Três pessoas, que seriam os pilotos, foram presas no
mesmo local em que estava o helicóptero e devem responder por tráfico de drogas
e participação em organização criminosa
Um
helicóptero utilizado para transportar drogas foi apreendido no dia 25 de abril
em um hangar de Arujá, município da região metropolitana de São Paulo. De
acordo com informações da TV Globo, a aeronave era utilizada para levar cocaína
para os portos de Itajaí e Santos.
A
Polícia Civil disse que encontrou vestígios de cocaína no interior do
helicóptero, que seria utilizado para tráfico de drogas. Os agentes apuram se
uma facção criminosa seria responsável pelas 56 viagens realizadas pela
aeronave desde 17 de abril, todas completadas sem o plano de voo — exigência
que garante controle e segurança aérea.
Três
pessoas, que seriam os pilotos, foram presas no mesmo local em que estava o
helicóptero. Rogério Almeida Antunes, Leandro Almeida Antunes e William Costa
de Laia devem responder por tráfico de drogas e participação em organização
criminosa.
Rogério
já havia sido preso em 2013, quando pilotava um helicóptero que pertencia a uma
empresa do então deputado estadual Gustavo Perrella (MG) e que estava carregado
com mais de 400 quilos de cocaína. Ele foi condenado pela Justiça, mas está em
liberdade recorrendo em 2ª instância.
De
acordo com as informações da Folha da Região, a investigação que terminou nas
prisões teve início em novembro passado, em uma ação que tinha como alvo o
traficante Gegê do Mangue, apontado como principal líder do PCC em liberdade,
assassinado no Ceará em fevereiro a mando, segundo a polícia, de outra
liderança do grupo, Gilberto Aparecido dos Santos, o Fuminho, com o aval do
líder máximo, Marco Willians Herbas Camacho, o Marcola.
Segundo
o delegado seccional de São Bernardo do Campo, Aldo Galeano, responsável pela
operação, uma investigação em andamento na cidade do ABC, ainda no ano passado,
que terminou com a apreensão de 600 quilos de cocaína que iriam para o porto de
Santos, acabou por identificar, durante escutas telefônicas, que Gegê se
preparava para viajar para o nordeste do País. A apuração foi que o traficante
usaria o helicóptero apreendido nesta quinta e a aeronave passou a ser
monitorada -- segundo o delegado, a partir dos hangares em que os pilotos
costumavam usar para sua manutenção. Gegê, entretanto, usou outra aeronave para
a viagem.
"Até
aquele momento, não sabíamos da rixa dele com o restante da facção", diz
Galeano. As apurações terminaram após o assassinato de Gegê, quando ele e outro
integrante da quadrilha, Fabiano Alves
de Souza, o Paca, foram mortos a tiros.
Entretanto,
entre novembro passado e anteontem, o helicóptero havia desaparecido do
monitoramento policial. "A aeronave foi para o Mato Grosso do Sul e, de
lá, para o Paraguai. Pelos registros, pudemos identificar 50 horas de voo dela
no País", continua o delegado. Nesta quinta, ao receberem a informação de
que o helicóptero havia retornado, os policiais foram até o Hangar.
Prisões
Rogério Almeida Antunes (Foto: Site Brasil 247) |
Rogério
Almeida Antunes, o piloto de Perrella, estava acompanhado de seu irmão,
Leonardo Almeida Antunes, e de outro piloto, Luís Paulo Mattar Pereira.
"Ele (Rogério) ia dar instruções de voo para os outros dois, ensinar eles
a voar baixo para ficar fora da detecção dos radares", afirma Galeano.
A
polícia terminou por concluir que o ex-deputado Perrella, que hoje é diretor de
Desenvolvimento de Projetos na Confederação Brasileira de Futebol (CBF), não
tinha nenhuma ligação com as atividades criminosas praticadas por seu piloto.
Helicóptero
O
helicóptero, ainda de acordo com o delegado, pertencia a Felipe Ramos de
Morais, um prestador de serviços do PCC, de acordo com Galeano. "Ele era
responsável por toda a logística aérea da quadrilha, na ligação entre as drogas
do Paraguai e São Paulo", diz. "Foi ele o responsável por conseguir o
helicóptero que Gegê terminou usando", afirma.
Morais,
que segundo o delegado já é foragido da Justiça pela morte de Gegê, usaria um
laranja, Fabio Pinheiro de Andrade Alvani, para adquirir aeronaves. "Já
apreendemos três helicópteros dele", afirma -- além do desta quinta e
daquele que levou Gegê, houve ainda uma aeronave apreendida ainda no ano
passado, em São Caetano do Sul.
Alvani
teria adquirido o helicóptero de uma empresa de participações que também é
investigada. As três aeronaves apreendidas já haviam sido compradas e vendidas
pela empresa. A polícia suspeita que a própria venda das aeronaves, feita por
valores acima dos de mercado, fossem operações para lavagem de dinheiro. Alvani
ainda é investigado, mas a polícia não fez ainda pedidos para sua prisão.
"O
negócio do Gegê no Paraguai se tornou muito lucrativo. Isso criou um problema
para eles (os traficantes). Eles tinham de encontrar formas de enviar para o
Brasil o dinheiro arrecadado. O que vamos fazer agora é investigar como o
dinheiro vinha sendo lavado", conclui Galeano.
A
reportagem não conseguiu localizar defensores nem dos homens presos nem de
Morais e Alvani.
De
acordo com o site G1 a aeronave está registrada no nome de um homem chamado
Fábio, que ainda não foi localizado. O helicóptero chegou na terça-feira a
Arujá para uma manutenção numa oficina.
56 horas de voo sem
comunicados à Aeronáutica
O
delegado titular da Dise contou que o helicóptero vinha sendo investigado desde
janeiro deste por suspeita de uso para o transporte de drogas. Foram achados
vários vestígios de cocaína no interior da aeronave. Segundo a polícia, o
helicóptero voou mais de 56 horas sem plano de voo, ou seja, sem que a
Aeronáutica fosse avisada, o que para a polícia indica envolvimento com
atividade ilícita.
O
delegado também contou que o helicóptero, que foi levado para o hangar da
Polícia Civil, está com marcas na parte dianteira que indicam que ele vinha
voando baixo, "rente ao solo, a cento e poucos metros do solo", para
evitar que fosse localizado por radares.
A
polícia acredita que a aeronave deixaria a capital paulista em direção a
Americana, no interior do estado, para depois seguir para Paranaíba, cidade do
Mato Grosso do Sul na divisa com São Paulo, ou para Santa Catarina.
Aeronave em manutenção
Segundo
Aldo Galiano, delegado Seccional de São Bernardo do Campo, a aeronave com
prefixo PP-MAU foi apreendida quando estava em oficina de manutenção. "A
gente estava monitorando as oficinas. Vamos investigar a lavagem de dinheiro.
Os criminosos abriam contas em nomes de outras pessoas, compravam bens com
dinheiro do crime."
A
apreensão ocorreu dentro de uma escola de pilotagem. Os três homens presos fora
levados para a sede da Dise de São Bernardo do Campo. Não foi apreendida droga
ou arma no local.
"Eles
tiraram os bancos traseiros do helicóptero e instalaram duas bombas elétricas
ligadas ao tanque da aeronave para aumentar a autonomia de voo. Isso é típico
de aeronave usada para o tráfico", disse Galiano.
Segundo
a Dise, exame preliminar feito por peritos no helicóptero comprova que há
vestígios de cocaína em "toda a aeronave" e, por essa razão, os
presos devem ser indiciados por associação ao tráfico de drogas e organização
criminosa.
Fonte:
Diário Catarinense
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