Autoridades acreditam que droga pertença ao mesmo
carregamento que um brasileiro tentou resgatar no Marrocos antes de ser preso.
Mais de uma tonelada de cocaína seria vendida por R$ 160 milhões.
Mais
de 500 kg de cocaína foram localizados no Porto de Luanda, em Angola, na
África, escondidos em contêineres que saíram de Santos, no litoral de São
Paulo. Segundo autoridades internacionais, trata-se do mesmo carregamento
ilícito que um brasileiro tentou recuperar no Marrocos, mas acabou preso já com
parte da droga. Juntas, as apreensões passam de uma tonelada.
O
autônomo Márcio Ricardo de Oliveira, de 40 anos, de Cubatão (SP), é suspeito de
chefiar uma quadrilha que foi desmantelada no porto marroquino de Casablanca
com 541 kg de cocaína. Investigações apontaram que ele saiu do Brasil para
recuperar a carga total, que mudou de trajeto inesperadamente, para levá-la à
Europa.
Após
a prisão do brasileiro e de mais cinco pessoas, parte do mesmo lote de
contêineres foi deslocada para que fosse transportada em outro navio, visando a
entrega no destino final da carga. Eles não foram revistados, mas por
pertencerem ao carregamento original, houve a suspeita de que tivessem mais
entorpecente escondido.
Conforme
apurado pelo G1, a Interpol se mobilizou e acionou o Serviço de Investigação
Criminal de Angola. O Porto de Luanda era a próxima escala da embarcação. Os
contêineres com sacas de açúcar, do mesmo lote que saiu de Santos, foram
desembarcados e, dentro deles, outras centenas de tabletes de cocaína estavam
armazenadas.
O
representante local da Interpol, Destino Pedro, afirmou à imprensa que o país
não era o real destino do entorpecente. Fontes confirmaram ao G1 que a cocaína
também deveria ter sido desembarcada em um porto europeu anteriormente, e ainda
era alvo do fracassado resgate, cuja coordenação seria do brasileiro preso no
Marrocos.
A
imprensa angolana noticiou, ainda, que tripulantes italianos do navio Grande
Buenos Aires, inclusive o comandante da embarcação na qual foram transportados
os contêineres, foram detidos na ação. O navio, conforme sites públicos de
monitoramento, permanecia até esta quinta-feira (1) retido no cais, de onde
deveria ter saído há cerca de cinco dias.
Ao
G1, um representante do escritório brasileiro da Grimaldi, dona do cargueiro,
afirmou, na quarta-feira (28), que "não tinha informações que pudessem ser
divulgadas". Autoridades estrangeiras confirmaram, ainda, que foi a bordo
de outro navio, o Grande Brasile, da mesma empresa, que as mais de uma tonelada
da droga viajou de Santos à Casablanca.
Pureza máxima
Após
a apreensão da primeira metade do carregamento de cocaína no Marrocos, a
polícia científica do país, em análise das substâncias, constatou que a droga
apresentava 97% de pureza. Os investigadores que acompanham o caso acreditam
que ela tenha sido fabricada nos países andinos vizinhos ao Brasil.
Após
cruzar a fronteira, o carregamento foi levado até o cais santista, onde acabou
escondido no Grande Brasile, que fez escala no porto em janeiro. Autoridades
federais brasileiras verificam a eventual participação de Oliveira no esquema.
Estima-se que, na Europa, o carregamento total seria vendido por cerca de R$
160 milhões.
Brasileiro
Autoridades
investigam se o brasileiro Márcio Ricardo de Oliveira era o chefe de um grupo
de traficantes internacionais preso enquanto tentava recuperar uma carga de
cocaína, desembarcada erroneamente no Porto de Casablanca, para levá-la a
países europeus. O Itamaraty acompanha o caso.
Oliveira
foi preso com outras cinco pessoas, de nacionalidades não informadas, que se
preparavam para receber a carga ilegal no cais. Com o grupo, havia uma grande
quantia em dinheiro, em diversas moedas, e cinco veículos de alto padrão que
seriam utilizados em uma eventual fuga, que acabou frustrada.
As
investigações iniciais apontam que a droga não era destinada a ser distribuída
no Marrocos ou em nações vizinhas. Na verdade, a cocaína, que foi produzida em
países da América do Sul e, posteriormente, escondida em um contêiner em
Santos, seria desembarcada em uma escala na Europa, o que não ocorreu.
Desde
a prisão, o governo brasileiro afirma que apura as reais circunstâncias do
ocorrido. O Itamaraty, por meio de nota, somente disse que a Embaixada do Brasil
em Rabat, capital marroquina, “segue apurando o caso”. O Ministério das
Relações Exteriores afirmou, ainda, que familiares dele já solicitaram apoio.
O
brasileiro vive em Cubatão, onde é autônomo e trabalha como mecânico de carros.
Familiares ouvidos pelo G1, e que não quiseram se identificar, se mostraram
consternados e constrangidos com toda a situação. Um parente dele acredita que
o homem tenha sido vítima de "alguma armação".
O
advogado de Oliveira no Brasil, Danilo Pereira, também confirmou a prisão, mas
preferiu não detalhar qualquer informação, para "não atrapalhar os rumos
do processo". O defensor, que deverá viajar ao Marrocos, afirmou que o
cliente não possui ligação com organizações criminosas, e que também não tem
passagem criminal.
Fonte:
G1 Santos
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