Foram
encontradas 41 bolsas pretas, contendo 1.322 kg de cocaína
No
domingo (12), homens armados invadiram o navio ‘Grande Francia’, de bandeira
italiana, ancorado no Fundeadouro 4, localizado na Barra, a 15 quilômetros do
acesso ao Porto de Santos, no litoral de São Paulo, enquanto aguardava
liberação para atracar no cais santista.
Os
invasores foram flagrados depois das 2h por parte da tripulação, que estava
acordada e se refugiou no passadiço (sala de comando e controle). Os
marinheiros perceberam pelo menos quatro homens com armas em punho e avisaram o
capitão.
"Imediatamente
quando percebeu a situação, o comandante disparou o alarme de pânico e trancou
o passadiço. O aviso serviu de alerta para os demais tripulantes também se
trancarem onde estavam", explicou a delegada da Polícia Federal, Luciana
Fuschini.
A
tripulação, refugiada em diversos compartimentos a bordo, pediu socorro
enquanto a invasão ocorria. O capitão solicitou, em canal aberto de rádio,
ajuda às autoridades brasileiras, e alertou os oficiais das demais embarcações
no entorno sobre o que estava acontecendo.
Os
tripulantes não conseguiram ver o que os invasores fizeram a bordo durante
aproximadamente 2h. Os criminosos fugiram da mesma maneira que chegaram ao
navio: em uma embarcação rápida de alumínio, de cinco metros de comprimento.
Comunicação tardia
Foto: Divulgação |
A
comunicação tardia da ocorrência às autoridades e a agitação do mar, com ondas
de mais de 2,5 metros de altura, impediram uma operação ofensiva ao navio. De acordo com a Polícia Federal, as equipes
tiveram a confirmação dos fatos após a fuga dos criminosos.
A
Praticagem de São Paulo, responsável por coordenar as manobras dos navios ao
cais, atendeu ao pedido de socorro e acionou as autoridades assim que ouviu o
alerta de emergência. A Polícia Federal informou que somente confirmou a
ocorrência, oficialmente, às 4h50. O Grupamento de Patrulha Naval da Marinha
recebeu o pedido de apoio às 6h.
"Fizemos
a análise de risco para saber o que poderia ser feito para garantir a segurança
daquela tripulação. Pessoalmente, mantive contato com o comandante, via
telefone, que demonstrou estar assustado, mas afirmou que todos a bordo estavam
bem e seguros", afirmou a delegada da Polícia Federal, Luciana Fuschini.
O
comandante do recém-ativado Grupamento de Patrulha Naval Sul-Sudeste, capitão-de-fragata
Carlos Marden Soares Pereira da Silva, informou que, após ser comunicado pela
Polícia Federal sobre o ocorrido, mobilizou militares para o Aviso-Patrulha
'Barracuda'. Eles ficaram de prontidão no cais da Marinha.
"Às
6h, já não havia mais necessidade de ir a bordo do 'Grande Francia'. Estávamos
prontos para apoiar as forças de segurança em uma eventual ida ao navio, mas o
capitão informou que os invasores já não estavam mais a bordo". Segundo
ele, a embarcação da Marinha estava em condições para enfrentar o mar agitado.
No
amanhecer e ciente de que não havia mais nenhum clandestino a bordo, o capitão
informou às autoridades brasileiras que havia localizado dois contêineres
abertos e revirados. Até então, não se sabia se tinha sido uma ação de roubo ou
tentativa de contrabando.
O
navio estava sem previsão para atracar no Porto de Santos, mas foi autorizado
para entrar no cais às 16h. Ele foi escoltado por militares no Aviso-Patrulha 'Barracuda'
até o cais do Saboó, na Margem Direita, onde foi vistoriado pela Polícia Federal
e pela Receita Federal.
Localização da droga
A busca da droga ocorreu no navio atracado no cais do Saboó ( Foto: Reprodução TV Trinuna) |
"Verificamos,
na verdade, que os contêineres abertos e revirados eram uma distração para
todos. Em outros dois contêineres, embarcados no Porto de Zárate, na Argentina,
tendo como destino final o Porto de Antuérpia, na Bélgica, foram encontradas 41
bolsas pretas, contendo 1.202 tabletes de cocaína, algumas ainda molhadas
[pelas ondas ou chuva], totalizando 1.322 kg de da droga. A carga, composta por
amendoim acondicionado em big bags de exportadores diferentes, foi contaminada”,
conta Luciana.
As
autoridades federais acreditam que o grupo criminoso foi a bordo após lançar
uma corda com um gancho amarrado. Eles utilizaram uma abertura na parte frontal
do navio, que possui as laterais seladas, já que o cargueiro (do tipo Ro-ro) é
destinado, principalmente, ao transporte de veículos.
Outro caso
Na
terça-feira (7), câmeras flagraram quando narcotraficantes içaram 1,2 toneladas de cocaína ao navio "Grande Nigéria", durante a madrugada. Trata-se também de
uma embarcação da Grimaldi, e que estava no mesmo local para o qual o ‘Grande
Francia’ foi destinado.
"Ainda
é cedo para afirmamos, mas é certo que os casos podem estar ligados e ser a
mesma quadrilha atuando. Eles tentaram despistar a ação da polícia levando a
droga até o mar, mas conseguimos localizar e apreender, mais uma vez",
fala a delegada da Polícia Federal.
Nas
duas ocorrências, ninguém foi preso. Um inquérito também foi aberto para apurar
a identidade dos envolvidos.
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