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Inspetor Faraguti atendendo ocorrência em 15/09/2000
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O guindaste içou o equipamento (transformador) do cais,
para bordo do navio, mas no momento em que o transformador descia para o porão,
a lança do PH não suportou o peso, e a carga caiu
Meus
amigos, sabemos que nos dias atuais, com essa renovação nos quadros da Guarda
Portuária (GPORT), em Santos, ocorreram grandes mudanças, sejam materiais ou
operacionais. Mais não podemos esquecer jamais, dos tempos em que estivemos à
frente da Guarda Portuária, que para trabalhar tínhamos apenas um cassetete,
caneta (comprada por nós), parte diária e na maioria dos postos uma guarita de
madeira, que em muitas vezes, chovia mais dentro do que fora, sem comunicação,
leia-se telefone.
Quando
estávamos escalados para Postos Fiscais, tínhamos uma cadeira, uma mesa, tudo
em precárias condições, muitas vezes os portões para serem abertos ou fechados,
nós precisávamos pedir ajuda para a garagem de empilhadeiras, para que com
ajuda do aparelho, realizar a simples tarefa de abrir ou fechar o portão. E água potável? Em postos fiscais só de caixa d'agua, pesada e com forte gosto. Em
guarita de madeira, nem isso tinha.
Quantas
vezes, nós ao darmos o ponto para fazer 00/06, o Rondante dizia "hoje você
vai ser alterado para tal lugar, e cuidar das galeras XXXXX carregadas com café”.
Por esse motivo você tinha que vir preparado com capa de chuva, blusa, garrafas
com agua e café; porque raramente tinha rendição para tal.
Hoje
pelo que tenho sido informado, os colegas da GPORT desfrutam de postos
confortáveis, com água potável, bons móveis, local limpo, viaturas modernas,
velozes e confortáveis com ar e direção e armas, quer seja da empresa ou
particular.
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Viatura Veraneio – Na foto: Virgílio, Domingos (Cabeção),
Antônio Carlos (Benedito), Nelson e Inspetor Joaquim
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Quando
iniciei na antiga Companhia Docas de Santos (CDS), as viaturas eram Veraneios,
pesadas, lentas e barulhentas. As avenidas cheias de buracos e muitos trilhos,
que sempre estavam cortando os pneus, e quantas vezes nós motoristas tínhamos
que pagar por eles. Em dias de chuva, as ruas e avenidas do porto, calçadas com
paralelepípedos, escorregavam muito, causando avarias em terceiros e nas
viaturas, ainda assim, creio que nós, mais antigos, temos muitas saudades
daquele tempo.
Acho
que tudo que foi conseguido nesses novos tempos, devemos agradecer aos mais
novos, afinal um dia teria que mudar, e mudar para melhor, e com certeza, o
fato de novos integrantes, com formação cultural em níveis mais avançados, é
natural que mudanças ocorram, porém nunca poderão esquecer que para que se
atingisse esse patamar, nós os mais antigos, contribuímos e muito, trabalhando
nas condições acima citadas e pasmem, naqueles tempos nós já trabalhávamos no maior
porto da América Latina, e se o ainda é, deve-se muito a nossa gloriosa Guarda
Portuária sempre zelou pelo patrimônio próprio e alheio, mesmo contando com
viaturas obsoletas e precárias, postos sem água e comunicação. Guaritas de madeira
também fazem parte da história e não será agora que vamos nos envergonhar de um
passado tão recente.
Texto:
Nelson Faraguti Gonçalves – Ex-Inspetor da Guarda Portuária de Santos
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REALMENTE OS TEMPOS SÃO OUTROS NA GUAPOR. E MESMO PASSADO TODO ESSE TEMPO, AINDA NÃO TEMOS O DEVIDO RECONHECIMENTO DE DIREITO CONSTITUCIONAL A QUE TANTO ALMEJAMOS. SEJA DE QUE GERAÇÃO UM INTEGRANTE DESSA GUAPOR FOR, AINDA NÃO CONSEGUIMOS ALGO TÃO IMPORTANTE, SEJA REGIONAL EM ALGUNS CASOS, SEJA NACIONALMENTE, QUAL SEJA: NOSSA UNIDADE DE CLASSE E POLÍTICA DE FATO. IMPRESSIONANTEMENTE, AQUI NO PARÁ EM ESPECIAL, OS SINDICATOS AJUDAM A SUPRIMIR NOSSOS POSTOS E QUANDO NÃO AJUDAM, POR OMISSÃO O FAZEM. AJUDAM A QUERER QUANDO LENIENTES, A NOVAMENTE DEIXAR TERCEIRIZAR NOSSOS POSTOS, E QUANDO ASSIM NÃO O FAZEM, POR OMISSÃO O FAZEM E NUM UNIVERSO DE QUASE 200 INTEGRANTES, A GRANDE MAIORIA FICA APENAS VENDO A BANDA PASSAR, CONVENCIDOS PELOS PSEUDOS SINDICALISTAS QUE TUDO ESTÁ BOM COMO SE ENCONTRA E QUE NADA PRECISA SER FEITO. MAS, HÁ AQUELES QUE TEM SE PREOCUPADO EM FAZER A HISTÓRIA SE ENCARREGAR DE REGISTRAR OS POUCOS QUE REAL E LEGITIMAMENTE LUTAM E FAZEM OUTROS AINDA POUCOS, TAMBÉM, POR ESTA CORPORAÇÃO LUTAR.
ResponderExcluirCILENO BORGES
Mesmo com toda essa dificuldade da época vivenciada pelo meu pai ( Inspetor Nelson Faraguti Gonçalves ) passei minha infância toda e minha adolescência toda, vendo meu pai sair para trabalhar e chegar do trabalho com um orgulho imenso em vestir sua farda. Nunca vi meu pai trazer uma agulha se quer do Porto !!! Foi um exemplo para minha criação, tamanha sua honestidade. Sempre conquistou tudo com muito suor, que escorria de seu rosto de trabalhador. Sempre que aparecia dobras de turno para fazer, lá estava ele pronto para trabalhar. Fica aí o exemplo para a nova geração de guardas. Trabalhe muito com afinco e honestidade que Deus abençoa e vc consegue se não tudo, mas grande parte de seus anceios e o que é mais importante, o orgulho e o reconhecimento do seu profissionalismo por parte de quem acompanha sua trajetória profissional. Parabéns pai !!! Me orgulho muito de ser o filho do Inspetor Faraguti.
ResponderExcluirMeu saudoso pai trabalhou na CDS na polícia portuária de 1946 a 1971, entrou em 1946 na carga e descarga ,1 ano após passou para a polícia portuária e só saiu quando aposentou-se em 01/11/1971 , com aposentadoria especial ,chamava-se João André de Souza .Nos contava cada história desses 25 anos de CDS que era de arrepiar .Era um alagoano muito ativo , desde que quando aposentou ainda ficou vendendo sorvete na praia para a antiga sorvetes GELATO ,sediada em Itararé . Morávamos em São Vicente no bairro Jardim Nosso Lar ,em casa própria comprada com o trabalho de policial portuário . Em 22/12/73 ,viemos embora para o interior de São Paulo ,Castilho na divisa com o então estado de Mato Grosso, atual Mato Grosso do Sul .
ResponderExcluirBoa noite meu grande pai também faz parte também da companhia doca estado Rio de janeiro trabalhou porto sebetiba durante quase 20 anos se aposentou aposentadoria especial início como guarda portuário e depois rondante e depois inspetor quando conversamos ele tem história pra contar inspetor e rondante Gileno Cezar
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