A estatal portuária pretende contratar bombeiros civis
terceirizados para o atendimento de ocorrências no cais
A
julgar pela matéria veiculada no jornal A Tribuna, na edição da última
sexta-feira (06), sob o título "PAM fará vistorias em terminais portuários
- Simulado ocorrerá na Ilha Barnabé", a direção da Companhia Docas do
Estado de São Paulo (Codesp) apresenta seu cartão de visitas para 2017 e começa
o ano novo com o pé esquerdo.
Isto
porque, a notícia de que a estatal portuária pretende contratar bombeiros civis
terceirizados para o atendimento de ocorrências no cais santista foi mal
recebida pelos colaboradores da empresa, com destaque para os lotados na Guarda
Portuária, e mais ainda pelos dirigentes do Sindicato dos Empregados na Administração
Portuária (Sindaport).
A
intenção da empresa está sendo encarada pelos trabalhadores como uma afronta
diante da séria ameaça de terceirização de serviços que há anos são realizados
pelos membros da antiga corporação. "Soltar uma nota dessas foi
seguramente um ato de irresponsabilidade, sobretudo pelo clima de insatisfação
e intranquilidade que acabou gerando na categoria", reclamou o presidente
do Sindaport, Everandy Cirino dos Santos.
Segundo
o dirigente, desde as primeiras horas da manhã os telefones do Sindicato foram
acionados com dezenas de chamadas dos colaboradores da estatal questionando a
nota e pedindo providências da entidade representativa. "Foi assim durante
o dia inteiro, mas logo cedo acionamos o nosso departamento jurídico para uma
consulta sobre a legitimidade ou não da Codesp poder promover uma mudança dessa
magnitude uma vez que a Guarda Portuária está prevista no marco regulatório do
setor (Lei nº 12.815/13)."
Para
Cirino, a iniciativa não é novidade considerando que a empresa, no início dos
anos 2000, tentou terceirizar as atividades atribuídas aos guardas portuários,
sem sucesso. Na ocasião, o poder de mobilização da lendária categoria aliado a
uma atuação incisiva das lideranças do Sindaport junto aos tribunais,
autoridades do seguimento, políticos e demais agentes envolvidos se
constituíram em fatores determinantes para o recuo da estatal portuária.
De
acordo com o sindicalista, uma nova ação judicial contra a empresa e até mesmo
a paralisação das atividades no complexo santista já estão sendo consideradas
pelas lideranças do Sindaport e trabalhadores. "Vamos aguardar o
posicionamento do nosso corpo jurídico, bem como do Ministério Público e demais
autoridades consultadas para sabermos quais os próximos passos e providências
que adotaremos contra essa ou qualquer outra ameaça de terceirização dentro da
Codesp", concluiu.
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