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terça-feira, 13 de agosto de 2019

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POLÍCIA DE GOIÁS DESMANTELA QUADRILHA QUE TRAFICAVA COCAÍNA PARA A EUROPA PELO PORTO DE SANTOS



Operação Icarus foi realizada em Goiás, Pará e São Paulo. Um holandês, radicado no Brasil, é apontado como chefe da organização criminosa.

Na última nesta sexta-feira (9), policiais civis do Grupo Antissequestro da Delegacia Estadual de Investigações Criminais do estado de Goiás, desarticulou uma quadrilha suspeita de atuar no tráfico internacional de drogas.  
A operação, batizada de Icarus, resultou na prisão de seis pessoas e apreensão de diversos bens. A investigação começou após o sumiço de um piloto, em dezembro do ano passado.
Conforme os policiais, o esquema exportava, por mês, cerca de 500 kg de cocaína para países da Europa. Além disso, segundo os investigadores, os integrantes da organização criminosa tinham uma vida de muito luxo e ostentação.
Investigação
Piloto Bruce Lee Carvalho dos Santos (Foto: Reprodução TV Record)

De acordo com o delegado Thiago Martiminiano, da Delegacia Estadual de Investigações Criminais (DEIC) a investigação teve início há seis meses, a partir da apuração do sumiço do piloto Bruce Lee Carvalho dos Santos, desaparecido no dia 12 de dezembro do ano passado, quando pilotava um avião modelo Piper Sêneca (prefixo PT-VPH).  
Segundo a polícia, Bruce Lee transportava drogas em um avião pertencente a uma organização criminosa, comandada por um holandês radicado no Brasil. Inclusive, o delegado suspeita que a aeronave que ele pilotava caiu em um lago, na Bolívia, após bater em um fio de alta tensão, durante uma das viagens ilegais. No entanto, ele e a aeronave nunca foram localizados.
“Investigando esse desaparecimento, descobrimos que ele estava voando para o tráfico de drogas com uma aeronave que também está desaparecida desde dezembro de 2018 e acreditamos que ele tenha se acidentado, de fato, com essa aeronave na Bolívia", disse o delegado Thiago Martimiano.
Esquema
De acordo com as investigações, o grupo contratava pilotos para atuarem no transporte das drogas. Eles voavam para países vizinhos, como Bolívia, Colômbia e Peru, pegavam os carregamentos e entregavam no Pará, depois ela seguia para Goiás e posteriormente para o Porto de Santos, no estado de São Paulo, num trajeto conhecido, no âmbito do tráfico de drogas, como "rota caipira".
Rota Caipira - Reprodução TV Record

Segundo a polícia, os criminosos tentavam burlar o monitoramento de aeronaves. Para isso, os aviões eram modificados para ter mais autonomia. As viagens eram sempre muito arriscadas, pois as aeronaves eram modificadas para ter mais autonomia de voo.
Posteriormente, a droga era escondida em meio a produtos destinados à exportação. Além disso, eram utilizadas "mulas", pessoas pagas pelos traficantes para levar o material nas bagagens em voos regulares até a Europa.
"Daqui [de Goiás] a droga é preparada para ser enviada, principalmente para a Holanda, França, Bélgica e Alemanha, por meio de produtos destinados à exportação como granito, mármore e até gêneros alimentícios. Tem registro deles levando essa droga em cargas de açaí, por exemplo", explica o delegado Thiago Martimiano, que chefiou a operação.
O delegado-geral da Polícia Civil de Goiás, Odair José, disse que o grupo transportava cerca de meia tonelada de droga por mês.
"A gente tem a noção que eles exportavam cerca de 500 kg de cocaína por mês. Estamos falando de cerca de R$ 40 milhões. Ou seja, em uma única carga eles poderiam comprar todas as aeronaves que aqui estão. Então, o importante, mais que a apreensão de todos esses bens, é a desarticulação da logística deles", avalia.
Outro ponto destacado é que alguns membros da quadrilha eram especializados em lavar dinheiro obtido de forma criminosa. Para isso, eram utilizadas empresas que davam aparência de legalidade. Quem comandava toda a operação era um holandês radicado no Brasil.
Porto de Santos
A cocaína estava escondida dentro de cinco "pallets", de um total de dez, que continham pedras de revestimento de piso (mármore branco e granito).
Segundo as autoridades da Receita Federal, o destino da carga seria o Porto de Antuérpia, na Bélgica.
Vida de luxo

Os membros dessa organização criminosos tinham uma vida de luxo e ostentação, moravam em condomínios fechados, circulavam em carrões, usavam relógios caríssimos e faziam viagens para o Dubai e Ilhas Maldiva.
Dois deles ostentaram a riqueza originada pelo tráfico de drogas durante uma viagem a Dubai, no Oriente Médio, publicando nas redes sociais fotos usando roupas típicas locais ao lado de duas Ferrari.

Prisões
No total, foram cumpridos 20 mandados de busca e apreensão. As prisões ocorreram em Goiânia (GO), Santana do Parnaíba (SP) e São Félix do Xingu (PA).
Dennis Petronella Marcel Gerardus e Gilberto Alves Rocha Júnior - Foto: Reprodução TV Record

Seis membros foram detidos em três estados: Dennis Petronella Marcel Gerardus, 40, holandês, apontado como chefe da organização criminosa, e Gilberto Alves Rocha Junior, de 27 anos, presos em Santana de Parnaíba (SP); Rulyo Feitosa Barbosa, 24, preso em São Félix do Xingu (PA); e Renan dos Santos Barbosa, 30, Ismael Victor Silva Santos, 27, e Hollarys Nunes Neiva, 35, presos em Goiânia (GO). Um sétimo suspeito, Leandro Tavares Marinho, 32, ainda está foragido.
 
Ismael Victor Silva Santos e Rulyo Feitosa Barbosa - Foto: Reprodução TV Record                                                               





Apreensões
Com os suspeitos detidos, os policiais apreenderam dois jatos executivos no Aeroporto Santa Genoveva, em Goiânia (modelos Dassault Falcon, avaliado em 1 milhão e 500 mil dólares, e Cessna Citation), um helicóptero (Eurocopter EC 130) — uma das aeronaves foi localizada em Sorocaba (SP), 11 veículos de luxo (5 em São Paulo, 5 em Goiânia e 1 no Pará) e uma moto aquática, além de oito relógios Rolex e outros cinco da marca Hublot e R$ 571 mil em notas de reais, dólares e euros, além de máquinas para contar dinheiro.
Foto: Divulgação Polícia Civil
Nome da Operação
O nome da operação faz referência a um personagem da mitologia grega que voou muito próximo do sol e acabou morrendo, pois suas asas eram de cera e derreteram.




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