A
Polícia Federal com apoio da Anvisa, Capitania dos Portos e Guarda Portuária do
Itaqui realizou a prisão em flagrante e os detidos foram imediatamente levados
para a superintendência da Polícia Federal
Após
terem sido flagrados clandestinamente em um navio com bandeira das Ilhas
Marshall na Baía de São Marcos, nas proximidades do Porto do Itaqui, em São
Luís, cinco africanos foram autuados em flagrante na sede da Superintendência
da Polícia Federal (PF), no bairro Cohama, na capital.
O
caso aconteceu no domingo, 18, e o governo nigeriano foi comunicado sobre a
prisão, embora um deles seja de Camarões. A embarcação havia saído da Nigéria
no último dia 6, segundo a Capitania dos Portos do Maranhão.
Em
entrevista à imprensa, na manhã de ontem, 19, na sede da Superintendência da
PF, o delegado Francisco Robério Lima Chaves disse que, após ser comunicada, a
Polícia Federal deslocou 10 policiais ao navio, modelo Hawk 1, para garantir a
conclusão da manobra de atracação até o Porto do Itaqui, a fim de evitar
instabilidade na área portuária. “Eles cometeram o crime previsto no Artigo 261
do Código Penal Brasileiro, que dispõe sobre expor a perigo embarcação ou
aeronave, própria ou alheia, ou praticar qualquer ato tendente a impedir ou
dificultar navegação marítima, fluvial ou aérea”, comentou o delegado.
Conforme
Robério Chaves, os africanos foram conduzidos à Superintendência Regional da
PF, onde foi lavrado o procedimento de imigração e de polícia judiciária, mediante
instauração de auto de prisão em flagrante delito, já no período noturno. “Além
disso, a Polícia Federal vai ouvir o comandante da embarcação, o prático e uma
testemunha”, frisou o delegado. Ele confirmou que quatro são nigerianos e um é
camaronês, embora não tivessem nenhum documento de identificação.
Governo nigeriano é
comunicado
A
delegada Cassandra Ferreira, superintendente da PF no Maranhão, afirmou que o
governo nigeriano será comunicado sobre a condução e autuação dos africanos.
Ela anunciou que a Defensoria Pública já foi avisada sobre os procedimentos
realizados acerca dos estrangeiros.
“Estamos
aguardando a chegada deles (os clandestinos) para começar o auto de prisão em
flagrante e o governo da Nigéria será comunicado sim”, enfatizou Cassandra.
Operação com uso de
helicóptero
Na
coletiva, o delegado Robério Chaves disse que, após ser acionada pela Capitania
dos Portos do Maranhão, a PF seguiu ao navio em um helicóptero da instituição.
Quando os policiais se aproximaram, os africanos, sendo três deles nus, ainda
arremessaram alguns objetos na direção da equipe. Mas, após outras tentativas,
os policiais federais conseguiram descer na embarcação e renderam os nigerianos
e o camaronês.
“Eles
cometeram um crime, que é expor perigo à embarcação ou de qualquer forma
impedir ou dificultar a navegação marítima. Como eles impediram o prático de
entrar, eles impediram o navio de seguir o trâmite normal”, assinalou o
delegado da PF. Ele confirmou que os africanos foram encaminhados ao Complexo Penitenciário
de Pedrinhas, onde aguardarão o recambiamento para os seus países de origem.
Navio saiu no dia 6
O
comandante da Capitania dos Portos do Maranhão, capitão de Mar e Guerra Márcio
Ramalho Dutra e Mello, contou que o navio saiu de Lagos, cidade da Nigéria, no
último dia 6, e os clandestinos foram descobertos pela tripulação três dias
após a embarcação ter zarpado. “O navio saiu para o seu destino e três dias
depois foram ouvidos barulhos na máquina do leme. Quando foram encontrados, os
estrangeiros foram encaminhados ao camarote, onde foram alimentados e bem
tratados”, declarou o oficial da Marinha.
“Estava
tudo dentro da normalidade para receber o navio no porto. Ao embarcar o
prático, que assessora a embarcação na atracação, os estrangeiros o hostilizaram.
Por isso, a primeira manobra de atracação foi cancelada. A PF teve de ir a
bordo para garantir a segurança da navegação”, complementou o capitão. Segundo
informado pelo comandante da Capitania, o navio será carregado de cobre no
Porto do Itaqui e seguirá viagem até Porto Huelva, na Espanha. Ele partiu da
Nigéria sem produtos .
Nota da Polícia Federal
Procedimento
administrativo
O
capitão de Mar e Guerra anunciou que vai instaurar um procedimento
administrativo para apurar as circunstâncias da entrada dos clandestinos na
embarcação. “O comandante e o prático serão convocados para prestar depoimento
sobre o caso”, salientou o oficial. Márcio Ramalho pontuou que a fiscalização é
rigorosa e acontece até mesmo durante a viagem em alto-mar.
“A
própria segurança do navio e a segurança portuária fazem isso, também. Nós
temos um processo de fiscalização rígido. Todo o navio é inspecionado”,
comentou ele.
Nota da EMAP
A
Empresa Maranhense de Administração Portuária (EMAP), responsável pela gestão
do Porto do Itaqui, foi informada pelas autoridades policiais de que o navio MV
HAWK I, de bandeira das Ilhas Marshall, programado para atracar na tarde deste
domingo (18), no berço 105, trazia cinco pessoas que embarcaram
clandestinamente quando da parada do mesmo, na cidade de Lagos, Nigéria. A
Polícia Federal com apoio da Anvisa, Capitania dos Portos e Guarda Portuária do
Itaqui realizou a prisão em flagrante e os detidos foram imediatamente levados
para a superintendência da Polícia Federal.
Fonte:
O Estado-Maranhão
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