O navio Jean Charcot foi saqueado no início de 2016 (Foto:
Brasbunker)
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Principais alvos são terminais de armazenamento de
combustível da Petrobrás em locais como Ilha do Governador e Porto de Santos
Os
ataques de piratas romperam as fronteiras da Amazônia e chegaram ao eixo
Rio-São Paulo. Os principais alvos são os terminais de armazenamento de
combustível da Petrobrás e de outras petroleiras na Ilha do Governador, no Rio,
em São Sebastião e no Porto de Santos, no litoral de São Paulo. Assim como nas
ocorrências da Amazônia, os criminosos agem encapuzados e armados e usam
pequenos barcos pequenos de alta velocidade para acessar os terminais.
“O
píer está em águas marinhas. A cerca das distribuidoras vai até o limite da
água. Por dentro das instalações eles não vão, pois teriam de passar por
portaria, unidades de destilação. Então, quando fazem alguma dessas ações, é
pela água, que pertence ao Estado e deveria estar sendo vigiada”, explicou uma
fonte ligada às distribuidoras de combustíveis.
Empresas
que atuam na área de logística passaram a contratar serviços de segurança para
evitar ataques de piratas. É o caso da Brasbunker, responsável por parte do
transporte de derivados de petróleo da Petrobrás, que tem serviço de proteção
patrimonial 24 horas para conter sobretudo o roubo de diesel.
“A
empresa teve de criar sua própria área de segurança patrimonial para defender
suas embarcações e cargas”, disse o presidente do Sindicato Nacional das
Empresas de Navegação de Tráfego Portuário (Sindiporto Brasil), Carlos Augusto
de Souza Aguiar Cordovil, que comandou a diretoria de apoio portuário da
Brasbunker por vários anos. Após a criação do departamento, ao custo de R$ 1
milhão por ano, não houve mais registros de roubo de combustível, segundo
Cordovil.
A
Baía de Guanabara, porém, continua na mira dos piratas, que atacaram o navio
Jean Charcot – que, segundo o presidente da Sindiporto Brasil, veio da
Inglaterra para o Brasil prestar serviços para a Petrobrás, e foi invadido em
fevereiro de 2016.
O
diretor da Federação Nacional de Petroleiros (FNP), Lourival Júnior, confirma
as ocorrências. “Os piratas chegam à Ilha do Governador pela Baía de Guanabara.
Adentram áreas da Petrobrás e trocam tiros com os vigilantes”.
Segundo
fontes ligadas ao setor, o mesmo ocorre no litoral paulista, em áreas como o
terminal da Transpetro, em São Sebastião, e o Porto de Santos. Segundo fonte
das distribuidoras, o problema não se restringe à Petrobrás e afeta também
outras companhias.
Além
de combustível, os piratas roubam equipamentos de navegação das embarcações,
como radares, afirma José Rebelo, vice-presidente da Federação Nacional das
Empresas de Navegação Aquaviária (Fenavega). “O combustível é sempre a
principal motivação, pois é fácil de vender.”
Outro lado
Em
nota, a Petrobrás negou a existência de registros de ataques piratas a seus
ativos na Baía de Guanabara. A companhia informou que o navio Jean Charcot não
prestou serviço à companhia. “A Petrobrás conta com segurança patrimonial para
proteção da força de trabalho e das instalações. Há várias embarcações
fundeadas na Baía de Guanabara e cada uma faz a gestão da sua segurança.”
A
Petrobrás confirmou dois registros de tentativas de furto de combustível na
Refinaria de Manaus e seis de furtos de materiais este ano no Terminal
Aquaviário de Coari, mas negou roubos de equipamentos no Porto de Encontro às
Águas, em Manaus.
A
Marinha disse, também em nota, que se tratam de crimes comuns, de competência
dos órgãos de segurança pública. A Polícia Civil de São Paulo disse não ter
registros de ocorrência de ações de piratas. A Secretaria de Segurança Pública
do Rio não se manifestou.
Fonte:
Estadão
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