Grupo é investigado pela Operação Contentor, da Polícia
Federal, que apura a remessa de cocaína boliviana do Brasil para a Europa
A
Justiça soltou 27 réus de um processo que apura o tráfico internacional de
drogas. Eles agora responderão à ação penal em liberdade. Cinco deles são da
Baixada Santista. O grupo é alvo da Operação Contentor, da Polícia Federal
(PF).
Inicialmente,
foi solto um dos supostos cabeças da organização criminosa. Preso preventivamente
há mais de sete meses, sem que tivesse sido interrogado, ele foi beneficiado
por liminar em habeas corpus concedida pelo ministro Marco Aurélio, do Supremo
Tribunal Federal (STF).
“Privar
da liberdade, por tempo desproporcional, pessoa cuja responsabilidade penal não
veio a ser declarada em definitivo viola o princípio da não culpabilidade”,
fundamentou o ministro.
O
advogado Felipe Fontes dos Reis Costa Pires de Campos requereu ao juiz Roberto
Fernandes Júnior, da 1ª Vara Federal de Joinville (SC), a extensão dos efeitos
da liminar a cinco clientes seus, moradores na Baixada Santista.
Além
de deferir o pedido, o magistrado contemplou outros 21 acusados, porque o
Artigo 580 do Código de Processo Penal prevê esse alcance se a decisão benéfica
a um dos réus se basear em motivos que não sejam de caráter exclusivamente
pessoal.
Por
estar o processo sob segredo de Justiça, Pires de Campos nada comentou. Segundo
a PF, a organização criminosa usava o Porto de Itapoá (SC) para remeter à
Europa cocaína boliviana. Os narcotraficantes passaram a utilizar esse terminal
portuário devido ao aumento da repressão em outros portos, como o de Santos.
Na
decisão que soltou um dos supostos líderes da quadrilha, o ministro do STF
reconheceu o cabimento da prisão cautelar dele e dos corréus, pela grande
quantidade de cocaína apreendida e pelo modo de agir dos criminosos,
reveladores de um “grupo bem estruturado e voltado ao comércio transnacional de
drogas”.
Porém,
Marco Aurélio observou que isso não justifica o prazo processual se exceder,
por representar execução antecipada de pena, sem que haja sentença
condenatória, ignorando-se garantia constitucional.
Entenda a Contentor
A
Operação Contentor tem 37 réus (27 respondiam à ação presos e agora foram
soltos). O juiz Roberto Fernandes Júnior designou para os próximos dias 4 e 5
de julho as datas dos seus interrogatórios, na 1ª Vara Federal de Joinville.
Por
estar em liberdade, na hipótese de eventual condenação, em tese, o grupo poderá
apelar solto ao Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF4), a menos que fato
novo justifique outra vez a decretação de sua prisão preventiva.
Iniciada
no final de 2016, a Contentor propiciou cinco grandes apreensões de cocaína, no
País e na Bélgica, que totalizaram cerca de duas toneladas. A PF apurou que a
droga vinha da Bolívia e ingressava no Brasil em aviões bimotores.
A
pista do aeroclube de São Francisco do Sul (SC) era usada nessa rota. Depois, o
entorpecente era levado para chácaras e acondicionado em malas, colocadas
clandestinamente em contêineres a serem embarcados em navios.
Após
identificar a maior parte da organização criminosa, a PF deflagrou operação no
dia 10 de outubro de 2017 para cumprir mandados de prisão e de busca e
apreensão em Santa Catarina, São Paulo, Pernambuco, Paraíba e Rio de Janeiro.
No
Estado, as ações antitráfico ocorreram em Santos e na Capital. Nos locais
vistoriados foram recolhidos veículos de luxo, armas, dois quilos de cocaína,
documentos que evidenciam vultoso patrimônio dos investigados e dinheiro (R$ 10
mil, US$ 98 mil e 13 mil euros).
Fonte:
Jornal A Tribuna
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