram atualmente
no Brasil, onde aguardam em liberdade um novo julgamento em Cabo Verde.
No
inquérito realizado no Brasil pela Polícia Federal, os brasileiros foram
inocentados em virtude do testemunho do inglês Robert James Delbos, um dos suspeitos
por esconder os 1157 quilos de cocaína no veleiro “Rich Harvest”, que garantiu
que nem os três brasileiros, nem o francês Olivier Thomas, que fazia igualmente
parte da tripulação, sabiam da existência da droga.
Delbos
prestou estas declarações em Salvador, no Brasil, para onde foi extraditado
após ser detido na Espanha, em 2018. No inquérito afirmou ainda que George
Eduard Soul, também conhecido como Fox, alegado dono do veleiro seria o
responsável pela carga de cocaína.
Nesse ano
Em
31 de Janeiro, foram encontradas 9,5 toneladas de cocaína a bordo de um navio
no Porto da Praia. A maior apreensão do país e a segunda maior a nível mundial.
A
apreensão ocorreu a bordo do Navio ESER, de bandeira Panamiana. O navio tinha
saído da América do Sul e teria como destino Tanger (Marrocos). A morte de um
tripulante, que segundo a PJ, terá falecido de causas naturais, obrigou a uma
parada naquele porto. Como o MAOC – N vinha monitorando o navio, as autoridades
nacionais foram alertadas. Nessa operação foram detidos 11 cidadãos de
nacionalidade russa, que alegam terem carregado a droga sob ameaça.
Aumento Global
As
apreensões de cocaína estão aumentando em todo o mundo. Em 2017, de acordo com
dados da UNODC, não só a fabricação ilícita global de cocaína registou um
aumento de 25% em relação ao ano anterior como a quantidade global de cocaína
apreendida aumentou 13%, para 1.275 toneladas. “A maior quantidade já registada”,
diz o Escritório da ONU.
Pelas
recentes apreensões feitas em todo o mundo, acredita-se que o ano de 2019 será
um ano que vai quebrar todos os recordes.
Na
África, além de Cabo Verde, que bateu recordes nacionais e regionais, com a
apreensão de 31 de Janeiro, a Guiné-Bissau, conhecida também por fazer parte da
rota de tráfico internacional fez a sua maior apreensão: 789 Kg de cocaína. A
droga tinha como destino o Mali para depois atingir outros mercados, com
particular destaque para a Líbia e Europa.
Na
Europa, os números também aumentam. A Alemanha, por exemplo, apreendeu no início
do mês passado, no Porto de Hamburgo 4,5 toneladas de cocaína, num navio
proveniente do Uruguai, a maior apreensão de cocaína da história do país
europeu, conta a DW.
Na
América, em março apreendeu-se no Porto de Nova Iorque/Newark a maior
quantidade de droga dos últimos 25 anos: 1.455 quilos de cocaína. “A cocaína,
nemesis da Nova Iorque nos anos ‘90, está de volta, mostrando a vontade dos
narcotraficantes para construir uma base emergente de clientes, misturando
cocaína com fentanil”, disse Ray Donovan, agente especial da DEA, citado pela
AFP.
No
Brasil, entre janeiro e maio de 2018 haviam sido apreendidas, pela Polícia
Federal, 23,2 toneladas de Cocaína. Este ano, no mesmo período, a contagem já
atingia a marca de 39,3 toneladas, em todo o país. Um aumento de 69,4% apontou
o G1.
O
aumento das apreensões se interliga não só a um eventual melhor sistema de
combate integrado ao narcotráfico, mais também ao aumento da produção. Na
Colômbia, maior exportadora de cocaína no mundo, os cultivos ilegais aumentaram
50% em 2016, segundo a UNDOC, que foi citada pelo El País.
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