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segunda-feira, 12 de fevereiro de 2018

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TRIPULANTES FORAM RESPONSÁVEIS POR QUEDA DE CONTÊINERES NO MAR




Foi o que conclui a Capitania dos Portos a respeito do acidente envolvendo o navio Log-In Pantanal

A queda dos 46 contêineres do navio Log-In Pantanal no mar, em agosto do ano passado, na Barra de Santos, foi causada por negligência da tripulação. Esta é a conclusão do inquérito aberto pela Capitania dos Portos de São Paulo (CPSP), que investigou o episódio. O comandante da embarcação e seu imediato foram responsabilizados, assim como o primeiro e o segundo oficiais de náutica do cargueiro. O caso, agora, segue para julgamento do Tribunal Marítimo.
Na madrugada de 11 de agosto, depois de concluir uma operação no cais santista, o Log-In Pantanal aguardava na Barra de Santos, a cerca de quatro quilômetros da costa, por uma nova janela de atracação. O navio retornaria ao complexo para concluir seu carregamento. Mas a queda dos 46 contêineres no mar atrasou seus planos e gerou grande prejuízo à armadora Log-In.
A companhia de navegação apontou “o forte mau tempo, com ondas de 3,5 a 4,5 metros de altura”, como a causa do acidente. A alegação da empresa é de que houve fortuidade, ou seja, um acidente. Problemas deste tipo são inesperados e imprevisíveis.
No entanto, o inquérito da Capitania apontou que houve negligência por parte da tripulação. Para a Autoridade Marítima, este foi o principal motivo do acidente.
A conclusão tem como base depoimentos dos tripulantes do Log-In Pantanal e ainda de funcionários de terminais e da Praticagem de São Paulo. No dia do acidente, a embarcação havia concluído a operação na Embraport, que fica na Margem Esquerda, na Área Continental de Santos.
De lá, seguiu para a Barra de Santos, onde aguardava uma janela de atracação na Brasil Terminal Portuário, na Alemoa. Outras embarcações também esperavam para atracar.
Segundo relatório do inquérito, após a operação na Embraport, mesmo sabendo sobre a previsão de mar agitado e ondas altas, o comandante do Log-In Pantanal não determinou o reforço da peação (fixação) da carga pela sua tripulação. Em depoimento, ele afirmou que o imediato e o oficial de serviço do navio haviam apenas conferido o serviço.
Já durante a madrugada, a partir da 0h30, mesmo quando as ondas forçaram o balanço do navio em 25 graus, não houve qualquer ação para resguardar a carga e a embarcação por parte do primeiro e do segundo oficial de náutica.
“Pelo o que consta nos autos, o comandante agiu com negligência, em não tomar ação, uma vez que o navio balançava perigosamente, permanecendo em seu camarote até o primeiro tombamento”, aponta o relatório.
Agora, o documento será encaminhado ao Tribunal Marítimo, que escutará representantes da Log-In e definirá as responsabilidades pelo acidente.
Remoção
A balsa com novos equipamentos para a remoção dos contêineres submersos chegou nesta quinta-feira (8) à região. A expectativa é de que uma nova operação seja iniciada hoje, na região da Garganta do Diabo, próximo à Ilha Porchat, em São Vicente. A informação é da agente ambiental federal do Instituto Brasileiro de Recursos Naturais Renováveis (Ibama) Ana Angélica Alabarce, que acompanha os trabalhos de remoção dos contêineres. Segundo ela, nove caixas metálicas foram removidas do fundo do mar, enquanto outras dez já foram mapeadas.
Dos 46 contêineres que caíram, oito acabaram boiando – e desses, quatro foram removidos pela empresa. As outras quatro caixas metálicas foram saqueadas. Em seguida, a Log-In iniciou o rastreamento do leito marítimo da região, com o objetivo de identificar onde os demais 38 contentores caíram no mar. Com o resgate de nove, ainda faltam 29.
A Log-In informou, em nota, que ainda não foi comunicada formalmente sobre a conclusão do inquérito da Capitania dos Portos. E destacou que “tomou conhecimento de que as conclusões do inquérito imputam responsabilidades a alguns tripulantes que estavam a bordo da embarcação no dia do acidente. No momento, o assunto está sendo analisado pelo corpo jurídico da empresa. Cumpre-nos destacar que, na esfera de atuação da Autoridade Marítima, as conclusões da Capitania dos Portos deverão ser remetidas para o Tribunal Marítimo, momento em que haverá o contraditório e apresentação de eventuais defesas cabíveis”.

Procurada, a Capitania respondeu que não comentaria o inquérito.
Fonte: A Tribuna



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