É dever do Sindaport defender os interesses da Codesp e
de seus colaboradores
Pois
bem, contrariando todos os prognósticos, inclusive de alguns
"tubarões" que integram o bloco dos operadores portuários bem como a
direção do Ogmo local, a denúncia surtiu efeito e a justiça começou a ser feita
para reparar apenas uma parte dos sucessivos erros que envolvem a cessão
graciosa de três áreas para a entidade gestora da mão de obra portuária avulsa.
Em
nota emitida no último dia 7, o Diretor executivo Querginaldo Alves anunciou a desocupação parcial do Posto de Escala nº 3 (antigo Restaurante
Portuário), localizado na esquina da Av. Coronel Joaquim Montenegro (Canal 6)
com a Av. Mário Covas, no Estuário, e total do Posto de Escala nº 2, que fica
na região de Outeirinhos. As áreas serão devolvidas para a Codesp.
O
pontual despejo vale para os setores administrativos, como treinamento,
medicina ocupacional, segurança do trabalho, disciplina, entre outros, além da
diretoria executiva, que a partir da próxima segunda-feira (21) voltam a
atender no edifício sede, na Av. Conselheiro Nébias, 255, na Vila Mathias.
Com
efeito, centenas de trabalhadores portuários avulsos de diversas categorias
precisarão ser remanejados para que possam continuar atendendo às chamadas de
escalação dos serviços ofertados que são realizadas diariamente nos períodos
matutino, vespertino e noturno.
A
contenda teve início no final de 2013, quando o comando do Ogmo resolveu
transferir todo seu estafe para um dos postos de escalação (P3), sem qualquer
ônus, ao tempo em que colocou sua sede para alugar, com direito a anúncios em
faixas e placas, além do telefone da empresa imobiliária responsável. Valor do
aluguel: R$ 60 mil.
Ato
contínuo, através da sempre eficiente rádio peão, o fenômeno da comunicação, o
Sindaport obteve informações sobre um acordo comercial selado entre a direção
do Ogmo e representantes da Prefeitura Municipal de Santos, que pretendia
instalar a base da Guarda Municipal. Valor do negócio: R$35 mil.
A
mudança de sua sede própria para o P3 e a subsequente pretensa transação de
aluguel com finalidade lucrativa provocou a imediata reação do Sindaport, que
acionou o Ministério Público Federal (MPF) e o Tribunal de Contas da União
(TCU). "O órgão de gestão de mão de obra é reputado de utilidade pública,
sendo-lhe vedado ter fins lucrativos, prestar serviços a terceiros ou exercer
qualquer atividade não vinculada à gestão de mão de obra", destacou o
presidente do Sindicato dos Empregados na Administração Portuária (Sindaport),
Everandy Cirino dos Santos, mencionando o Artigo 39º, da Lei dos Portos -
12.815/13.
Ele
afirma que para acomodar os gestores do Ogmo a Codesp alterou o Termo de
Permissão de Uso (TPU) celebrado entre as partes em 2002, logo após o órgão ter
assumido a escalação total dos portuários avulsos, em turbulento processo que
resultou naquela que é considerada por muitos a última grande greve no Porto de
Santos, paralisado por 15 dias, em fevereiro do ano anterior. "O apoio
técnico e administrativo que deve ser dado pela Codesp ao órgão gestor,
conforme estabelece o artigo 17 do marco regulatório portuário, foi
simplesmente transformado em apoio financeiro".
Sublocação de áreas
públicas
Para
o líder sindical, além do TPU em questão as autoridades precisam ir a fundo na
apuração dos fatos que tratam da sublocação parcial dos postos de escala por
parte do Ogmo. "Essa questão que envolve a cessão das três áreas públicas
para o Ogmo e do Ogmo para terceiros é sem dúvida alguma uma grande caixa
preta, considerando que ainda há muito o que vir à tona, principalmente no que
se refere às inúmeras parcerias comerciais firmadas pela instituição utilizando
indevidamente parte das dependências e lucrando com isso", observou.
Segundo
ele, a decisão judicial corrige "apenas parcialmente" as
irregularidades, uma vez que os contratos celebrados pelo órgão gestor com
instituições bancárias e lanchonetes precisam ser resgatados. "No bojo
desse pequeno reparo, mais do que nunca se faz necessária à realização de uma
rigorosa auditoria não só nesses acordos, mas em todo o processo, até porque o
Ogmo recebeu as áreas sem nenhum custo, ou seja, de graça, e faturou alto ao
repassar parte desses espaços para bancos, cantinas e os cambaus por vários
anos".
Na
avaliação do sindicalista a administração do Ogmo promoveu um flagrante desvio
de finalidade já que as três áreas (Alemoa, Outeirinhos e Estuário) foram
destinadas pela Codesp apenas para a distribuição da mão de obra avulsa.
"O que era para ser um mero procedimento operacional atribuído ao Ogmo na
legislação portuária acabou virando um negócio comercial extremamente vantajoso
para a entidade, que de certa forma sublocou espaços públicos sob
responsabilidade da Autoridade Portuária, e isso é grave", disse Cirino.
Partes
dos chamados P1 e P2 foram repassados a lanchonetes, enquanto no P3, que também
recebeu um estabelecimento alimentício, há duas agências bancárias, HSBC e
Santander. A fidelização da folha de pagamento de pouco mais de 10 mil
trabalhadores avulsos administrados pelo Ogmo, entre cadastrados e registrados
representados por nove sindicatos portuários, inclusive o Sindaport, fez parte
do negócio que envolveu alguns milhões de reais pagos parceladamente pelo banco
que na ocasião apresentou a melhor proposta.
Por
sua vez, depois de atender todas as exigências e pré-requisitos contratuais,
além dos valores estabelecidos pela diretoria executiva da entidade, duas das
três lanchonetes foram arrendadas por familiares de um ex-presidente do próprio
órgão gestor, já falecido. As denúncias do Sindaport também motivaram o
encerramento das atividades dos estabelecimentos. "É dever do Sindaport
defender os interesses da Codesp e de seus colaboradores, e agora vamos
requerer judicialmente o ressarcimento dos valores referentes a essa caixa
preta", concluiu Cirino.
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Aqui na CDP TA avacalhado também.
ResponderExcluirUm candidato a vereador que nem mais labora na cdp como das e que nem eleito foi conseque UM campo sei lá como dentro de uma área reservada e aluga PRA terceiros.
E os sindicatos NADA fazem.
GP Ramos
porto de Belém