Autoridade
Portuária de Santos planeja aumentar quantidade de câmeras de vigilância e
adotar tecnologias mais modernas no cais
Ampliar
o número de câmeras de monitoramento instaladas no Porto de Santos e utilizar
equipamentos de infravermelho e térmicos para garantir a precisão das
informações coletadas. Estes são os objetivos da Companhia Docas do Estado de
São Paulo (Codesp), que pretende, em cerca de três meses, contratar a
modernização do sistema.
As
câmeras fazem parte do sistema do ISPS Code, o Código Internacional para Segurança de Navios e Instalações Portuárias, uma norma internacional para
controle de acessos e monitoramento. Ele foi adotado depois dos atentados de 11
de setembro de 2001, em Nova Iorque (EUA). Por exigência dos Estados Unidos, os
portos do mundo todo tiveram que implantar planos de segurança.
Em
Santos, o código começou a ser implantado em 2004 e, desde então, não foi
modernizado. Foram levantados 32 itens que devem ser adequados, mas apenas a
metade das questões foi resolvida.
“Apesar
de funcionar, as câmeras são antigas, elas são analógicas. Hoje já existem
soluções de software embarcado, com câmeras digitais em que você consegue
distinguir um caminhão de um carro, de uma bicicleta, em diferentes
velocidades. E você pode modificar o nível de atenção no sistema se o pátio
está em operação ou não”, disse o diretor-presidente da Docas, Casemiro Tércio
Carvalho.
O
objetivo, segundo o executivo, é manter, em uma mesma sala de monitoramento, o
controle terrestre e marítimo do Porto. Com isso, a ideia é garantir a
segurança física da operação, que envolve questões de meio ambiente e o combate
a ilícitos, como tráfico internacional de drogas.
De
acordo com o executivo, todas essas informações são repassadas às autoridades
policiais. Com câmeras térmicas e de infravermelho, o monitoramento será mais
eficiente, segundo Carvalho.
“Hoje,
as câmeras são utilizadas só para a segurança. A operação fica refém da
segurança. Quem controla o joystick é segurança. A gente pretende separar
câmeras para a operação, ou seja, a fiscalização passa a ser feita pelas
câmeras e outras câmeras da segurança. Não faz sentido ter um cara com uma
prancheta no costado do navio anotando. Ele pode fazer tudo isso dentro de uma
sala com instrumentação e tecnologia”, destacou Carvalho.
Algoritmos contra o crime
O
presidente da Codesp também aponta a possibilidade de realizar uma análise de
risco, utilizando algoritmos. “Podemos criar um raciocínio de identificação
automática de delitos. Hoje a identificação é feita visualmente pela Guarda
Portuária. A gente pode criar uma camada de negócios em que eu consiga
identificar um caminhão em velocidade, um carro em velocidade e uma pessoa em
uma bicicleta. E, com isso, o software traduzir em um alerta de risco. Eu mexo
no risco ao longo do dia. Diminuo durante o dia, com a operação. À noite, como
não está operando, eu aumento a sensibilidade desse risco”, explicou
Segundo
Carvalho, a Docas também está revisando o Plano de Segurança Portuário.“ Aqui,
nesta sede, por incrível que pareça, nós estamos em uma área de ISPS Code e o
nosso entendimento é de que não deveria estar. É acesso público. Não tem
movimentação, operação. Não faz sentido”.
Proteção
O
Porto de Santos conta com 28 gates (portões) de acessos ao cais e mais de 200
câmeras e equipamentos, como handkeys (leitores de mão), além do Centro de
Controle de Operações (CCCom) da Guarda Portuária (Gport), inaugurado em 2005.
No Brasil, as inspeções dos terminais e as concessões dos certificados do ISPS
Code são responsabilidades da Comissão Nacional de Segurança Pública nos
Portos, Terminais e Vias Navegáveis (Conportos), seguindo o código da
Organização Marítima Internacional (IMO). A Conportos é formada por
representantes dos ministérios da Justiça, da Defesa (Marinha), da Fazenda, das
Relações Exteriores e da Infraestrutura.
Fonte:
Jornal A Tribuna
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