A Companhia Docas do Espírito Santo (Codesa) foi escolhida
para iniciar esse processo
O
governo resolveu mexer em um tabu na área de infraestrutura e deu o primeiro
passo para privatizar a administração dos portos. A Companhia Docas do Espírito
Santo (Codesa) foi escolhida para iniciar esse processo.
O
Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) está sendo
acionado pelo Programa de Parcerias de Investimentos (PPI) para definir o
modelo de concessão à iniciativa privada e conduzir os estudos de viabilidade.
A ideia é aproveitar a próxima reunião do conselho de ministros do PPI, ainda
sem data marcada, para incluir formalmente a estatal no cardápio de ativos
oferecidos ao mercado.
Assessores
presidenciais explicam que a privatização no setor começará pela Codesa por um
simples motivo: trata-se da única, entre as oito Companhias Docas, sem enorme
passivo financeiro e trabalhista. Por isso mesmo, avalia-se no Palácio do
Planalto que nenhuma outra despertaria a atratividade de investidores sem um
exaustivo trabalho prévio de saneamento das contas. Diante do calendário
apertado, não se trabalha com a hipótese de conceder outras Companhias Docas
até o fim de 2018.
A
Codesa administra os portos de Vitória e Barra do Riacho. Eles já têm terminais
arrendados ao setor privado, que opera essas instalações. Os contratos, em caso
de privatização, seriam subrogados ao novo administrador dos portos. Não está
descartada a possibilidade de conceder apenas um dos dois portos - os estudos
vão indicar qual será o modelo. Caberia aos futuros investidores assumir obras
de dragagem e de acesso, além de cuidar da gestão portuária em si, que tem
histórico de conhecida ineficiência.
O
Porto de Vitória tem 14 berços de atracação e é capaz de receber navios tipo
Panamax. Ele movimenta cerca de 6 milhões de toneladas por ano. As cargas
predominantes são contêineres, café, produtos siderúrgicos, cobre,
fertilizantes, automóveis, máquinas e equipamentos, celulose, açúcar e granéis
líquidos.
Até
agora, apenas terminais dentro dos portos organizados vinham sendo concedidos à
iniciativa privada, mas a administração portuária foi mantida nas mãos do
governo. A ex-presidente Dilma Rousseff fez uma reformulação das regras do
setor em 2012 e facilitou a construção de portos privados, acabando com as
restrições que eles tinham para movimentar cargas de terceiros. Não houve
mudança, porém, no status das Companhias Docas.
A
avaliação no Palácio do Planalto é que, diante do sucesso recente dos últimos
leilões, pode haver uma aceleração das parcerias com o setor privado. Um novo
resultado positivo é esperado para amanhã. A Agência Nacional de Transportes
Aquaviários (Antaq) fará a licitação do terminal de trigo do Rio de Janeiro,
que receberá investimentos de R$ 93 milhões e terá valor fixo de arrendamento
de R$ 428 mil por mês. Uma grande trading agrícola apresentou proposta, o que
já afasta qualquer risco de "vazio" no certame. O prazo de
arrendamento do terminal é de 25 anos, prorrogável por igual período.
Na
segunda-feira, a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) leiloará 35 lotes
de linhas de transmissão. Houve aporte de garantias financeiras para todos os
ativos oferecidos. São 7,4 mil quilômetros de linhas e investimentos previstos
de R$ 13,1 bilhões. Alguns lotes tiveram de quatro a seis interessados, segundo
fontes oficiais. "É uma sólida demonstração de confiança. Os investidores
passaram a olhar o segmento de transmissão como um ativo excelente, seguro,
quase como um investimento em renda fixa", diz uma autoridade.
Para
o governo, trata-se de uma tentativa de embalar notícias favoráveis em meio à crise
política e às difíceis negociações em torno da reforma da Previdência.
Estima-se que, se houver mesmo sucesso nos leilões de transmissão, o PPI terá
chegado praticamente à metade de sua carteira de projetos já licitados.
Em
março, a disputa por quatro aeroportos - Salvador, Fortaleza, Porto Alegre e
Florianópolis - teve ágio relevante e atraiu mega operadoras internacionais,
como a alemã Fraport, a francesa Vinci e a suíça Zurich Flughafen.
Clique
aqui e veja a nota Codesa
Fonte:
Valor Econômico
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