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Segundo advogado de brasileiro, Márcio Oliveira não pertence
à organizações criminosas (Foto: Arquivo Pessoal)
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Droga foi embarcada no Porto de Santos. Advogado de preso
afirma que cliente não possui ligação com organizações criminosas. Itamaraty
acompanha o caso
Autoridades
investigam se o brasileiro Márcio Ricardo de Oliveira, de 40 anos, era o chefe
de um grupo de traficantes internacionais que foi preso enquanto tentava
recuperar uma carga de 541 kg de cocaína, desembarcada erroneamente em um porto
do Marrocos, para levá-la a países europeus. O Itamaraty acompanha o caso.
O
flagrante ocorreu em 11 de fevereiro, durante uma ação conjunta entre equipes
policiais e alfandegárias no Porto de Casablanca, localizado ao Norte da África
e costeado pelo Oceano Atlântico. O carregamento de cocaína estava em um
contêiner, dentro de um navio, cuja procedência era o Porto de Santos, no
litoral de São Paulo.
Oliveira
foi preso com outras cinco pessoas, de nacionalidades não informadas, que se
preparavam para receber a carga ilegal no cais. Com o grupo, havia uma grande
quantia em dinheiro, em diversas moedas, e cinco veículos de alto padrão que
seriam utilizados em uma eventual fuga, que acabou frustrada. Armas não foram
encontradas.
As
investigações iniciais apontam que a meia tonelada apreendida não era destinada
a ser distribuída no Marrocos ou em nações vizinhas. Na verdade, a cocaína, que
foi produzida em países da América do Sul e, posteriormente, escondida em um
contêiner em Santos, seria desembarcada em uma escala na Europa, o que não
ocorreu.
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Segundo investigações, carregamento de cocaína foi embarcado
no Porto de Santos, SP (Foto: José Claudio Pimentel/G1)
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As
autoridades acreditam que Oliveira foi enviado como chefe do grupo para
recuperar a carga e entregá-la ao real comprador europeu. O dinheiro apreendido
na ocasião, em quantidade não informada, era para ser utilizado nessa transação,
e na necessidade de realizar algum pagamento a intermediários da operação.
A
Direção Geral de Vigilância Territorial Nacional do Marrocos afirmou à imprensa
internacional que a rede criminosa, cuja célula composta pelo brasileiro foi
desmantelada, tem "natureza perigosa". Além disso, as ramificações
identificadas até então possuem estreitos "vínculos com cartéis de drogas
da América Latina".
Fontes
ligadas à Interpol e a autoridades federais brasileiras confirmaram ao G1 as
investigações do caso. Pela maneira como Oliveira e os comparsas foram presos,
com dinheiro e veículos de fuga, a suspeita mais forte é de que a ação tenha
sido de resgate da carga. Outras hipóteses, entretanto, ainda não foram
descartadas.
O
contêiner com a droga foi embarcado em um navio que fez escala no cais santista
no fim de janeiro, mas Márcio não viajou nele. O brasileiro foi enviado ao
Marrocos de avião, depois de receber ordens de recuperar o carregamento,
conforme apurado pelo G1. Os investigadores tentam descobrir, agora, outros
envolvidos no esquema.
Desde
a prisão, o governo brasileiro afirma que apura as reais circunstâncias do
ocorrido. O Itamaraty, por meio de nota, somente disse que a Embaixada do
Brasil em Rabat, capital marroquina, “segue apurando o caso”. O Ministério das
Relações Exteriores afirmou, ainda, que familiares dele já solicitaram apoio à
diplomacia para uma solução.
O
brasileiro vive em Cubatão (SP) onde atua como autônomo e trabalha como
mecânico de carros. Familiares ouvidos pelo G1, e que não quiseram se
identificar, se mostraram consternados e constrangidos com toda a situação. Um
parente dele acredita que o homem tenha sido vítima de "alguma
armação".
O
advogado de Oliveira no Brasil, Danilo Pereira, também confirmou a prisão, mas
preferiu não detalhar qualquer informação, para "não atrapalhar os rumos
do processo". O defensor afirmou que o cliente não possui ligação com
organizações criminosas no país ou no exterior, e que também não tem qualquer
passagem criminal.
O
advogado ainda confirmou que está em contato direto com o Itamaraty e com os
representantes consulares brasileiros no Marrocos. "Temos um advogado que
nos representa lá. Nas próximas semanas, nós vamos viajar até Rabat para
conseguir mais informações e buscar a liberdade dele", declarou oficialmente.
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