O porto
paulista lidera com folga as apreensões de cocaína entre os dez principais
portos brasileiros. Este ano, segundo a PF, já foram apreendidos 8.072,7 quilos
em Santos
Em
um ano, as apreensões de cocaína cresceram 95% no Porto de Santos, litoral do
Estado de São Paulo. Conforme dados da Polícia Federal, em todo o ano passado
foram apreendidos 23.832,1 quilos, enquanto em 2017 as apreensões somaram
12.118,1 kg.
O
porto paulista lidera com folga as apreensões de cocaína entre os dez
principais portos brasileiros. Este ano, segundo a PF, já foram apreendidos
8.072,7 quilos em Santos. A quantia está próxima do total de todo o ano de
2016, quando foram apreendidos 10.606,7 quilos. Em 2015, foram apenas 1.436,5
quilos.
O
aumento nas apreensões é atribuído às tecnologias de inspeção de contêineres,
que são usados para o transporte clandestino da droga. Diariamente, são
movimentados cerca de 6 mil contêineres no porto. Os traficantes usam uma
técnica conhecida como rip-on/rip-off, onde a droga é escondida em meio a um
carregamento legal para despistar a fiscalização.
O
problema para o tráfico é que, desde 2016, foi intensificado o uso de scanners
de alta tecnologia para “ver” o conteúdo dos contêineres fechados. Em caso de
suspeita, a PF e a Receita Federal são acionadas.
Somente
nos últimos três dias, com o uso dessa tecnologia, foram feitas quatro
apreensões de cocaína nos terminais santistas, totalizando 1.777 quilos de
droga. As cargas eram destinadas a portos europeus, como o de Antuérpia, na Bélgica,
e de Roterdã, na Holanda.
A
PF intensificou as operações depois de detectar uma ação da facção criminosa
Primeiro Comando da Capital (PCC) para estabelecer rotas de tráfico
internacional a partir dos portos brasileiros.
Operações
realizadas em 2017 e no ano passado identificaram células criminosas do PCC
operando no litoral paulista. Os suspeitos adquiriam a droga diretamente de
traficantes da Bolívia e da Colômbia e conseguiam inserir a carga em contêineres,
cooptando prestadores de serviços e outras pessoas com acesso aos terminais.
Numa
das ações, foram presos caminhoneiros que transportavam a droga em meio a cargas
destinadas à exportação.
Nas
ações contra o tráfico, a PF age de forma conjunta com a Guarda Portuária e a
Receita Federal. O serviço de inteligência da PF identificou que, após a
intensificação das apreensões no Porto de Santos, desde o início de 2018, os
traficantes passaram a buscar outras rotas de saída para a droga, na região nordeste
e no sul do país.
No
Porto de Paranaguá, no Paraná, as apreensões cresceram de 845 quilos em 2017
para 4.745,5 quilos em 2018. Este ano, em pouco mais de quatro meses, já foram
apreendidos 6.575 quilos.
No
Porto de Itajaí, em Santa Catarina, os 557,2 quilos de cocaína apreendidos em
quatro meses deste ano já superam os 459 kg de todo ano passado.
No
Porto de Natal, no Rio Grande do Norte, não houve registro de apreensão em
2018. Este ano, até maio, já foram apreendidos 3.275 quilos.
Os
volumes de cocaína apreendidos em portos brasileiros vêm crescendo desde 2015,
quando a apreensão totalizou 1.542,5 quilos. Em 2016, o volume saltou para
15.171,9; em 2017 foi de 18.327,8 e, em 2018, de 32.319. Este ano, até maio,
nos dez portos já foram apreendidos 18.502,2 quilos, volume igual ao de todo o
ano de 2017.
Fonte:
Estadão
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