(Foto: Matheus Pereira Alves/BTP)
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O 1º Programa de Cooperação Policial Internacional em
Portos (Intercops) reúne agentes federais de oito países
Nessa
semana, está sendo realizado no Porto de Santos, litoral de São Paulo, o 1º
Programa de Cooperação Policial Internacional em Portos (Intercops), reunindo
agentes federais de oito países para discutir ações de combate ao tráfico
internacional de drogas.
O
Intercops acontece nas instalações da Brasil Terminal Portuário (BTP), na
Alemoa. Os policiais que participam deste encontro vão integrar ações de
fiscalização reais e simuladas no Porto de Santos e farão visitas a locais como
os centros de controle da Alfândega e de alguns terminais.
Além
de agentes de países da Europa e da Ásia, policiais federais de outras regiões
do Brasil, principalmente de áreas portuárias também participam do evento.
Santos
foi escolhida para sediar esse primeiro encontro, em virtude do Porto de Santos
ser utilizado como rota para o envio de drogas a outros continentes, sendo que
até o início de novembro, mais de 10 toneladas de cocaína já tinham sido
interceptadas e apreendidas no cais santista.
"Cada
porto tem as suas especificidades e, por isso, é importante essa troca de
informações e a aproximação com as polícias de outros países para que nos
ajudam a combater esse tipo de crime, que tem por característica ser
transnacional", disse o delegado chefe da Polícia Federal em Santos, Julio
Cesar Baida Filho.
"O
trabalho tem sido efetivo para conter o tráfico de drogas, em especial o de
cocaína. Seja pela investigação, como também pelos recursos de tecnologia e a
cooperação com outros órgãos que tem nos possibilitado apreender o entorpecente
e prender pessoas envolvidas no tráfico", explicou o delegado.
“Santos
tem um porto seguro. A gente cobra o atendimento do ISPS Code (o código
internacional antiterrorismo), os terminais são sujeitos à fiscalização. Eles
investem em infraestrutura, segurança, análise de risco. Mas aqui temos navios
saindo para a Europa todos os dias. Do ponto de vista logístico, 30% do
comércio exterior brasileiro passa por Santos. Isto acaba sendo um atrativo
para os grupos criminosos colocarem a carga por aqui. Em outros locais, você
tem um navio a cada uma ou duas semanas”, destacou, explicou Baida Filho.
Segundo
o chefe da Divisão de Operações e Repressão a Drogas da PF. Alexandre Custódio
Neto, 80% da cocaína traficada internacionalmente utiliza o modal marítimo em
algum momento. Normalmente, essas cargas são produzidas em países da América do
Sul e seguem pelas fronteiras terrestres, por barcos ou aviões, até os portos
brasileiros.
Dali,
são levadas à Europa. Por isso, representantes das polícias de nações como
Holanda, Bélgica, Itália, Espanha e França participam do encontro. Também está
presente uma comitiva do Sri Lanka, onde, recentemente, um carregamento de
cocaína foi encontrado em uma carga de açúcar proveniente de Santos.
“A
oferta das drogas em geral vem aumentando nos países andinos. Na Colômbia,
aumentou consideravelmente em razão da proibição do uso do glifosato, que eles
utilizavam para matar as plantações de folha de coca. A demanda é grande e, enquanto
houver demanda, haverá oferta”, disse Custódio.
O
delegado-chefe da PF em Santos, Júlio Cesar Baida Filho, diz que, neste ano,
mais de 11 toneladas de cocaína já foram apreendidas no cais santista. Segundo
ele, faltam apenas 100 quilos para que o recorde de 2016 seja superado. No
entanto, isto não significa que o complexo apresente alguma facilidade aos
traficantes internacionais. A localização e o grande volume de cargas são os
maiores atrativos à prática ilícita.
“A
oferta das drogas em geral vem aumentando nos países andinos. Na Colômbia,
aumentou consideravelmente em razão da proibição do uso do glifosato, que eles
utilizavam para matar as plantações de folha de coca. A demanda é grande e, enquanto
houver demanda, haverá oferta”, disse Custódio.
Para
o superintendente regional da PF no Estado, Disney Rosseti, a inteligência e a
integração com outras polícias e com a Receita Federal são a saída para
desarticular quadrilhas. “O tráfico de drogas é uma modalidade de crime
essencialmente transnacional. São organizações muito bem estruturadas e, se não
houver essa cooperação, essa integração de experiências e metodologia, (seu
combate) é um trabalho que está fadado ao insucesso. Então, estamos agora
debatendo o uso do modal marítimo (pelas quadrilhas) por conta da experiência e
expertise da nossa equipe no Porto de Santos e creio que teremos resultados
ainda melhores num futuro próximo”.
Intercops
Criado
pelo Departamento de Polícia Federal, o Intercops é um programa desenvolvido
para facilitar o intercâmbio de experiência e informações na área de
investigação criminal, imigração e segurança. O foco do programa brasileiro é a
repressão ao tráfico de drogas e inicialmente se destinava ao combate das
atividades criminosas em aeroportos.
Aircop
Por
meio de um acordo assinado entre a Polícia Federal e o Escritório das Nações
Unidas sobre Drogas e Crime (UNODC), o Brasil tornou-se o oitavo país da
América Latina e Caribe a aderir a rede Aircop. Financiado pela União Europeia,
a Aircop é uma multiagência antitráfico cujo objetivo é reforçar o treinamento
de agentes da lei na detecção, interdição e investigação em aeroportos
internacionais.
No
caso brasileiro, o acordo com a UNODC se dará de forma concreta com a
assistência mútua entre a rede Aircop e o Programa Internacional de Cooperação
Policial em Aeroportos (Intercops).
Com
acesso a essas ferramentas, será possível a transmissão, em tempo real, de
informações operacionais e de inteligência para outros portos e aeroportos com
objetivo de interceptar carregamentos ilícitos.
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